Delegacia / Parte 2

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Bryan fechou a porta, por trás de mim, depois de me contar sobre como ele poderia se foder por conta disso, se eu não fosse cuidadosa. E, quando eu vi seus olhos encontrarem os meus, parecia que todo o ar desse lugar havia sumido.

A linda íris verde de Will estava cercada pela vermelhidão, porque ele tinha chorado. E o fato de ele não fazer isso com frequência me deixava quebrada. Completamente quebrada.

—Meu amor... -ele chamou.

E eu solucei no mesmo instante, sem saber o que fazer. Sem acreditar no que viria agora e triste demais para pensar em aproveitar esses últimos segundos.

Talvez, agora, eu só consiga ver Will de tão perto no dia do julgamento. Ele ia ficar em uma prisão preventiva, enquanto aquilo não ocorresse. E depois... eu não tinha a menor ideia.

As lágrimas queimavam a minha garganta, mas não jorravam. Talvez, eu já tivesse chorado demais. Talvez, o meu corpo não aguentasse mais derramar mais água. Ou sangue. Ou nada parecido.

—Meu avô já contou tudo. -ele falou, confuso sobre por onde começar, porque essa era a nossa última oportunidade de conversar até ele estar atrás das grades —Eu devia ter matado-o.

Balancei a minha cabeça, em negativo, sem saber o que pensar sobre a declaração, mas tendo a certeza de que aquilo nunca poderia acontecer. Ele sequer deveria encostar em Martin. Ele não deveria ter feito nada.

E eu nunca devia ter trazido Will para o estresse da minha vida...

Tanta coisa poderia ter sido evitada, se eu nunca tivesse ido àquela sessão de cinema com ele. Tanta coisa poderia ser diferente e... no fim, eu sabia que era egoísmo pensar que não deveriam ter sido. Porque eu não tinha certeza se aguentaria os últimos dois anos da minha vida, se eu não tivesse ele comigo.

E agora eu não teria.

—O que ele acha? -perguntei, trêmula, procurando um pouco de esperança.

Porque quando eu contei tudo ao Senador, ele não teve tempo de processar direito. E eu, também, não estava conseguindo falar coisa com coisa.

—Acha melhor você fazer o que Martin está mandando. -Will respondeu, com nada além de desgosto na voz —Os outros vídeos, Emmy... eles podem causar um escândalo muito maior.

Tentei engolir em seco, mas aquele bolo se formando em minha garganta me impedia.

Eu queria gritar com Will. Com Kai e Damon, também. Porque não era para ser assim. Não era para eles terem documentado porra nenhuma e...

E um dia, eu me lembro de ter dito a Trevor Crist, sobre aquilo. Eu lembro do meu orgulho em minha garganta, ao declarar que eles eram idiotas e que seria muito fácil colocá-los na cadeia, porque os sobrenomes não os protegeriam, se os vídeos estivessem circulando.

Eu gostaria de nunca ter falado aquilo. Era algo óbvio, claro. Mas parecia que as minhas palavras estavam amaldiçoando toda a situação e... eu nunca imaginei que aquilo pudesse acontecer, de verdade. Nem antes de eu namorar Will. Nem nunca. Eu nunca quis vê-lo fodido...

—Não quero você se associando com ele. -Ele continuou, balançando a cabeça, perdido —Eu não quero. Isso me enoja. Mas, parece que não há outra maneira de evitar o pior.

Eu não queria assinar aqueles papéis. Era mais do que apenas me associar a Martin ou dar um jeito de eles ficarem quietos. Era diminuir a culpa que ele tinha sobre os meus machucados, sobre as contusões...

—Minha família vai ficar quieta. Mas, se não houver algo mantendo os Torrance calados, ou até mesmo os Mori, eu... não sei o que pode acontecer. -Will concluiu.

NIGHT CHANGES | Will Grayson - DEVIL'S NIGHTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora