36. ESTRELAS

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Tattooed Heart - Ariana Grande
"Não, não precisa ser pra sempre
Só enquanto eu for o nome tatuado em seu coração"

Josh

Item 03: Ver Taylor Swift ao vivo. ☑

Item 12: Dormir sob as estrelas. ☑

A Lover Tour era um sonho. E eu estava vivendo-o.

Quando Taylor entrou no palco pela primeira vez, achei que não iria aguentar em pé. Sim, eu sei que parece dramático, mas aquilo era tudo o que eu mais queria desde meus 9 anos.

No começo, me belisquei para certificar-me que aquilo não era um sonho, e cheguei a conclusão que não. Todas as músicas cantadas tinham significado para mim, então gritei até não conseguir mais.

Taylor estava tão perto que sentia que olhava diretamente para nós — obviamente, Gabrielly nunca compraria nada além de ingressos VIP 's.

E claro, a garota estava vivenciando tudo aquilo comigo. Embora sempre me provocasse, dizendo que nunca ouviria as músicas que eu tanto gostava, Any berrava com todas as suas forças.

Quando Lover ecoou pela gigante arena, enrolei Any à minha volta. Aquela música representava muito bem vários de meus sentimentos por ela.

Ela sabia disso, então mirou-me com seus olhos apaixonados e eu retribui o olhar com um beijo. Sem pensar muito, já estávamos nos beijando no decorrer de toda a música.

Agarrei a sua cintura e continuei, intensificando-o ainda mais. Algumas vezes, parávamos para respirar e soltar uns sorrisinhos satisfeitos. Em um desses momentos, percebi que as pessoas à nossa volta estavam gritando, animadas por nós dois.

Peguei a mão de Any e dei-lhe um beijinho, o que fez a pequena audiência aplaudir, apreciando o último romântico – que era eu, claro.

Curtimos o show até o último segundo. Pulamos a cada música, gritamos com todas as nossas forças e no fim de tudo, acabamos esgotamos, mas satisfeitos.

Confesso que aquele não era um dos meus melhores dias, já que o câncer deixava-me cansado rapidamente, mas eu me forcei a não transparecer o mal-estar. Queria aproveitar cada momento com Any, e realizar um dos meus maiores sonhos, e aquela maldita doença não iria me impedir.

Sempre que sentia cansaço e parecia querer desmaiar, olhava para o sorriso estampado no rosto de Any. Quando queria colocar tudo para fora, sentia seus braços à minha volta. Any me dava forças.

Quando a performance acabou e tudo parecia um grande sonho,pegamos um carro de volta à realidade — o campus da Juilliard.

Ao chegarmos lá, entretanto, nos deparamos com o céu mais estrelado que já ocorrera em Nova York. O jardim era iluminado pelas estrelas e aquilo poderia ser, sim, uma das coisas mais lindas já vistas.

Eu não podia perder aquela oportunidade.

— Any — chamei, ainda admirado pela paisagem. — Se eu te contar uma ideia maluca, você vai aceitá-la?

Ela ponderou, e admirei-a por alguns segundos.

— Provavelmente.

— Bom... — comecei, me aproximando. — Uma das coisas que sempre quis fazer é dormir sob as estrelas. Não acha que esse é o momento perfeito?

— Olha, não é uma ideia nada responsável, Joshua... — começou, provocando uma expressão decepcionada em meu rosto. Quando continuou, porém, isso logo mudou: — Mas é claro que eu topo!

Any pegou em minha mão e puxou-me para o ponto mais escondido do jardim, que já era praticamente nosso. Lá, tinha-se a vista perfeita do céu e o espaço ideal para nos deitarmos.

Foi o que fizemos: Any encostou sua cabeça em meu peito e enrolou-se no meu casaco por conta do clima frio. As estrelas pairavam sobre nós e por um momento ficamos em silêncio, apenas apreciando-as.

Todo o cansaço do dia animado se descarregou ali. Por incrível que possa parecer, a grama era um colchão confortável.

Beijei e acariciei sua cabeça enquanto caímos no sono. Any obviamente dormiu primeiro, o que não foi de todo ruim: pude encará-la pelo tempo que quisesse, e percebi vista melhor do que as estrelas.

Seu rosto era perfeito, e não pude encontrar sequer uma imperfeição. Era incrível como tudo se encaixava em harmonia: seu nariz, reto e pequeno, combinava perfeitamente com sua boca delicada e avermelhada. Seus cabelos tão admiráveis combinavam com o cílios longos e escuros. Agora, dormindo, sua expressão pacífica contribuía ainda mais com a beleza natural.

Eu estava congelando, tremendo por conta do frio — com a minha imunidade tão baixa, com certeza iria pagar por aquilo no dia seguinte —, mas aquilo não importava. Sentia Any presente, o que era muito mais importante.

Poderia ficar ali para sempre.

E ficaria, se a vida não fosse tão injusta.

...

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