fifty five.

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Nos dias seguintes, Felix parecia um pouco melhor, embora ainda não totalmente ele mesmo. Daeun até pediu para ele fazer brownies juntos com Hyunjin os observando de lado, sentindo seu coração acalmar cada vez que o loiro sorria imerso em sua tarefa, cada vez que ele corava quando Daeun o elogiava por fazer um trabalho incrível.

Ainda assim, Felix se distanciou mais do que o normal. Quase como se seus pensamentos o levassem à força para algum lugar distante enquanto conversavam. Ele parava e olhava para o nada até que Hyunjin tivesse que chamar seu nome duas ou três vezes para que o loiro voltasse ao presente.

Felix deveria ter sua primeira sessão de terapia na próxima semana, mas Hyunjin desejou que pudesse ter sido antes, impaciente para ver o loiro começando a se sentir um pouco melhor, mesmo sabendo que levaria tempo.

Ele não se importava de sentar com ele em silêncio. Não se importava em apenas abraçar Felix pelas costas, deitados na cama e acariciando seu pescoço enquanto o loiro tentava respirar lenta e constantemente. Ele estava sofrendo principalmente com o conhecimento do sofrimento de Felix. Hyunjin desejou poder apagá-lo e pegar o frágil coração de Felix na palma de suas mãos para valorizá-lo, não deixando ninguém e nada ousar chegar perto dele.

Sempre que o via brincando com seu novo colar ou simplesmente segurando-o perdido em seus pensamentos, Hyunjin sentia uma sensação de alívio por ter conseguido dar algo físico como um lembrete de seu amor por Felix. Só podia esperar que o par de asas penduradas em seu lindo pescoço também fosse um lembrete de que Felix ainda era tão angelical e puro, independentemente do que o mundo o forçou a passar. Um lembrete de que ele era mais do que seu passado.

O desejo natural que normalmente tinha de mantê-lo seguro parecia ter aumentado dez vezes também. Hyunjin mal deixava o homem sair de vista e começava a se sentir impaciente sempre que Felix fazia algo tão simples quanto tomar banho.

E se ele estivesse enrolado nos ladrilhos do banheiro, chorando e tremendo sozinho?

Hyunjin cedeu às suas necessidades várias vezes, entrando para checar Felix, mas quando o loiro garantiu que estava bem e que queria ter esse tempo para si mesmo, Hyunjin tentou entender e deixá-lo em paz. Mesmo que seu coração ainda disparasse de medo sempre que os sons do chuveiro não o deixassem ouvir se Felix estava chorando ou não.

— Você sabe que não pode simplesmente trancá-lo em sua casa para sempre, certo? Eu entendo que você está preocupado com tudo o que aconteceu, mas tente não ficar muito preocupado a ponto de não ser saudável para vocês dois.

Minho disse quando os visitou, enquanto Felix se desculpou para usar o banheiro.

Hyunjin sabia que seu amigo estava certo. No entanto, Minho não conseguia entender como era sentir os pés fisicamente frios, o coração bater cada vez mais rápido e as pontas dos dedos suarem só de pensar que Felix poderia estar desmoronando em algum lugar fora de alcance. Em algum lugar Hyunjin não poderia ajudá-lo.

Isso o aterrorizou.

Ele sabia que era ruim quando foi ele quem tomou banho uma manhã e acabou tendo outro ataque de pânico ao pensar que havia deixado Felix sozinho por vinte minutos.

Ele não contou a Minho, nem a ninguém.

Ele estava apenas preocupado. Ele sabia que passaria, era muito recente, a memória de Felix no chão da cozinha, de Felix gritando de dor e desmaiando nos braços de Hyunjin, era muito recente, muito assustador.

Era estranho de certa forma, como só se sentia normal quando Felix estava ao lado dele, em seus braços, em sua linha de visão. Só então seu peito não se apertaria de medo e os cenários assustadores não tocariam como discos quebrados em seus pensamentos, até que ele também ficasse com dor de cabeça.

Catch me, if you can; hyunlix.Onde histórias criam vida. Descubra agora