🍁CAPÍTULO 12🍁

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🔸️Louis

Sentado em meio a uma baita papelada para analisar eu velo mais uma madrugada a fio tentando resolver problemas das empresas que ainda estavam me dando dor de cabeça. Tomo um gole do meu chá e olho as notícias na Internet, fala sobre uma onda de frio muito forte que vai assolar a Europa e chegar com tudo em Londres.

Enquanto assino alguns documentos me vem a mente a necessidade de cuidar dos gêmeos, quando o frio chega as coisas pioram para o Isaac, ele tem problemas pulmonares e o Levi tem uma imunidade fraca para certos tipos de gripes, por isso eu me preocupo tanto com ter os dois doentes, eu fico completamente transtornado em se quer pensar.

Enquanto minha velha ansiedade ataca minhas últimas reservas de serotonina eu pego mais um relatório sobre a família onde eu vivi por tantos anos da minha vida. Meu algoz como sempre afundado em dívidas, a sua esposa em meio a um caos que é ter um marido agressor e os filhos neste ninho de confusão imediata.

O que eu vou fazer com vocês? Eu disse em voz, fazia tempo que eu queria tomar a guarda dos meus primos mais novos, mas ser um ômega solteiro e por cima marcado em Londres como a propriedade das maiores famílias da Europa não colaborava muito, se eu fosse um alfa sim, mas quando se é um ômega tudo se torna difícil e mais complicado.

Por muitos anos eu ralei, suei e dei literalmente meu sangue pelos meus primos mais novos, os gêmeos podem ser meus filhos de sangue, mas os meus primos foram os meus primeiros filhos, pois eu os alimentei, eu cuidei quando estavam doentes, eu quem dormia no chão abaixo das suas camas quando eles tinham asma e não conseguia passar com os remédios em plena madrugada, eu quem os eduquei como um ser humano, eu os amei como nunca ninguém me amou na vida.

Fiz isso por quem eu era, não por que os pais deles me fossem bons, fiz por que amava e ainda amo e todas as noites minha consciência pesa por não tê-los comigo, seguro de pais abusivos. Olho as informações no relatório e vejo que o meu primo mais velho está fora, está no exército britânico, mais especificamente em uma viajem as ilhas maldivas que estão sendo ameaçadas pelo governo da Argentina.

Bom que esteja fora... falei pensando em como devo proceder com a inevitável batalha pela guarda das crianças. Pego meu celular e olho as fotos que tiraram dos dois, Asher está com oito anos e Madeleine com cinco, eu precisava os ver pessoalmente para saber que estavam bem, mas isso implicaria em eu sair de Londres e ir para minha cidade natal, ouço batidas na porta e tomo um leve susto.

Pode entrar. Falei fechando a tela do notebook. A porta se abre e vejo que é Oscar com uma cara de sono.

Estava passando para beber um leite e notei que estava acordado, quer me fazer companhia? Ele me perguntou.

Claro, eu estava indo dormir, quem sabe assim eu durmo mais rápido. Falei o seguindo, passamos pelo corredor e adentramos a cozinha, ele pega o leite e a torta, enquanto eu pego os talheres e copos.

Louis, deveria descansar meu amigo. Ele falou levando uma garfada em sua boca.

Não consigo, está mais difícil ultimamente. Eu o expliquei, desde que chegamos eu estou meio adoentado, indisposto, acho que é a doença pela distância com os alfas.

Sabe o que é, não? Oscar me fitava com os olhos em pronto.

Sim, eu estou sentindo eles mais fortes a cada minuto. Eu falei sentindo a sensação de submissão.

Como assim, fortes? Em que sentido? Ele me perguntou curioso.

É que eu refiz as conexões mentais com eles, não suportei mais o gasto de energia para sustentar isso. Quando foi passando o tempo estou cada vez mais sentindo a dominância deles sobre mim, dominância é o poder que os alfas tem de fazer os ômegas os obedecerem. Eu falei tentando explicar.

Ah... me diz, isso dói? Os olhos castanhos me olhavam com uma repentina curiosidade.

Não, só me faz... me faz sentir necessidade deles, como se eu ficasse mais fraco, sonolento, sensível e mentalmente menos apto a tomar decisões importantes... aos poucos me sinto assim. Eu lhes falei com clareza.

Nossa, isso é bem diferente. Como soube que eles eram seus alfas? Oscar tornou a me questionar.

Bem... eu não sei explicar direito, nos primeiros dias eu tentei negar, mas pela primeira vez, digo, o primeiro contato foi meio que um flerte sem muita coisa especial, eles me olhavam com curiosidade... mas a partir do segundo era diferente, eles já podiam impor a dominância e a cereja do bolo é o alfa interior tomar posse da consciência e isso se evidencia pela mudança da cor dos olhos e da personalidade. Falei me lembrando da noite da floresta.

Ah... entendi. Ele falou meio sem jeito, Oscar não era assim, ele me contava tudo, éramos irmãos praticamente.

Quer me dizer alguma coisa? Eu lhes pergunto. Seu semblante fica mais ansioso e apreensivo, isso é estanho.

Não... é, eu só queria saber mais sobre essa história toda de ômega e alfa, meus avós nunca tocaram bem no assunto. O rapaz de olhos castanhos falou.

Sabe que pode me dizer qualquer coisa, né? Se precisar estou aqui, falou com o Yan ainda? Eu fui logo na raiz da questão.

Ah... eu acho que sim. Ele disse meio nervoso.

Certo, certo, só tome cuidado, ouviu? Eu o alertei, depois disso a gente foi cada um pro seu quarto, chegando no meu eu troco minhas roupas por meu pijama de seda que me deixa mais confortável, abro as janelas para que fique mais ventilado o ambiente, mas ao sentir um cheiro forte exalando no ar eu desisto da ideia, fecho as janelas e as cortinas, ligo o ar condicionado e me deito na cama.

Alguns minutos depois ouço meu Levi choramingar, o pego no colo e checo se tudo está bem, de fato estava, acho que deve ser alguma cólica repentina, por isso resolvo pegar os dois alfinhas e os deitar junto a mim na cama, segurando os dois com dengo eu deixo meus feromonios varreram o ambiente com meu cheiro que os acalma, nessa bolha de amor se tornou fácil pegar no sono.

Continua...

PAIXÃO POSSESSIVA II (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now