Capítulo Vinte e seis. - Boa noite.

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Estava enxugando os fios do meu cabelo quando escutei batidas na porta. Desconfiada, fui até a sala, olhando para o lado de fora pelo olho mágico, uma certa cabeleira loira preencheu todo o meu campo de vista. Era impossível não reconhecer aquele cabelo tão sedoso e hidratado. Abri a porta um pouco relutante. O que Nicolas faz aqui às dez da noite?

O seu típico sorriso cínico se expandiu por toda a extensão de seu rosto. O que ele pensa que está fazendo? Esse homem não deve ter juízo.

— O que faz aqui? — Não tive o cuidado de ser educada.

— Não leu a minha mensagem?

Eu tinha lido a mensagem, mas não acreditava que ele estaria falando sério. Nicolas me enviou um texto, ontem à noite, dizendo que dormiria aqui no dia seguinte. Não pensei que ele estivesse falando sério, pensei que fosse mais uma das suas brincadeiras sem graça, por isso ignorei a mensagem.

— Não pensei que estivesse falando sério.

— Eu sempre falo sério, queridinha. — Me afastou com delicadeza, entrando no apartamento.

— Você nem se quer perguntou se podia vir!

— Você não me respondeu e, quem cala consente, foi o que presumi.

— Inacreditável.

Fechei a porta e andei até o sofá, com os braços cruzados em indignação. Ele tinha consigo uma pequena mochila, onde provavelmente estava as suas coisas.

— Não tenho um quarto de hóspedes, o transformei em um escritório, e como pode ver, meu sofá é muito pequeno para você. Ainda dá tempo de voltar para o seu aconchego, queridinho.

— Posso dormir com você, sem problemas.

— E quem disse que você pode dormir na minha cama?

— Já fizemos coisas muito piores em cima dela, Eloise, dormir não será nada demais.

Senti meu rosto queimar com o seu comentário. Esse idiota adora me deixar constrangida, simplesmente adora.

Nicolas seguiu caminho até o meu quarto, o segui, incrédula. Ele não podia estar falando sério, espero que seja mais uma brincadeira sem graça.

— Vou ficar com que lado da cama?

— Está zombando da minha cara, não está?

— Por que estaria? Falei sério quando disse que acompanharia o crescimento da sua barriga.

Devo ter feito o maior pecado do mundo, não é possível!

— Você me tira do sério!

— Vou colocar minha roupa de dormir. — Disse ao simplesmente ignorar o meu comentário, seguindo com a sua bolsa para o banheiro.

— Nicolas, precisamos repensar essas suas vindas pra cá, estou falando sério! — Falei alto, para que o mesmo escutasse.

— Para mim, já está tudo resolvido! — Falou de dentro do banheiro.

— Você não pode se meter na minha vida só porque tenho uma parte sua dentro de mim!

Aquela parte soou estranha, muito estranha.

— Estava pensando, o que acha de vir morar comigo? — Saiu do banheiro, usando uma bermuda e camisa preta, mais uma vez ignorando a minha fala.

— O quê?

— O bebê vai precisar de um quarto, e você disse que não tem um quarto de hóspedes.

— Prefiro me desfazer do meu escritório do que morar com você! Imagine só, nós dois sobre o mesmo teto, que horrível!

Me odeie, mas me ame.Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora