15_ Quem é Amanda?

3.7K 657 290
                                    

• Narrado por Chloe •

Eu pensei que precisava de férias, e na real, até foi bom no começo. Teve dias que eu dormi até meio dia, almocei e depois voltei a dormir. Consegui colocar em dia todo o sono que não dormia a meses.

Só que agora, eu já não aguentava mais ficar sem fazer nada. Drake não me deixava sair da casa porque pensava que eu podia, sei lá, sair gritando que ele me sequestrou, fugir ou chamar a polícia, o que parece o tipo de coisa que eu faria no momento, mas queria tanto sair. Queria tanto fazer algo que não fosse andar pela casa e me trancar no quarto quando ele estivesse presente.

Será que eu já posso confiar nele? Se ele quisesse me matar, já teria me matado, certo? Ou não, vai ver ele é um psicopata que gosta de deixar as vítimas marinando um pouco. Ou talvez ele queira me matar de tédio.

A verdade é que não consigo ficar perto dele. Quando olho pra ele, tudo que vejo é alguém que descumpre a lei, rouba de pessoas inocentes e talvez até seja um assassino.

Olho pra ele e vejo sangue de inocentes. Não sei de seu passado, mas não consigo simplesmente acreditar que ele é um bom senhor em meio a máfia.

Jonny: Chloe, onde você ta?
Por que não apareceu mais no teatro? Faz uma semana que você não vai e também não aparece no restaurante, o que tá acontecendo?
Você está bem?
Onde você está?
Se não me responder em vinte e quatro horas, eu vou chamar a polícia.

ㅡ Droga, Jonny... ㅡ Me forcei a sair do quarto e procurar por Drake na casa.

Algumas semanas atrás...

ㅡ Como eu estou? ㅡ Perguntei pela milésima vez para Jonny. Já estávamos na porta da casa dele e eu não conseguia parar de surtar.

ㅡ Você está perfeita, Chloe. Relaxa. ㅡ Ele passou a mão no meu cabelo e beijou minha cabeça.

ㅡ Queria ter tido ao menos tempo de lavar o cabelo e tirar esse coque. ㅡ Era dia de ação de graças. Eu tinha acabado de me apresentar no teatro e agora estava indo conhecer a família do meu namorado.

Eu nunca tinha comemorado ação de graças. Nunca soube como era a sensação de sentar a mesa e jantar, conversar, dizer sobre o que é grato e aproveitar em família. Minha ação de graças do ano passado foi em um restaurante sozinha, literalmente. Não havia mais ninguém além de mim e dos garçons. Foi uma das situações mais constrangedoras e tristes da minha vida.

ㅡ Você fica linda de coque. E eles sabem que você é bailarina e ia vir direto do teatro, não se preocupe. ㅡ O jeito que ele falava que eu era bailarina era aquele de quem se gaba. O mesmo tom de quando caras descobrem que sou bailarina e perguntam se sou flexível.

Depois de respirar fundo e checar meu vestido mais uma vez, finalmente entramos. A casa dos pais Jonny era mediana, não era gigante, mas era muito maior que a minha. A decoração era bem familiar e o cheiro da comida caseira fez meu estômago despertar. Em geral eu não tinha tanto tempo para cozinhar, o que significa que comida caseira era algo raro na minha vida.

ㅡ Jonny! Jonny! ㅡ Uma menina linda de cabelos enormes e aparência de sete ou oito anos, correu na direção de Jonny e o abraçou.

ㅡ Oi, princesa. ㅡ A garota sorriu para ele e olhou para mim quando me notou. ㅡ Essa é a minha namorada.

ㅡ Essa é a Amanda? ㅡ A menina perguntou e eu olhei para Jonny confusa. Ele encarou a garota com certo desespero no olhar, mas disfarçou com um sorriso torto.

ㅡ Não, é a Chloe, minha namorada. A que eu falei que ia trazer aqui hoje. ㅡ Explicou ainda com um sorriso nervoso no rosto.

ㅡ Ah... ㅡ A menina quem pareceu confusa agora.

Me ame, ChloeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora