Capítulo 18

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— Ju, vamos à cidade comigo? Quer comprar alguma coisa pra você? — Acordei com a Carolina batendo na porta do meu quarto

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— Ju, vamos à cidade comigo? Quer comprar alguma coisa pra você? — Acordei com a Carolina batendo na porta do meu quarto.

— Cidade? Vamos embora? — levantei assustada, eu não queria ir, não queria deixar esse lugar nunca mais, ainda mais depois do que aconteceu ontem na piscina.

— Não, Ju. Tem um bairro há uma hora daqui. Vamos comprar alguns mantimentos.

— Tá bom, vou com você.

— Não demore.

Ouvi um barulho vindo da janela. Levantei da cama e me debrucei no parapeito, tentando ver de onde vinha o som. Na região da piscina, não tinha ninguém, então estiquei meu tronco para fora, quase pendurada. Ao longe, avistei o Leonardo, com aquele macacão jeans rasgado e sem camisa, trabalhando firme com a enxada, cavando a terra perto de algumas árvores.

Eram sete da manhã quando corri para o banheiro e tomei um banho rápido. Optei por um shortinho jeans e uma blusinha com alça trançada nas costas. Penteei os cabelos e os deixei soltos. Peguei meu celular e cartão de crédito, colocando-os dentro da minha carteira, e desci para a cozinha.

Coloquei café na xícara, assoprei e dei um bom gole pensando que estava doce, cuspi quando senti a minha boca amargar.

— Leonardo só toma café amargo. — Carolina entrou rindo na cozinha. — Você precisa adoçar.

— Deixa, eu como alguma coisa na padaria.

— Vou tirar o carro. — deixei ela sair primeiro.

Passo a passo, me aproximei do Leo que capinava arduamente sob o sol fresco, usando luvas pretas. Os músculos das costas se moviam conforme ele desferia golpes firmes na terra. Sua pele bronzeada brilhava de suor.

— Buu! — tentei assustar, tocando a cintura com a ponta dos dedos. Leonardo sequer saiu do ritmo de trabalho, nem ao menos olhou para mim. — Bom dia, para você também. — continuou me ignorando, como se eu fosse um zero à esquerda.

O meu sangue esquentou.

— Sem educação. — reclamei, toda indignada. — Não vai falar comigo não? — cruzei os braços e esperei por uma resposta, mas mais uma vez, nada veio. Ele continuava metendo a enxada no chão e olhando fixamente no que estava fazendo.

— Vamos, Ju?  — Carolina gritou do carro.

— Se acha que vai me ignorar por muito tempo, está enganado, viu? — ele parou para esfregar o braço no suor da testa, junto com um suspiro arrogante.

Entrei no carro da Carolina e quando saímos, vi pelo retrovisor ele parado olhando na direção do carro.

— O que rolou com o seu irmão? Tá mais amargo que o café que ele fez. — perguntei enquanto passava o cinto.

— Gabriel foi embora.

Dei um pulo no banco.

— Ele foi embora?

TITIO  - O CONTOWhere stories live. Discover now