Capítulo 3

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A sensação foi avassaladora quando ele finalmente se afastou de Carolina

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A sensação foi avassaladora quando ele finalmente se afastou de Carolina. Meus olhos automaticamente desceram por seu abdômen trincado, uma visão surpreendente para um homem daquela idade. Cada músculo esculpido parecia desafiar a lógica e, involuntariamente, meus olhos não se desviaram daquele espetáculo de masculinidade. Sua barriga perfeitamente definida, pontuada por gotas de suor e algumas gramas coladas à pele, era quase hipnotizante. Era como se eu estivesse presa em um momento, absorvendo cada detalhe, enquanto o cenário inusitado da floresta ao redor desaparecesse temporariamente diante daquele foco surpreendente.

Deus, que jardineiro sexy é esse?

— Essa é a Juliana, filha do Antônio, não sei se você está lembrado.

— Mas é claro que eu estou lembrando.

Que afirmação foi essa?

Ele estendeu a mão para me cumprimentar. Dessa vez, seus olhos não desceram para o meu corpo, eles se prenderam nos meus. Levou a minha mão até a boca e a beijou. O cheiro de mato na sua pele, misturado com uma virilidade extrema, era tipo... um pedaço de mal caminho completo. Uma passagem direto para o inferno. Aquele gesto simples fez meu coração bater mais rápido, e eu fiquei meio atordoada com a intensidade do momento.

Que lábios macios e quentes. Calcinha, permaneça seca, por favor.

Ele jogou a minha mala por cima do ombro, e confesso que assustei um pouco.

Que força, meu Deus.

Não é à toa, olha só para esses braços gigantes, ombros e bíceps, qualquer um diria que esse cara tem força de sobra.

Depois, pegou a mala da Carolina agarrando pela alça, levando-a para dentro da cabana. E olha, a cabana mais parecia uma mansão no meio da floresta, sério. O contraste entre a rusticidade e o tamanho daquele lugar era surpreendente.

— Uau, Leo. Você reformou sozinho esse lugar?

— O que posso dizer? Seu irmão é mais que um corpo sarado. — ele olhou para mim enquanto caminhávamos lado a lado para a sala.

Será que é impressão minha ou isso foi um flerte descarado?

Eu meio que pisquei, tentando entender se era só brincadeira ou se tinha algo mais ali.

— E você, o que veio fazer no meio desse mato todo? — perguntou para mim.

— Ah, eu gosto disso. Faço faculdade de Biologia Ambiental. Gosto muito dessa coisa de ecossistema.  — ele riu. Só perguntou o que eu vim fazer aqui e quis dar o meu currículo inteiro para ele.

— É mesmo, Juliana? Você tem sorte, acho que posso te ajudar nessa área.

— Nossa, Leonardo. Eu agradeceria. Estou terminando um livro e já tenho data para o lançamento. Receio não poder dar a atenção devida a minha enteada.

Nossa que tristeza saber disso.

Seus olhos se desgrudam dos meus, apontando para o alto da escada e anunciando a chegada de um rapaz. Gente, lindo de morrer também. Cabelos negros com algumas luzes, arrumadinhos, uma camiseta preta com um desenho de banda de rock e calça jeans. Um detalhe de corte na sobrancelha imitando a lateral no cabelo. Brinco alargador. Ele desceu pulando de três degraus até chegar em nós. Fala sério, era um arraso!

Ele parou com as mãos nos bolsos enquanto Carolina o apresentava para mim como filho do Leonardo. Eu sabia que ele tinha um filho, mas não tinha ideia da idade ou que era tão lindo como o pai.

Que família é essa afinal? Genética perfeita.

Ele parece bastante com o pai, alto, cabelos pretos e olhos claros, a pele branca, mas o Leonardo é bem bronzeado. E que cheiro bom, parece ter acabado de tomar um banho. Mesmo assim, não se compara com a virilidade do pai ao meu lado. Os cabelos bagunçados, começando a ficar grisalhos, eram um charme que excitava demais. Imagina a experiência do senhor, cruz credo. E aquela mão com calos agarrando minha cintura com força.

Lá vou eu, fantasiar com um homem de 40 anos. Cinco minutos na sua presença e já sinto coisas que jamais senti com dezoito anos.

Saí do transe quando Gabriel me envolveu em um abraço. Percebi Leonardo se afastar e sua afeição mudar ligeiramente.

— Tia, que enteada linda. — Dei um sorriso simpático para ele.

Leonardo começou a subir as escadas levando as malas. Meus olhos não conseguiam deixar de admirar cada pedaço daquela força, daquele braço.

— Que bom que está aqui, Gabriel. — Carolina pôs a mão nas minhas costas, chamando minha atenção para ela. — Tem uma cachoeira aqui perto, vocês dois vão adorar. — Já no último degrau da escada, Leonardo, ouvindo a irmã, olhou para trás, fazendo nossos olhos se encontrarem.

Abri a boca para responder, ia dizer que adoraria ir até a cachoeira para um passeio com o Gabriel, mas Leonardo nos interrompeu chamando.

— É… as duas poderiam subir para escolher o quarto? Parece ter chumbo nessas malas.

Demos uma risada com o seu comentário.

— Eu preciso matar a saudade do meu sobrinho, escolha o quarto mais afastado possível para mim, Leonardo, preciso de silêncio para escrever. Juliana, você quer vir conosco ou Leonardo pode escolher qualquer quarto para você também?

Olhei para cima, ele ainda esperava a minha resposta. Era como se me chamasse para ir com ele, que sensação incrível eu estou sentindo. Olhei para o lindo do Gabriel, ele também esperava por uma resposta minha.

— Ah, eu vou escolher o meu quarto e desço já, já.

— Vou preparar um café, não demorem lá em cima. — agarrou o braço do Gabriel. — Vamos. — saiu puxando o sobrinho. Olhei para cima, de repente me senti acanhada com aquele corpo largo e forte me olhando, esperando que eu subisse. Um arrepio passou pelo meu corpo só de pensar em ficar sozinha com ele.

— Vamos, Juliana? — quando ele cantou o meu nome com a sua voz grossa nos lábios decidi dar o passo e subir.

Olhava para os meus pés com medo de tropeçar e passar vergonha na frente dele. Tinha certeza que seus olhos estavam no meio das minhas pernas e poderia ver a minha calcinha de tão curta que estava a saia.

Eu subia cada vez mais devagar, matando o coitado por dois motivos: o peso da minha mala nos ombros e o tesão de olhar para as minhas pernas.

Eu sei que sou bem bonita, no colégio, todos me elogiavam. Perdi a minha virgindade com 17 anos, com um carinha que curtia, mas tive que dispensar outros vários. Não posso dizer que tenho experiência com caras, eu só transei uma única vez e nem fui chupada. Eu só me tocava quando sentia vontade mesmo. Não me arrependo de me entregar para o valentão gato da escola, foi muito gostoso, mas depois que ele saiu contando para Deus e o mundo que eu ainda era virgem com dezessete anos, peguei raiva e me guardei.

Ser virgem com essa idade é coisa de outro mundo para aqueles idiotas. O valentão ficou se gabando de ter sido o meu primeiro. Servi de troféu para ele os amigos. Jurei que só ia beijar e mão boba, mas sexo não. Ainda pensei em só dormir com o meu marido, quando fosse casada.

Eu não sabia se ia aguentar, mas era o meu desejo.

Vendo Leonardo parado apenas alguns degraus de mim, eu sei que esse pensamento foi por água abaixo. Por mim, ele me pegaria agora mesmo, me jogaria na primeira cama que visse e seria amor a noite toda.

TITIO  - O CONTOWhere stories live. Discover now