🍁CAPÍTULO 13🍁

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🔸️Max

Acho que estamos progredindo Sr. Lamarck! Meu fisioterapeuta falou depois que eu dei algumas passos, claro, eu estava apoiado em duas barras de ferro, mas de toda forma ele estava certo em dizer que eu progredi. Há algumas semanas atrás nem mesmo me por de pé com muletas me era possível, então tudo agora seria lucro.

Valeu... acho que milagre existem. Eu disse mais animado, queria logo andar de novo e de preferência puder tomar uma banho dr mar, viajar e sentir a vida de novo em mim.

Sim, o Sr. é um deles, em algumas semanas eu me arrisco a dizer que estará andando sem problema algum. Ele disse, o nome dele era Samuel, moreno de olhos castanhos, um porte atlético e bem humorado, meu pai escolheu bem quem nos ajudar.

Tomara, tenho muito o'que fazer nesta vida... Falei pensativo, Louis estava em Londres e essa era a minha chance de procurar ele, seja onde estiver, nunca vou desistir de tê-lo de volta para mim. Me despeço de Samuel e sigo com meu motorista para um lugar que eu sei que a muito eu queria visitar...

Olhava os carros passando pelo nosso e sinto a nostalgia de ter que ver essa passagem de novo, olhei pro sol se pondo e avisto a floresta grande tomar nossa volta, estávamos agora sobre o domínio da natureza e tudo quanto dele provém. Depois de alguns minutos chegamos aonde eu queria, estava bem cuidada, algumas árvores foram plantadas de novo e colocaram algumas decorações no jardim.

Evandro pode ir, vou demorar aqui. Eu disse ao meu motorista que fez o que eu disse, não deixo perder nem um segundo e já dirijo a cadeira para a grande porta da casa. Toco a campainha e espero atenciosamente que me atendam, se ele realmente estivesse aqui seria um reencontro necessário para revermos quem queremos.

Olá. Olho para a figura pequena que me encara com um olhar de desconfiança.

Beleza? Seu pai está em casa? Pergunto ao menino que muito bem sei quem é, seu nome é Lorenzo, filho de Cris com uma amiga que já faleceu, então ele realmente mudou, trazer esse menino para cuidar é uma prova disso.

Sim... quem é você. Ele me perguntou com atenção.

Sou um amigo do seu pai e quero falar com ele, posso? Eu perguntei colocando a mão na porta.

Não sei se devo... papai não gosta que fale com estranhos. Ele disse meio inseguro, Cris e suas paranoias.

Entendo... bem... eu sou um aleijado, nem se quisesse fazer mal poderia, não acha? Eu perguntei sendo lógico.

É... tem razão. Entra, vou chamar meu papai. Ele abriu a porta mais e eu entrei vendo o ambiente totalmente limpo, havia algumas porcarias de comida na sala de televisão ao lado de um vídeo game ligado... deveriam estar jogando.

Lorenzo! Quem é? Escuto a voz falar do alto das escadas.

Papai é um amigo seu que quer falar com o Senhor, é um cadeirante. O menino falou e eu cruzei os braços em deboche, tão capacitista.

Cadeirante? Ouço ele dizer com confusão. Espero alguns minutos até que ele aparece em corpo na escada e seus olhos se encontram junto aos meus, os azuis no dourado do Andreozzi, um misto de saudades invade a relação me fazendo sentir-me um adolescente apaixonado.

Lorenzo, vai brincar no pátio filho, papai precisa conversar. Escuto ele dizer calmo ao menino que pega seu cachorro e vai para os fundos da casa. Ele ficou ali me encarando por alguns minutos como se eu fosse um fantasma e aparecesse para ele do nada, sem mais nem menos, até ele vem até mim e se abaixa para ficar na minha altura e faz o que nunca fez antes, um abraço apertado de quem não mais queria soltar.

Me perdoa... Ele disse e sinto a água quente cair no meu ombro esquerdo, Cris não chorava, nunca o vi chorar, nem abraçar ninguém a não ser alguém que ele realmente gosta. Confesso que ele só fez algo mais afetuoso em nosso casamento e nunca mais, ele era frio e reservado, não demonstrava sentimentos com frequência, era rígido e sistemático, até que Louis quebrou o coração dele e o fez mudar.

Pelo que? Eu perguntei com meus sentimentos vindo como um tsunami, quando descobri minha doença ele não estava junto a mim, foi muito duro encarar tudo sem ele nem Louis... perder a auto estima, ficar dependente, um caco humano e o prior, sem esperança de vida, tudo sem as pessoas que eu escolhi viver a vida para sempre ao meu lado.

Por não ter lhe ajudado, eu não sabia... eu juro! Eu não sabia, por favor me perdoa, Max. Ele disse chorando, eu não poderia o culpar, vê-lo se afundar nas drogas a ponto de ser preso e mais coisas ruins não me davam o direito de rejeitar o seu lampejo de consciência em se internar, mesmo que por um segundo.

Não há nada a ser perdoado, as coisas acontecem como devem acontecer. Falei não segurando uma gota de lágrima que fez o caminho até cair em seu ombro.

Eu te amo, me deixa consertar as coisas, recuperar o que tivemos um dia, mesmo que não muito. Ele falou me olhando com dor, mas havia esperança nos fundos de seu olhar, um olhar de coragem.

Eu também lhe amo e quero construir uma nova vida... Mas isso é difícil sem o Louis! A ausência da ligação me mata, é como engolir a morte dele pela boca e sentir tudo ser destruído por dentro. Falei sendo realista.

Comigo não é diferente, mas eu não enfrentei um câncer... eu não o fui visitar depois que saí da fazenda por que eu tive que pegar... Ele falou mas eu o interrompi.

Não precisa se justificar, seu filho é um pedaço de você, ele vem antes de mim. Comentei dizendo o real.

Está mais realista. Ele disse se sentando.

Acredite, passei por coisas que me fizeram assim. Depois que se perde o sentido da vida fica mais fácil ver a realidade. Afirmei com veemência.

E agora? O que faremos? Andreozzi me perguntou, logo ele que sempre teve um plano.

Tomar de volta o que é nosso por direito, Louis. Eu disse com possessividade.

Continua...

PAIXÃO POSSESSIVA II (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now