Capítulo 8

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Tava na varanda esperando meu pai e a Ju aparecerem já faz uns 10 minutos

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Tava na varanda esperando meu pai e a Ju aparecerem já faz uns 10 minutos. Uma demora, como se tivesse algo mega interessante rolando no meio desse mato todo. Aí, do nada, a Juliana chega puxando papo, me pegando de surpresa, enquanto eu pensava no que tava perdendo numa sexta à tarde com os meus amigos na cidade.

— Você também tá doido por uma internet? — perguntou, olhei para ela, vestindo um vestido branco e curto.

— Pensei que ia de maiô.

— Estou usando um biquíni por baixo. Você é bem safadinho, né?

— Mano, eu não me acho safado.

— Tem namorada?

— Não tenho não. E você, qual é a tua? — aproveitei pra tirar um pouco mais de onda com ela.

— Não! Então é bem safado.

— Só por que não tenho uma namorada?

— Bonito desse jeito. — elogiou, arrancando um sorriso meu.

— Você também, hein, gata solteira. Quem sabe seja uma safadinha? — a mina riu junto comigo.

— Pois é, pensando por esse lado, você tem razão. — estendeu as mãos, apoiando os braços na cerca de ferro, curtindo a vista das árvores. Comecei a ficar animado, não no sentido sexual, mas ela parecia ser bem gente boa por trás dessas roupas curtas. Só que a vibe mudou quando ela mencionou o velho. — E seu pai?

— O que tem ele? — já perguntei meio desanimado.

— Pareceu meio ríspido com você. Foram sempre assim ou ele está sofrendo pela separação?

Fiquei encarando ela, tentando sacar se tinha mais alguma coisa rolando por trás desses olhos. Curiosidade ou interesse no coroa?

Aí, escutamos o digníssimo chegando. Como eu já sabia que a cachoeira ficava longe, tinha jogado a chave da minha moto no bolso. A Juliana quis ir na garupa do meu pai e isso já me deixou ligado.

Enfim ela montou na minha moto e grudou no meu corpo. Me agarrando, pegando forte, não sabia se era por medo de cair ou estava me provocando.

Quando meu velho escorregou e caiu da moto, vi uma parada que doeu no meu peito. Os dois trocaram olhares, numa sintonia, pareciam...

Apaixonados.

Que loucura, ela acabou de chegar.

Ver o meu velho naquela, com outra mina que não é minha mãe, mano. Cheguei de moto e quebrei o clima justo antes do beijo rolar.

Acabei de sacar uma parada: tá rolando um lance entre os dois, é evidente pra caramba! Só quem não tá ligado que não percebe. Os dois tão nessa pegada devagar. E é isso que tá gerando essa atração toda.

Eu já manjava dessa tática. Quando a mina não chamava tanto minha atenção, eu chegava logo, sem rodeios. Agora, quando era uma que realmente me pegava, eu agia tipo um lobo, cercava de boa. E meu velho tá na mesma, fazendo exatamente isso. Só que a Juliana não é nada tímida, ela tá indo pra cima com tudo, sem medo.

Deu aquele aperto no peito, mano, um sentimento pesado me invadindo. Não conseguia decifrar se era ciúmes do meu veinho com outra, se era a mina preferindo ele, ou se era só o fato dela ser mais nova e mesmo assim meu coroa tava na dela. A Juliana é mais novinha que eu, pô, é bizarro, chega a dar uma sensação de nojo...

Mesmo que eu entenda o meu pai, Juliana é gostosa pra caralho e tá na dele. Mesmo assim tá me dando raiva, mano.

Um dispeito do caramba.

Tentei manter a vibe tranquila, fingindo que não percebi nada. Juliana dando aquele mole pro velho entrar na água, sem esconder o interesse. Já meu pai, na dele, respondendo na arrogância de sempre, sempre foi assim com geral.

Sabia que se deixasse os dois sozinhos, ia rolar algo. A tensão entre eles tava lá em cima.

Por isso, tirei a camisa e corri para a água. Tava top, bem gelada. A paisagem era massa. Entendi por que meu pai e minha mãe curtiam tanto esse lugar. Eles sempre vinham pra cá, praticamente todo final de semana. Eu adorava, só nesses dias conseguia levar a Kiara pra casa, já que a mãe sempre ficava enciumada pelo meu pai.

Nadava a braçada, de boa, tentando relaxar e dar uma esquecida naqueles dois. A parada é que, de repente, percebi que a Juliana tava demorando horrores pra cair na água. Olhei rapidão e vi ela de boa, sentada no meio das pernas do meu velho. Aí, mano, já deu uma tristeza do caramba.

Tive que dar uma disfarçada, porque os dois tavam me encarando, tipo me vigiando.

— Que se dane. — falei pra mim mesmo, mergulhando fundo e nadando até uma pedra gigante no meio do rio. Lá, eu subi à superfície; os dois já não podiam me ver, mas eu ainda conseguia dar uma espiada na cena.

Fechei a mão e mordi, tentando segurar a minha raiva ao vê-lo segurar os peitões da Juliana. Queria ter um celular aqui pra filmar toda essa parada. Minha velha adoraria saber que meu pai já superou e partiu pra outra, e essa outra, uma garota que acabou de fazer 18 anos. Os dois já estavam envolvidos, ela inclinou o pescoço para ele beijar, segurava a mão dele e ajudava a esfregar.

Um filme pornô dos bons, se ele não fosse o meu pai.

Meu estômago revirou e até senti umas lágrimas querendo brotar nos meus olhos. Nunca tinha experimentado essa mistura de raiva e ciúmes antes.

Cara, eu odeio meu pai.

E se ele tá achando que pode trair a minha mãe e ainda foder uma novinha de brinde, tá muito enganado.

Pode crer, mano. Ele vai levar uma surpresa daquelas. É só esperar minha mãe descobrir toda essa parada.

TITIO  - O CONTOOù les histoires vivent. Découvrez maintenant