CAPÍTULO DEZESSETE ❝A ferida era mais profunda, tão profunda que nenhum curativo estamparia o sangramento.❞
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EU HAVIA PERDIDO completamente a noção do tempo. Em uma hora eu estava em meu antigo quarto no Mississipi, ouvindo as calúnias de meu genitor, na outra, eu estava presa naquele minúsculo quarto esbranquiçado e não havia sinal dela ali.
A dor era tanta, que me peguei abraçando minhas próprias pernas e dizendo em voz alta milhões de "não" até que eu visse de fato, onde eu estava.
No alto de um penhasco, na beira dele. O que eu estava pensando? Um pulo de um penhasco não me mataria. A morte não curaria minha dor.
Eu só percebera que fiquei tempo demais absorta quando abri a porta de casa e vi Alice e Emmett na minha sala, ambos em pé, seus olhares eram preocupados e aliviados ao mesmo tempo.
— O que estão fazendo aqui? - indaguei enquanto fechava a porta atrás de mim. - como sabem onde eu moro?
— Por onde você esteve? - indagou Alice vindo em minha direção.
Eu afastei alguns passos e ela parou. Emmett me olhou assustado. — Você sumiu por três dias, Mad.
Três dias? Pareciam ter sido anos. Anos de tortura física e psicológica. Por que eu fazia isso comigo mesma? Talvez fosse o hábito de ver prazer na dor e na melancolia.
— Como vocês sabem meu endereço? - repeti a pergunta, meu dorso encostando na porta.
— Hayley nos disse, ela está preocupada com você. - informou Emmett enquanto Alice me olhava assustada e confusa. - E nós também.
— Eu não acho uma boa ideia vocês ficarem aqui.
— O que está acontecendo com você? - indagou Alice, sua voz trêmula.
— Eu não estou em condições de lidar com isso agora. - os avisei, cravei minhas unhas na palma da mão, com os punhos fechados, tentando me controlar ou pelo menos, controlar a parte que falava mais alto do meu ser. - Por favor, vão embora.
