Capítulo Vinte e Seis

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OIIII VOLTEI

BORA?

Kihyun não sabia em que momento havia conseguido parar de chorar

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Kihyun não sabia em que momento havia conseguido parar de chorar. Ele tinha conseguido se arrastar da entrada de casa até a sala, onde permaneceu como um moribundo até que seu choro se tornasse silencioso e, enfim, parasse. Enquanto o álcool aos poucos deixava sua corrente sanguínea, tudo começou a doer. Seu corpo parecia chumbo, mas seu peito ainda era o que mais pesava. As palavras de Hyunwoo rodopiavam em sua mente como uma canção triste, e ele era incapaz de calar aquela voz.

Provavelmente Bora o xingaria inteiro, mas ele sequer teve tempo de pensar sobre isso quando enviou uma mensagem para a cozinheira e pediu que ela abrisse o restaurante no dia seguinte. Ela tinha bebido bem menos do que ele, provavelmente não teria que lidar com a ressaca. Embora ele pudesse pedir a Hyunwoo o mesmo favor, qualquer contato imediato estava fora de cogitação.

Kihyun não podia ficar ali. Não saberia como encarar Hyunwoo, não ainda — e certamente, não pelas próximas horas. Então fez o que vinha fazendo nos últimos anos toda vez que precisava lidar com qualquer situação que não fosse referente ao trabalho.

Ele fugiu.

🍽️

Ainda era madrugada quando ele estacionou na frente da hospedaria Yoo. A ligação para Yeojoo havia sido curta e sucinta, ainda que a mulher estivesse claramente preocupada do outro lado da linha. Afinal, não era sempre que Kihyun visitava, ainda mais em um intervalo tão curto de tempo, muito menos àquela hora da manhã. A mulher ainda usava um pijama de flanela quando o recebeu e, pela careta que ela fez, Kihyun ainda devia cheirar a soju.

Mesmo isso, a bebida em particular, fazia com que Kihyun se lembrasse de Hyunwoo. Maldita hora em que decidiu levá-lo até ali para encher aquele lugar de memórias; os lábios de Hyunwoo buscando os seus, provando o sabor da bebida naquele coreto, fazendo Kihyun sentir tudo quando ele achou que não lhe restava nada. Ele estava em toda parte; na entrada conversando com Yeojoo, no pátio ajudando Junseo, nos corredores brincando com Yujin e Yeonjung. Na cozinha com Kihyun.

No quarto com Kihyun.

Sua mãe fez o favor de não perguntar nada imediatamente. Ao invés disso, percebendo que ele não estava bem, tratou de pedir para que ele fosse tomar um banho. A água quente foi bem vinda. Kihyun sequer tinha notado que sentia frio até aquele momento. De olhos fechados, ele conseguia se lembrar apenas do olhar de Hyunwoo, molhado de lágrimas, implorando para que Kihyun não fugisse. Dizendo daquele mesmo modo honesto e direto que o amava.

Não fazia sentido sofrer por receber uma declaração tão bonita. Não fazia sentido chorar por ser o alvo dos sentimentos bons de alguém. Mas tudo que Kihyun sentia era medo.

Bem, não tudo.

Seria simples apenas abrir sua boca e dizer que não sentia o mesmo. Poderia ter acabado com tudo naquele instante, poderia ter dito a Hyunwoo que não o queria daquela maneira, que eles deveriam parar por ali, porque ele não podia correspondê-lo.

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