CAPÍTULO OITENTA E TRÊS ❝Ali, a segurando tão perto de mim, sentindo seu frescor de gardênia, sentindo sua têmpora encostada em meu pescoço nu, eu me senti em paz. Completa. Nada poderia me abalar, de maneira alguma. Eu tinha tudo o que queria e precisava bem ali: nos meus braços. Era como segurar não só o mundo, mas todo o universo, nos braços. Era completamente surreal. Parecia o sonho mais bonito e lúcido de toda a minha existência.❞
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ALICE E EU FOMOS ATÉ O CANADÁ e voltamos, percorrendo toda a floresta de Forks e aos arredores, apenas correndo vertiginosamente, apostando corrida como duas crianças — eu sequer lembrei dos problemas e perigos que tínhamos e isso foi demasiadamente bom —, perdemos completamente a noção da hora, parando vez ou outra para nos provocarmos; talvez Alice e eu éramos viciadas em fazer isso, testavamos os limites uma da outra sem nunca chegar ao fim — não duravámos muito tempo, de qualquer modo.
Nuvens densas preenchiam o céu esbranquiçado, ameaçando chover a qualquer momento, entretanto isso não fora um empecilho para nós — o que era a chuva se comparada a nossa sede uma da outra? absolutamente nada. Mal sentimos quando algumas gotas começavam a enfeitar nossas vestimentas.
Segui Alice até o alto de uma montanha, parando bem no fim da superfície — a paisagem era magnífica, com um vasto tapete verde, juntamente com os enormes pinheiros, dava-se para ouvir o som dos pequenos riachos ao longe, alguns pássaros, o farfalhar das árvores e as gotas de água caindo na terra, ou nas pequenas e milhares de pedras. E mesmo assim, com toda a paisagem estupenda e os sons reconfortantes da floresta, eu simplesmente era incapaz de desviar os olhos de Alice e torcer para que ela achasse algo cômico o suficiente para eu poder ouvir o som suave e melódico de sua risada.
— Já morei em muitos lugares diferentes – começou enquanto se sentava na beirada da montanha, o olhar para o horizonte. – mas nenhum se compara a isto.
Me sentei ao seu lado, cruzando as pernas e apoiando os braços na grama úmida, seguindo seu olhar para a floresta abaixo de nós e o céu que começava a ficar cinzento.
— Então Forks é seu lugar favorito? – perguntei, a instigando a falar mais para que eu pudesse ouvir o som doce de sua voz.
— Sem dúvidas. Mas devo admitir que isso só aumentou depois que eu lhe conheci – ela desviou o olhar em minha direção, fazendo com que eu fizesse o mesmo. Seus olhos brilhavam e ela sorria afetuosamente sem mostrar os dentes.
