Pesadelos / Parte 3

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Emory vendou os meus olhos.

Isso, normalmente, seria uma coisa extremamente sexy e que me divertiria muito. Mas Emmy está dirigindo o meu carro, e ela dirige muito mal, então, eu me sinto um pouco assustado.

Minha mão aperta a sua coxa, quando ela passa por uma lombada alta demais, de forma brusca, me assustando.

Eu já havia encontrado uma nova missão para os próximos meses: ensiná-la a dirigir como um ser humano normal. O que era uma das poucas coisas em que eu era melhor que a minha mulher.

—Eu espero que estejamos indo a alguma festa bacanal muito divertida, para valer a pena a destruição do meu carrinho...

Ela dá uma risada amarga.

—Por que eu te deixaria ver outras mulheres peladas?

—Eu estou vendado. -dou de ombros —Então, tecnicamente, não consigo ver.

—Tecnicamente, é melhor você não insinuar que se divertiria com outras mulheres peladas.

Dessa vez, sou eu quem solto uma risada. E uso minhas mãos para tateá-la e descobrir onde está a sua bochecha e, então, depositar um beijo na carne macia.

E dou mais um beijo, inspirando o cheiro adocicado dela.

—Eu nunca conseguiria.

—Resposta certa, apesar de não verdadeira. -ela diz, com uma voz divertida —E nós chegamos.

Provavelmente, é verdadeira sim. Eu nunca vi outra mulher sem roupa, desde que nós começamos a namorar. E, honestamente, nunca senti vontade alguma.

Uma parte de mim, acredita que, se um dia Emmy me largasse, eu viveria em celibato completo. Enquanto a outra sabe que, se eu entrasse nesse estado de miséria, a minha mente procuraria todas as distrações viciosas possíveis.

Não sei.

Não penso muito sobre. Não gosto de imaginar uma realidade em que não estamos juntos.

Ouço a porta do motorista se fechar, e, em seguida, ela está ao meu lado, me ajudando a descer do carro.

Quando eu coloco os pés no chão, seguro a mão dela e começo a dar passos em direção ao lugar onde ela me guia, meu corpo se arrepia. Como se esse cheiro fosse conhecido. Ou a sensação do piso, sob os meus sapatos. Ou o rangido da porta, que poderia ser resolvido com uma facilidade absurda...

Ouço-a dar risadinhas, o que é estranho para alguém que estava chorando há tão pouco tempo, mas resolvo ignorar essa questão.

Ela não quer conversar sobre o que levou-a aos prantos, 30 minutos atrás. Ela tem algum tipo de plano, sobre alguma coisa que eu não entendo, e quer que eu abrace aquilo. Então, eu o faço.

Meu coração bate rápido. Tão rápido que eu acho que pode sair pela boca, quando Emmy abre uma última porta e me manda parar.

—Posso tirar isso? -pergunto, quase engasgando.

Ela responde em afirmativo, depois de vários segundos.

E tento entender alguma coisa, quando pisco e vejo que estamos na piscina da nossa escola. Emory tensa em minha frente, usando o seu antigo maiô, que agora fica apertado nos músculos do seu quadril.

—Emmy, o que...

O que isso significa?

Por que diabos estamos na escola? Como ela conseguiu entrar aqui, em pleno domingo? Por que Emmy está vestida como aquela do ensino médio, que mexia com os meus hormônios de uma forma ridícula?

NIGHT CHANGES | Will Grayson - DEVIL'S NIGHTOn viuen les histories. Descobreix ara