Capítulo 12

8.2K 373 3
                                    

Quando chegamos eu já tentei correr pra dentro, mas Carolina já ouvia a moto aproximar e nos esperou na varanda

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Quando chegamos eu já tentei correr pra dentro, mas Carolina já ouvia a moto aproximar e nos esperou na varanda. Agarrou meu braço me impedindo de entrar:

— Por que vocês demoraram? Já é noite. — olhou para o Leonardo e notou o braço cheio de folhas. —- Gente, o que tá acontecendo? Gabriel se trancou no quarto.

— Deixa a menina entrar, Carol, Juliana está com dor de cabeça.

Carolina olhou confusa pra mim. Além da dor de cabeça, estava chateada por ele ter tirado as minhas mãos de forma grosseira da barriga.

Eu exagerei, confesso. Acho que até arranhei aquele abdômen maravilhoso. Me empolguei, mas não precisava ter quase arrancado o meu braço fora.

Dei uma rápida olhada para o Leonardo e subi pro quarto. Tirei o biquíni e fiquei totalmente nua. Me examinei rapidinho no espelho para garantir que não tinha mais nenhum sanguessuga grudado em mim. Peguei o celular e me joguei na cama, queria contar para as meninas como o dia estava sendo incrível, especialmente porque o irmão gato da Carolina estava por aqui.

"Você precisa estar online."

— Ah, que raiva!! — resmunguei quando meu celular pediu sinal pra conectar.

Permaneci deitada, reunindo coragem para encarar um banho naquela água fria, já que não consegui ajustar para a quente. Lembrava da nossa brincadeira, daquela pulada de pau, senhor. Aquele homem é muito abençoado. O nosso beijo naquela água. Foi tão rápido, impossível saborear completamente aquela boca, mas ainda podia sentir os lábios frios nos meus.

Nem vinte minutos depois ouvi alguém bater na porta.

— Juliana? — meu coração acelerou na hora que escutei sua voz rouca me chamando. — Trouxe o chá pra você.

Me enrolei numa toalha, totalmente sem jeito quando abri a porta, relembrando tudo o que rolou entre a gente. Os olhos verdes dele percorreram da toalha que me envolvia até o meu rosto. Ele segurava uma caneca, e dela saía uma fumaça.

— Está quente.

Leo estendeu a mão para mim, e eu peguei, dando uma sopradinha antes de dar um gole, enquanto ele esperava com uma mão apoiada no batente da porta.

— Uau... o que você colocou aqui? — o sabor era doce, refrescante, simplesmente incrível. Tomei mais uns goles.

— Hortelã, uma gota de limão e uma colher de mel, afinal, a mocinha aqui parece ter um paladar mais exigente.

Eu não estou sabendo controlar os meus sentimentos. O meu corpo queria explodir. Eu queria gritar por ele e já senti a minha região úmida sem uma calcinha para tancar a minha lubrificação. Eu provocava, mas quando ele devolvia, eu ficava sem chão, sem saber como reagir. Se fosse um cara mais jovem, talvez eu conseguisse lidar melhor, mas um homem experiente, com vinte anos de casamento e toda aquela vivência, me deixava completamente sem ação.

Devolvi a caneca para ele, e o cara segurou por cima da minha mão. Dei uma espiada para as nossas mãos entrelaçadas e, em seguida, para ele. Às vezes, ele recuava, outras vezes, ia pra frente.

Já que o tio Léo quer brincar, tô prontinha pro jogo.

Amaciei bem a voz.

— Eu queria tomar um banho, mas não consigo fazer aquela água esquentar. — ele notou na hora a minha provocação e deu um sorriso.

Esse sorriso.

Saiu andando, mas em direção oposta à escada. Notei que ele estava se dirigindo ao banheiro e, sem perder tempo, fui atrás. Leonardo abriu a porta dando espaço para que eu entrasse.

— Vou te mostrar como se faz. — colocou a caneca na pia e entrou dentro do box. Apertei a toalha contra o meu corpo, estava nervosa e nem sabia o motivo.

Eu sofria com essa parada de ansiedade. Minhas mãos suavam fácil, meu coração batia forte no peito, tipo, já prevendo os próximos lances que iam rolar nesse banheiro.

— Vem aqui, Juliana, tá com medo de mim? 

Dei um sorrisinho debochado e me aproximei dele. Leonardo estendeu uma mão até o chuveiro, puxou o pino de "desligado" para "verão".

Queria muito enfiar minha cara na privada de tanta vergonha que senti.

— Eu… eu pensei que aqui não tinha eletricidade. — tentei disfarçar tanta jumentice.

— Não são todos os cômodos, ainda preciso fazer algumas instalações.

Ele abriu o chuveiro, e a água quentinha começou a cair. Minha ansiedade tava dando uma trégua, dando espaço pra minha ousadia. Eu estava criando coragem pra aprontar alguma coisa enquanto ele ajustava a água morna pra mim. Dei um passo na direção dele.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Carolina apareceu na porta.

Leonardo saiu do box limpando as mãos na camisa do corpo.

— Juliana não sabia que tinha água quente.

— E tem?

— Vai me dizer que tomou banho na fria também? — ela riu com a pergunta do irmão.

Me senti aliviada, pelo menos não nos pegou falando besteira um para o outro ou coisa pior. Se tivesse chegado cinco segundos depois…

— Só neste banheiro, nos outros a água é fria. — ele concluiu, saindo do banheiro sem nem mesmo olhar para mim.

A aparição repentina da irmã deve ter dado um susto nele. Mas, acho que a Carolina não sacou nada. Ela só mandou que a janta estava quase pronta e pediu pra eu não demorar para descer.

— Ju?

— Oi.  — respondi, pondo o meu pé embaixo da água.

— Você tá bem?

— Tô,  por quê? — desenrolei a toalha, joguei por cima do box e entrei no chuveiro. Carolina arregalou os olhos.

— Ju, tem homens nessa casa.

— Qual o problema, Carolina? Gabriel nadou pelado. E também estou no banheiro. — Ela assustou mais ainda, fechou a porta e ficou me olhando enquanto eu tomava o meu banho tranquila. — Vai ficar mesmo me olhando?

— Gabriel ainda não saiu do quarto. Ele gostou de você, mas você um fora nele, foi isso?

— Não foi nada disso. — fechei os olhos para lavar os meus cabelos.

— Gabriel não é o seu primo, Ju, saiba que eu apoio um namoro entre vocês dois, e garanto que Antônio e o Leonardo não serão contra.

— Quem disse que eu estou interessada no Gabriel, Carolina? Ele é gatinho, mas não faz o meu tipo.

— Juliana…

— Posso tomar banho em paz? Que droga! — perdi a paciência com ela. Querer falar dessas coisas tudo bem, mas na hora do meu banho é demais. 

— Não demore. — Ouvi fechar a porta.

Me bateu uma bad pensando no Gabriel. Será que ele brigou com o pai? E por minha causa? Não deveria ter feito aquilo com os dois. Provoquei o Leonardo sabendo que o filho estava ali. Forçá-lo a mostrar o pau na frente do Gabriel, sinceramente, fui longe demais e teria que consertar isso.


TITIO  - O CONTOWhere stories live. Discover now