CAPÍTULO CINQUENTA E SEIS ❝— Eu estou impressionada... Quantos anos você tinha quando nos conhecemos? – antes que eu pudesse responder, ela mesma fez o cálculo outra vez e parecia pasma. – 94 anos? Eu namorei uma mulher de 94 ANOS?❞
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ELIZABETH AINDA ERA A MESMA aventureira que eu havia conhecido nos anos noventa, sua alma liberta me fazia gostar ainda mais da brisa do vento bagunçar meus cabelos avermelhados.
Uma música da banda The Lumineers ressoava alto pelo carro enquanto riamos das boas memórias do passado, seu sorriso ainda era o mesmo e pela viagem toda eu me sentia como a Madeline daquela época, onde a solidão se escondia por trás da lua — e às vezes, até mesmo da lua, quando passávamos a noite inteira conversando sobre tudo, me fazendo esquecer de todos os males da vida.
Talvez tenha sido bom reencontra-lá, meu olhar já não era mais tão opaco, e o brilho dos seus olhos estavam ainda mais nítidos desde que ela chegou.
Isso não significava que minha alma não ardia mais em chamas, pois ela ardia, e muito; mas de repente, eu conseguia sentir meu corpo mais leve e aproveitar cada segundo dos risos que doíam a barriga. Era bom sorrir. Era bom viver.
— Para onde estamos indo? - ela perguntou quando se recompôs.
— Primeira parada será no Banff National Park em Alberta. Lá tem águas azuis, semelhantes a cor dos seus olhos quando humana - eu sorri. - E nesta época do ano, não há muitos turistas.
— Eu não trouxe roupa de banho...
— Eu coloquei uma na sua bolsa.
Ela sorriu. — Claro, você pensou em tudo.
Lhe dei uma leve piscadela. — Sou precavida.
— Gosto disso.
Faltavam apenas alguns minutos para chegarmos. Eu tinha ido uma vez a este lugar, no meio de uma caçada, eu gostei de lá e sempre quis voltar e agora era o momento perfeito para isso.
Elizabeth me lembrava dos sons melodiosos das músicas de The Lumineers, era como se todas as suas músicas exalassem Elizabeth Walker, então passamos toda a viagem ouvindo eles.
