OPORTUNIDADE DE EXPLICAR

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ANTÔNIO

Acordei na minha casa em Miami com os raios do sol filtrando pelas cortinas, aquecendo o quarto. Era um dia quente e ensolarado, típico da Flórida. Estiquei os braços e bocejei, ainda sonolento, antes de me levantar da cama.

Caminhei até a cozinha e liguei a cafeteira, o aroma do café moído enchendo o ar. Enquanto a máquina fazia seu trabalho, fui até a geladeira e peguei um pouco de leite. Minha mente divagava enquanto esperava a bebida ficar pronta.

Com a xícara de café quente em mãos, me dirigi à sala de estar e me sentei em frente à janela que dava para o lago. A vista era espetacular, as águas calmas refletindo o brilho do sol. Enquanto tomava o primeiro gole, minha mente começou a vagar por lembranças do passado.

Amanda, sempre Amanda. Eu sentia saudades dela, mais do que poderia admitir. Lembrava-me de como era bom quando ela estava aqui, seu sorriso contagiante e seu jeito cativante..

Mas, naquele momento, uma sombra de tristeza invadiu meus pensamentos. Amanda tinha partido quando Henrique sofreu aquele terrível acidente. Minha raiva por ela ter ido atrás dele me consumiu por um instante. Por que ela tinha que fazer aquilo?

No entanto, rapidamente me lembrei de que Amanda tinha um coração genuíno. Ela era assim, sempre disposta a ajudar, a cuidar das pessoas que amava. E talvez, naquele momento, Henrique precisasse dela mais do que eu. Isso fazia parte do que me fazia apaixonado por ela. Ela era alguém especial.

Decidi pegar meu celular e ligar para Amanda, sentindo a necessidade de ouvir a voz dela. Pressionei o número dela e aguardei ansiosamente. No entanto, o telefone tocou várias vezes, mas ela não atendeu. Comecei a ficar preocupado.

Tentei novamente, discando o número de Amanda uma vez mais, mas o resultado foi o mesmo, nenhuma resposta. Aquilo estava começando a me deixar inquieto.

Decidi tentar algo diferente. Peguei o telefone fixo e liguei para a casa de Amanda, esperando que ela estivesse lá. Enquanto a ligação era encaminhada, minha mente estava cheia de perguntas. Por que ela não estava atendendo? O que estaria acontecendo?

Finalmente, alguém atendeu o telefone no outro extremo da linha, e uma voz surpreendentemente familiar respondeu: "Alô?".

Fiquei sem palavras por um momento, incapaz de articular uma resposta. Era a voz de Henrique. M O que ele estava fazendo na casa de Amanda?

-Henrique? O que você está fazendo aí? - minha voz saiu trêmula enquanto eu tentava entender a situação.

Henrique continuou a falar "Alô? Alô? Quem está aí?". Ele parecia não me ouvir ou reconhecer. Minha mente estava em tumulto, e eu não conseguia entender como ele estava na casa de Amanda quando eu esperava que estivesse em tratamento médico.

As perguntas e preocupações se multiplicavam, mas eu estava paralisado naquele momento, incapaz de dar uma resposta a Henrique. A única coisa que eu tinha certeza era que a situação havia se tornado ainda mais complexa e confusa, e eu precisava de respostas.

Finalmente, consegui encontrar minha voz e perguntei com urgência:

— Henrique, onde está a Amanda? Por que você está na casa dela?

Houve um breve silêncio, e então Henrique respondeu de uma maneira que parecia maldosa e provocativa:

— Oh, Antonio, você está procurando a Amanda? Ela ainda está dormindo. Você sabe como ela gosta de ficar na cama até tarde.

CORPO EM CHAMAS (DOCSHOE)Where stories live. Discover now