Arranquei o meu baby doll e limpei o excesso de sujeira, estava toda lambrecada e tremendo de frio. Leonardo foi buscar a minha mochila na tenda. Como pensei em tudo, tinha um pacote de lenço umedecido lá dentro. A chuva estava fraca, e como estávamos embaixo das árvores, mal nos molhava.
— Deixa que eu faço.
— O quê?
Ele me curvou, tirou o lenço e deslizou devagar na minha boceta com cuidado. Pernas e braços tremiam. Eu ainda tentava recuperar o meu fôlego.
— Droga, Juliana. Acho que te machuquei. — me entregou o lenço, havia um risco mísero de sangue.
— Acho que é normal. — Afinal de contas, ele me abriu completamente.
Leonardo deu uma mordida na minha bunda, o que me fez soltar um gritinho. Novamente voltou a me limpar, agora o meu traseiro.
— Precisamos sair daqui.
— Você não vai ficar?
— E perder a oportunidade de passar a noite toda com você? De jeito nenhum.
Me sentia tão feliz, a ponto de chorar, sem acreditar no que estava acontecendo.
Troquei de roupa no mato mesmo, joguei uma capa de chuva estilosa que o Leo trouxe. Ele jogou minha mochila nas costas, pegou na minha mão e me tirou de lá. A adrenalina de "fugir" com ele embriagava meus sentidos, enquanto a escuridão da floresta e a chuva intensificavam, trazendo uma vibe de incerteza, mas, evidentemente, havia paixão em nós dois.
— E a Carolina? Ela vai surtar quando acordar.
— A minha irmã tem o coração forte.
Fiquei confusa com aquilo.
— E se ela ligar pra polícia? — Ao atravessar a estrada, senti a água cobrir os meus pés, o rio que antes era calmo, estava agitado demais, parecia mar em noite de tempestade.
— Esse povo não vai sair desse lugar tão cedo, Juliana. Agora vamos correr, antes que a chuva piore.
Começamos a correr, as gotas de chuva queimam a pele do meu rosto. Eu queria gritar de alegria enquanto ele apertava a minha mão cada vez mais.
— Espera, por que eles não vão sair dali?
— Você faz muitas perguntas, Juliana. Curiosa, quando a gente chegar eu te conto.
— Chegar a onde? — ele deu um sorrisinho, mas me fez a egípcia total.
— Mais cinco minutos.
— Eu já estou morta, Leo. — Estava com as pernas muito fracas.
— Minha nossa senhora. — tirou a minha mochila das costas e me entregou. — Suba, Juliana. — curvou o copo na minha frente.
— Nas suas costas?
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TITIO - O CONTO
Short StoryA minha madrasta insistiu para que eu passasse um final de semana na tal casa na floresta. Eu e ela nunca nos demos bem, então imaginei que era mais uma tentativa de nos reconciliarmos. A surpresa foi descobrir que o "Tio Leo", irmão mais velho dela...