Capítulo 25

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Uma semana...

Esse era o tempo que eu teria para ficar com o Rafael antes da viagem. Fiquei feliz com tudo o que aconteceu, com o modo como as coisas foram resolvidas e simplesmente por vê-lo tão bem.

Os primeiros dias dessa semana com ele foram bem proveitosos. Saímos as minhas amigas, o João Lucas, a Aline, o Gustavo, ele e eu. Essa turma é bem imprevisível, certo? Mas todos se deram bem. Assistimos a filmes tanto no cinema, quanto em casa, nos enchemos de pizzas, hambúrgueres e todas as besteiras possíveis. Apesar de a minha cidade ser pequena, sabemos bem como aproveitá-la.

Mesmo com toda essa diversão, as vezes a realidade vinha a tona e eu não conseguia deixar de pensar no fato de que o Rafael teria que ir. Juro que tentei esquecer isso, mas era pouco tempo, e eu precisava tê-lo pelo menos mais um mês perto de mim para sentir que isso vai dar certo, que vamos continuar nos falando e vamos ficar juntos.

A verdade é que estou sentindo um medo enorme de perder esse garoto. A nossa pequena história começou de um jeito tão bobo e engraçado e eu não quero que acabe tão rápido.

Nós dois ainda não tínhamos ficado a sós e confesso que estava evitando isso. Junto dos meus amigos, que agora eram dele também, eu conseguia me sentir melhor e feliz. Quando o Rafael chegava perto de mim, querendo conversar mais sério, eu já sentia aquela pontada no coração, aquela dor em saber que a gente tinha pouco tempo.

E eu estava evitando mesmo. Não tinha beijos, palavras bonitinhas, carinho, nem nada. No máximo um abraço. Só. O que adianta ficar com um cara que vai embora?

Agora faltam apenas quatro dias...

- Sempre que der vou te perturbar pelo Twitter, ok? Não vou deixar de falar com você, fica tranquila, garotinha sentimental.

- Estou tranquila, Rafa. Até demais. Já te falei isso - respondi estressada.

Estávamos em frente a casa do tio Ricardo, o Rafael havia dormindo lá. Hoje ele usava uma roupa mais leve. Nada de jeans e camisas pretas. Apenas uma bermuda simples e uma camiseta azul. O cabelo continuava o mesmo de sempre. E seu olhar parecia mais intenso cada vez que me encarava.

- Se você não está estressada, por que fica me tratando assim? - Questionou, me tirando dos meus devaneios.

- Assim como? Estou super normal, Rafael Meireles.

- Não, você não tá normal. Todos esses dias fica me evitando e nunca quer conversar. Foi um milagre aceitar vir falar aqui fora.

- Para de encher meu saco! - Respondi feito uma criança mimada. Me arrependi instantaneamente.

- Tudo bem, Pati. Foi mal. Não achei que estivesse sendo tão chato com você assim. Quer entrar? - Perguntou apontando para a casa.

Claro que eu queria dizer que ele não estava chato, eu que estou estressada e irritada. Ele não fez nada de errado. Pelo contrário, abandonou a aura fria e fez de tudo para eu ficar bem.

Eu poderia falar isso, então nós nos beijaríamos e ficaríamos abraçados até o dia dele ir. Mas, apenas balbuciei um "vou daqui a pouco" e ele se afastou.

Será que é tão difícil perceber que estou mal com tudo isso? Que o meu estresse é resultado dessa droga de viagem? Sei que não tenho direito de exigir nada dele, de cobrar nada, mas... Acho que estou sendo uma egoísta mesmo.

Olhei para trás e o Rafael continuava parado em frente a porta, como se esperasse que eu percebesse que estava agindo feito uma idiota e o chamasse. Foi isso que fiz. Ele veio correndo, sentou-se ao meu lado novamente e sorriu.

O amor em 140 caracteres [completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora