28. ESTÁGIOS

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Atenção, leitores!

A partir daqui, os capítulos vão abordar explicitamente o tópico de câncer terminal. Como já disse, prezo pelo bem-estar de todos vocês então NÃO leiam se isso pode causar algum tipo de gatilho ou se não gostam desse tipo de conteúdo.

Esse é o último aviso, mas que vale para todos os caps a partir desse. Respeitem seus limites!

Agora, preparem-se para o capítulo 28: ESTÁGIOS.

Before You Go - Lewis Capaldi
"Bem, o tempo pode curar, mas isso ele não vai."

Josh

Tudo começou com fortes dores de cabeça.

Em um treino de futebol, aos 15 anos, errei um passe incrivelmente fácil ao ser atingido com uma pontada aguda de dor. Meu técnico e colegas de time estranharam, e fui colocado no banco de reservas.

No próximo jogo, fui questionado:

"Josh, não vai jogar hoje? Precisamos de você no time!"

– Não, cara – respondi. – Estou me sentindo péssimo de novo... mas vou assistir vocês, tá bom?

Para um adolescente fascinado por aquele esporte, não participar de um jogo parecia o fim do mundo. Contudo, eu tinha certeza de que era temporário. Era apenas uma pequena gripe, certo?

Todavia, nos próximos jogos em que tentava participar, caía no campo. Não conseguia receber, passar, chutar ou fazer qualquer coisa com a bola. Cheguei decepcionado em casa e logo avisei minha mãe: "Vou sair do time da escola."

Ela pareceu muito confusa, afinal, eu amava aquilo.

"Como assim, meu filho? O que aconteceu?"

"Simplesmente não sei mais jogar", informei. "Acho que perdi as minhas habilidades."

Ursula achou a situação muito suspeita e ainda brincou, perguntando se eu estava doente. Comentei sobre as dores de cabeça e a fraqueza e ela me medicou e garantiu que eu estaria melhor em poucos dias. No dia seguinte, entretanto, não consegui ir à escola.

A dor aumentara absurdamente, e havia começado a sentir náuseas e desmaiar repentinamente. Meus músculos estavam ainda mais fracos, e eu só tive forças para ir até o banheiro a fim de vomitar.

Naquele ponto, meus pais e meu irmão mais velho, Jonah, se preocuparam – Jaden era ainda muito novo para entender. Ursula logo informou que teríamos que ir ao hospital, algo que não acontecia com frequência naquela família.

Uma bateria de exames foi realizada dos pés à cabeça, mas nenhum profissional conseguia chegar a uma conclusão. Os sintomas, porém, iam piorando dia após dia.

Decidimos que tirar um tempo da escola era a melhor opção. Noah, já meu melhor amigo na época, visitava-me todos os dias em casa para "me passar a matéria". Quando chegávamos em Francês, era eu quem tinha que ser o professor porque... bom, meu amigo era um desastre.

"Noah, você não sabe ler um simples artigo em francês?"

Os dias iam se passando, e as visitas iam aumentando. Eu não ia voltar tão cedo para a escola, já que passara por 4 médicos e nenhum deles encontrara uma solução.

O quinto, finalmente cogitou câncer.

Entrando em uma máquina para analisar cada parte do meu corpo, cruzei meus dedos, desejando que ele estivesse errado. Não, eu não podia ter câncer.

Room 369 | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora