▬ 𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨

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Não estamos apenas apavorados?

▬𓆰∴• ⌜PRÓLOGO•∴𓆰▬

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MEUS BRAÇOS E MEUS tornozelos sempre doíam quando eu era brutalmente jogada no chão gélido, dentro de um minúsculo e melancólico quarto

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MEUS BRAÇOS E MEUS tornozelos sempre doíam quando eu era brutalmente jogada no chão gélido, dentro de um minúsculo e melancólico quarto. A iluminação era medíocre, como todo o resto deste inferno na terra.

Nada estava certo. Pessoas falando sozinhas, outras batendo suas próprias cabeças na parede branca e suja, outras gritavam e protestavam contra as enormes agulhas enfiadas em suas veias do braço, eu não me encaixava neste lugar. Eu não era assim.

Havia apenas uma única luz para mim, em meio aquele lugar mórbido, um pequeno ponto de paz que não combinava com o resto. Pelo menos, era o que eu achava.

Mais uma batida de porta, barulho de chaves ecoavam pelos corredores vastos e sombrios.

O local era o oposto do silêncio. Era completamente infernal. Eu não sabia dizer quando era dia ou noite, não via a luz do sol e tampouco a luz da lua, eu não tinha um minuto inteiro de paz e silêncio. Exceto quando eu ouvia sua voz melodiosa cantarolar, era o único momento feliz da minha infeliz realidade.

E mesmo depois de algum tempo fora daquela espécie de calabouço, eu ainda me lembrava com nitidez de tudo o que vivi e vi lá.

E eu não queria lembrar. Inferno, eu não gostaria de ter pesadelos com aquele lugar.

Mas eu tinha. Muitos. Todos os dias e noites. Eu ainda tremia quando entrava em qualquer lugar branco demais, úmido demais ou triste demais.

Como esquecer de uma catástrofe quando você se sente uma?

Será que um dia minha alma teria a paz que eu tanto buscava? Será que a tão desejada paz seria de fato, a morte?

Pestanejei, negando com a cabeça e respirando fundo.

Eu não queria morrer. Eu queria viver para ver as coisas bonitas do mundo que tanto propagam, eu só queria esquecer. Esquecer daquilo.

Não estamos apenas apavorados? 

Só havia um momento onde eu podia esquecer de toda aquela merda e esquecer o quão fodida eu era. E ainda sim, eu me lembrava, de alguma forma menos dolorosa, mas ainda lembrava.

 E ainda sim, eu me lembrava, de alguma forma menos dolorosa, mas ainda lembrava

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𝐀𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐲𝐨𝐮 | 𝐀𝐥𝐢𝐜𝐞 𝐂𝐮𝐥𝐥𝐞𝐧Where stories live. Discover now