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Carter

A segunda-feira começou com a rotina habitual. As aulas preenchiam o meu dia, proporcionando-me um momento de normalidade depois de um fim-de-semana... atribulado?

Eu nem sabia muito bem como definir os últimos dias, verdade fosse dita!

Assim que as aulas terminaram, enviei uma mensagem à Blake, combinando encontrar-nos num café próximo. Havia uma mistura de ansiedade e excitação enquanto me dirigia ao café. A nossa amizade estava a crescer, e eu começava a apreciar imenso a companhia dela.

O café estava repleto de estudantes ocupados com os seus portáteis e livros, criando uma atmosfera de concentração que me retomava à época em que eu era estudante. Assim que avistei a Blake, acenei-lhe e dirigi-me à sua mesa.

- Anna! - exclamou ela, levantando-se para me cumprimentar.

- Oi, Blake! - sorri, sentando-me.

Os nossos pedidos foram feitos, e enquanto esperávamos pelos cafés, a Blake não perdeu tempo em puxar assunto.

- Desta vez vais ter de me explicar tudo, Anna! - falou, com um brilho de curiosidade nos olhos.

- O quê? – perguntei, fingindo não entender o que ela queria.

- A amnésia súbita comigo não cola. – semicerrou os olhos, cruzando os braços – Tu tens um deus grego como meio-irmão e nunca te ocorreu contar-me?

- Deus grego? Não achas que estás a exagerar?

Os seus olhos arregalaram-se como se eu acabasse de a insultar ou algo do género – Estás maluquinha? Tu já olhaste bem para ele?

Sorri, achando a sua expressão exagerada.

- Ele é apenas o meu meio-irmão, Blake. Não é nenhum deus grego. - respondi, tentando não revelar mais do que o necessário.

A Blake inclinou-se para a frente, intrigada.

- Mas ele é bonito, certo? - insistiu, com um sorriso malicioso, como se estivesse a tentar comprovar algo.

- Sim, Blake, é bonito. – revirei os olhos - Mas também não é tudo isso que estás a afzer dele.

Ela anuiu com os olhos arregalados e lábios comprimidos, ainda de braços cruzados - Então? O que é que se passou no sábado?

- Dançamos, rimos, e, de repente, o Leonardo apareceu. – disse, sem demonstrar qualquer entusiasmo na minha voz.

- Leonardo, o deus grego a.k.a. meio-irmão? – riu-se a meio da pergunta.

- Sim, esse mesmo. – continuei sem mostrar qualquer emoção – Onde é que queres chegar com tudo isto? – eu não sabia bem o porquê de me sentir assim, mas as perguntas da Blake estavam a incomodar-me.

- Bem, houve olhares intensos, e em determinado momento, ele até te puxou para um canto para terem uma conversa mais privada. Por momentos pensei "Uau, isso está a ficar interessante!" - ela exclamou, com um sorriso sugestivo no canto dos lábios.

- Não foi nada de mais. Apenas uma conversa de meios-irmãos. – tentei desvalorizar a situação.

- Ahhhh Anna, não me venhas com essa treta. Existe uma tensão sexual clara entre vocês. – a Blake insistiu, parecendo entusiasmada com tudo isto.

- Blake, não exageres. Somos meios-irmãos. Não há nada para além de uma relação familiar. - argumentei, sem acreditar nas minhas próprias palavras.

- Se tu o dizes... Mas acho que há algo a mais nessa história. – a Blake provocou, de forma insistente - Caso contrário, porque terias tanta necessidade de frizar constantemente que vocês não passam de "meios-irmãos"? - perguntão fazendo aspas no ar.

TouchWhere stories live. Discover now