VIM PRA FICAR.

681 35 17
                                    

Capítulo 9

Antônio

Desde que cheguei em casa, estive ansioso, esperando por ela. Tínhamos marcado para a tarde, e eu inicialmente tinha a intenção de preparar um lanche, mas o nervosismo me paralisou de tal forma que permaneci imóvel no sofá. Até que finalmente ela chegou, deslumbrante em um vestido fluido branco que a fazia parecer um anjo. Meu anjo.

Era evidente que ela também estava nervosa com essa conversa, assim como eu. Amanda mencionou que escolheu o vestido como um sinal de bandeira branca, e no momento em que gargalhamos juntos, meu coração só desejava que o tempo parasse naquele instante, para que eu pudesse viver sempre com o som de sua risada ecoando e o brilho de seus olhos que me hipnotizavam.

Me desculpa? - Eu disse, tocando levemente seu rosto, fazendo-a fechar os olhos e se aconchegar em minha mão.

Exatamente pelo o que? - Ela respondeu, ainda de olhos fechados.

Por não conseguir te ver com outra pessoa sem que isso me quebre em mil partes. - Falei de uma vez, expressando o turbilhão de sentimentos que me dominava naquele momento.

O olhar dela se abriu novamente, dizendo que compartilhava do mesmo sentimento que eu, ao me ver com Bella. Ali, a centímetros de distância, compartilhamos um momento de honestidade e vulnerabilidade que nos aproximou mais do que nunca. Por isso, Amanda quis se levantar e ir embora, eu não podia deixar, não sabendo que ela podia sentir por mim mesmo que eu sentia por ela. A puxei pelo pulso assim que ela tentou se levantar e distanciar de mim. Colando nossos corpos e deixando nossos lábios próximos demais. Eu já sentia latejar dentro do meu peito uma chama quente, que eu nunca havia sentindo por mulher nenhuma.

-Me diz se ele te faz sentir tantas coisas assim? Falei em um sussurro.

Seu corpo todo se arrepiou com a pergunta. Aproximei-me e a beijei com desejo, como se estivéssemos nos agarrando à última chance de nos reconectarmos.

O beijo que se seguiu foi intenso, cheio de amor e desespero, como se estivéssemos nos reencontrando após um longo período de separação. Nossos corpos queimavam com a paixão do momento, e nossas mãos buscavam conforto e proximidade.

Quando finalmente paramos de nos beijar, nossas respirações estavam descompassadas, e nossos olhares permaneceram conectados. Acariciei suavemente seu rosto e murmurei:

Não precisa dizer mais nada. Eu já sei a resposta.

Após o beijo, Amanda se aconchegou em meu peito, e ficamos ali, imersos naquele momento que parecia não ter fim. Enquanto eu acariciava seus cabelos loiros que tanto amava, desejei que pudesse morar naquele instante, sabendo que a mulher que eu amava também compartilhava desses sentimentos. Amanda era minha perdição e também minha salvação, e eu estava disposto a enfrentar qualquer desafio para tê-la em minha vida novamente.

Ela levantou o rosto, apoiando o queixo no meu peito, revelando um mistério em seu olhar que eu não conseguia decifrar. Um sorriso se formou em meus lábios, iluminando meu rosto.

Preciso ir. - Ela disse, já se levantando.

O quê? Por quê? - Perguntei, estranhando sua reação.

Antônio, isso não é certo. - Ela afirmou com firmeza.

O que não é certo? Amanda, por favor, não vá embora. Fique aqui, eu preciso de você. - Falei quase implorando.

Antônio, eu não posso. - Ela disse, com os olhos cheios de lágrimas.

Por que não? Durma comigo, podemos pedir a pizza que você ama ou eu posso cozinhar seu steak tartare. - Eu sugeri, desesperado.

CORPO EM CHAMAS (DOCSHOE)Onde histórias criam vida. Descubra agora