E se o Will tivesse corrido atrás da Emory, quando ela fugiu, com lágrimas nos olhos, pelo corredor da escola? E se eles tivessem namorado, no ensino médio?
"-Diga o que sente por mim, de verdade. -Will pediu, parecendo um cachorrinho perdido e dese...
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Não muitas coisas eram capazes de ofuscar a beleza de Damon Torrance.
Mas, olhando-o daquela maneira, eu diria que uma surra dada por Gabriel e os seus homens poderia se tornar uma delas.
Porque, vendo o seu rosto todo roxo, os seus lábios cortados ou os resquícios de sangue no nariz, a última coisa que eu poderia pensar era em como Damon tinha feições bonitas. Eu só tinha pena dele.
Torrance me xingaria, se eu falasse aquela palavra em voz alta. Mas... é. Eu estava com um pouco de pena dele. E de Will. E de Kai. E de mim mesma, porque estava tudo desmoronando em cima da minha cabeça e da deles.
Eu o observei, esperando que o homem levantasse a cabeça para me olhar, mas ele não o fez. Ao menos, não de imediato.
Inclinei o rosto, tentando buscar alguma expressão facial que me desse um sinal, mas... era tão difícil tirar qualquer mensagem de Damon, quando ele não queria falar. Ou, até mesmo, quando ele queria.
Senti os meus batimentos se tornarem lentos e fortes e minhas pernas ficarem bambas. O sangue ia direto para as minhas terminações do pescoço e eu sentia que meu coração sairia pela boca.
Náusea.
Eu estava completamente nauseada.
E tudo apenas piorou, quando vi seus ombros tremerem um pouco e ele tirar a mão no rosto. Uma pequena risada. Talvez, um recado prévio.
—O que você sempre dizia, sobre nós? -ele jogou, com expressões de escárnio, finalmente me observando —Um bando de aspirantes a gângsters que se acham muito assustadores e se escondem no privilégio dos sobrenomes.
Apesar da minha vontade de me contrair, eu não o fiz.
E eu não parei de ter aquela opinião, porque me apaixonei por Will.
Eu continuava achando aquilo. E, se aquele pensamento não tivesse cabimento, não estaríamos todos aqui, agora.
Por mais que eu soubesse que as coisas não eram tão simples quanto eu achava e que todos tinham os seus próprios demônios, me afastando aquele pensamento de que eram todos desmiolados sem problemas na vida, eu ainda os achava inconsequentes.
Por Deus, olhe os vídeos. Olhe o conteúdo daquilo. Que outro tipo de pessoa faria uma coisa daquelas?
Eu entendia o desejo de adrenalina. Eu o senti, várias vezes, estando com Will e fazendo coisas que eu, normalmente, não faria. Mas... eu jamais deixaria documentado, por aí.
—Parece que o sobrenome não nos protegeu, dessa vez. -sua voz veio tão carregada, que quase me fez tremer.
Nunca achei que eu fosse desejar uma coisa daquelas, mas eu queria que sim. Eu queria que os tirassem daqui.
São as famílias mais poderosas da região, eles... eles não podiam ficar...
—Graças ao seu irmão. -Damon concluiu —Você e ele foram um problema na vida de Will.
