Capítulo 24

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Juliana me arrastou para um banho de chuva

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Juliana me arrastou para um banho de chuva. Nunca imaginei me metendo nessa. Quando mais novo, aprontei algumas, mas com o tempo, virei meio careta, antiquado. Engravidei a Clarisse quando ela tinha só dezessete anos, eu com dezenove.

Tudo o que não experimentei em anos de casamento ciumento, a Juliana me proporciona em apenas um final de semana. Ela é intensa demais, tipo um furacão varrendo os meus sentidos.

Como eu vou sentir falta dessa garota. Como eu vou superar a Juliana na minha vida?

— Não acredito! — ela deu um pulo ao encontrar uma caixa atrás dos livros na estante.

Eu analisava cada movimento do seu corpo. Aqueles cabelos tão lindos e a sua pele que agora estava fresca e perfumada. O seu vestido curto de sempre, conforme levantava os braços para pegar os livros, mostrava um pedaço daquela bunda apertadinha e gostosa.

Ela queria porque queria descobrir quem foram os donos dessa cabana velha, e acho que depois de tanta insistência conseguiu. Eu me levantei e abracei o seu corpo por trás.

— O que achou aí? — a caixa já estava aberta em suas mãos. Dentro havia algumas fotos antigas, em preto e branco. Juliana as tirou e duas alianças estavam guardadas debaixo das fotos.

— Será que eles eram os donos daqui?

— Provavelmente. O que é isso? — tirei uma folha velha, amarelada. Desdobrei e parecia ser uma carta.

Eu comecei a ler em voz alta:

“Se algum dia, porventura, alguém encontrar esta carta, saibam que estão no coração da história de um amor duradouro. Nossa cabana, testemunha de décadas de risos, lágrimas e momentos preciosos, foi construída com o alicerce do nosso compromisso mútuo.Recordem-se sempre dos dias de sol que iluminaram estas paredes e dos dias de tempestade que fortaleceram nossos laços. Cada viga conta uma história, cada canto guarda um suspiro de felicidade. Esta cabana não é apenas madeira e pedra; é a manifestação tangível do amor que compartilhamos.Não tenham receio dos desafios que a vida possa trazer. Nós enfrentamos nossos próprios obstáculos, mas sempre saímos mais fortes do outro lado, porque enfrentamos juntos. Que este refúgio seja um lembrete constante de que o amor verdadeiro é resiliente, capaz de florescer mesmo nas situações mais difíceis.”

Com amor eterno,
Beatrice & Henry [1982]

Olhei para a Juliana, a menina estava chorando. Dobrei a folha e a apertei nos meus braços. Ela olhava foto por foto e eu acompanhava.

— Eles tinham filhos, Leonardo. Olha essas fotos. — Ela segurava uma imagem com um bebê nos braços da mulher. — O que será que aconteceu?

— Eles morreram, Juliana. E os filhos não tiveram interesse em cuidar do lugar onde nasceram. Se fosse uma casa na praia, talvez tivessem até entrado na justiça. Mas quem diabos vai querer morar nesse fim de mundo?

— Eu queria.

— É mesmo, minha Bióloga Ambiental? — dei um beijo na sua boca. Devorei aqueles lábios delicados e bem desenhados. Já sentia o meu sangue ferver pedindo por ela. Afastei quando senti Juliana segurar algo na frente do peito.

Eram as duas alianças, o ouro ainda reluzia.

Peguei as alianças da sua mão e limpei na minha camiseta. Por dentro, os nomes, Beatrice e Henry.

— Minha Beatrice. — segurei a sua mão, encaixou perfeitamente em seus dedos.

— Nós podemos?

— Essa cabana está abandonada há anos, Beatrice. — Juliana sorriu lindamente.

— Tá bom, Henry. — percebi seu rosto perder o sorriso ao notar a marca da aliança do meu casamento ainda visível no meu dedo.

— Isso é passado, Juliana. Não fica assim.

— Eu tô legal. — enfim, pôs no meu dedo. Mas percebi que isso a abalou.

— Que foi, Juliana?

— Por que vocês se separam? — perguntou, como se aquilo tivesse engasgado há muito tempo na garganta. Dei um suspiro ao deslizar os meus cabelos para trás. — Tudo bem se não quiser me contar.

— Senta aqui. — pus ela sentada no meu colo, enquanto ainda olhava as fotos antigas nas suas mãos. — O meu casamento com a Clarisse sempre foi legal.

— Legal?

— É. Apesar dos ciúmes descabidos que ela sempre teve, desde jovem, mesmo assim não justificava uma separação de mais de vinte anos. Acontece que ela engravidou há três anos.

Juliana sentou de lado nas minhas pernas, para me olhar.

— Você tem outro filho?

— Ela perdeu. O médico disse que com a idade isso era inevitável.

— Caramba, Léo. O meu pai nunca me contou.

— Ele não sabe, Carolina e nem mesmo o Gabriel. Clarisse ficou mal e pediu que ninguém soubesse. Acho que só a mãe dela soube. Entramos num luto emocional. Depois daí, tudo foi de mal a pior. Ela começou a me rejeitar, mas os ciúmes só pioravam. Fazíamos de tudo para não brigar com o Gabriel em casa, mas quando o menino saia, a casa caia pro meu lado. Ela sempre foi uma mulher difícil.

Juliana me abraçou.

— Tudo bem, nem precisa falar mais nada. Sempre achei que a Carolina era a culpada por levar o meu pai embora, mas a verdade é que já estava complicado morar lá em casa. Se eu fosse mais velha, teria partido faz tempo.

— Devido às discussões?

— Eram terríveis. E quando o meu pai assumiu o namoro com a Carolina, a minha mãe só soube me colocar contra ela, sendo que discutiam há anos, nem sei como o meu pai aguentou ela. 

— Eu conheço a Carolina, Juliana. Ela nunca teria um relacionamento com o seu pai sabendo que ele era casado.

— Isso não faz diferença agora. Eu fui bem injusta com a sua irmã, só queria pedir desculpas a ela.

— Terá tempo para isso. Só esperar essa chuva passar. — Olhei pela janela, e percebi que chuviscava.

— Está virando noite, vamos sair agora?

— Impossível. Depois de muitas horas de chuva, a moto pode atolar no meio do caminho.

Apanhei algumas bananas de um pé atrás da cabana. Devoramos quase todos os enlatados que ainda estavam bons, o que não era muito. Estava prestes botar fogo na lareira quando a safada da Juliana ajoelhou nos meus pés.

— Que isso, menina?

— Tava pensando, você fez tudo o que queria comigo.

— Ah, Juliana. Ainda falta uma coisa.

— O quê, por exemplo? — já fez cara de safada ao jogar os cabelos para trás.

Eu não aguentei ver essa insinuação descarada. Ela deveria tá ardida, com o traseiro esfolado, e queria mais. Mas dessa vez, algo inédito para ela. Enfiei a minha mão dentro do short e acariciei meu pau duro como uma madeira. Juliana já lambia os lábios preparando para me chupar.

TITIO  - O CONTOWhere stories live. Discover now