Segunda Geração / P2

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Ivarsen Torrance

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Ivarsen Torrance.

Mente vazia é oficina do diabo.

Estava tudo bem, enquanto eu me ocupava na empresa. Enquanto eu me distraia com orçamentos, burocracias e conversas divertidas lá dentro.

Não estava tudo bem, agora que eu dirigia de volta para casa. Não estava tudo bem, quando o rádio começou a tocar a exata música que ecoava naquela casa, ontem, quando eu fiz Finn ficar totalmente, intrinsecamente, profundamente irritada comigo.

Eu me distrai bem. E tudo piorou quando William resolveu falar aquelas coisas sobre estar apaixonado e seja lá o que ele sente pela sua mulher.

Porque nunca aconteceu comigo. Eu nunca dormi e acordei com uma pessoa em minha cabeça. Eu nunca prestei atenção nos horários em que nós poderíamos nos cruzar. Eu nunca tive ciúmes de uma mulher, muito menos de uma que sequer esteve na cama comigo, alguma vez.

Exceto que, talvez, eu sempre tenha pensado nela. No jeito como Finn é irritantemente vaidosa, e isso sempre me perturbou, já que, quanto mais linda ela está, mais as pessoas olham para ela. No jeito como ela olha para mim como se quisesse comer o meu cérebro no jantar, e sempre revira os olhos para as minhas piadas. Como ela sempre casualmente se afastava, quando eu chegava mais perto, e a maneira como as bochechas ficam vermelhas, quando minhas mãos a tocavam.

Eu sempre fui carinhoso com Athos, Jett e Indie. Mas eu não me lembrava qual havia sido a última vez em que eu tinha abraçado Finn.

Ela me travava. E me perturbava, todo tempo.

Não que eu estivesse apaixonado por ela ou coisa do tipo -isso estava longe de ser verdade-, mas era incômodo. Era insuportável. Eu odiava.

Assim como odiei a sensação dos meus nervos me matando, quando eu reconheci aquele cabelo castanho gigantesco, as pequenas saias e o andar singelo, no meio da rua. Perto do anoitecer.

Era como se toda vez que eu a visse, meus extintos ruins subissem ao meu corpo. Era como se eu me tornasse uma pessoa desconhecida e detestável. Como se eu pudesse matar alguém, se ele olhasse de maneira minimamente errada para Finn.

Porque eu vi essa garota nascer, e brinquei de Barbie com ela, quando meu pai mandava. E não por outro motivo.

Mas eu não sabia porque todas aquelas sensações eram tão afloradas, perto dela. Ou porque a minha mente me convencia de que eu não teria arrumado uma briga em uma festa cheia de menores de idade, se fosse Jett no colo daquele cara, ao invés de Finn.

Não que eu me arrependa disso. Ela estava embriagada. Não devia ficar com ninguém, naquele estado.

Eu respiro fundo, antes de me aproximar da calçada, com o carro. Finn vira em direção ao lugar onde me encontro, mas logo que percebe quem é, vira o rosto. E volta a caminhar. Sem me dizer um maldito oi.

NIGHT CHANGES | Will Grayson - DEVIL'S NIGHTWhere stories live. Discover now