50_Fim!

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Seis meses depois...

ㅡ Força a ponta. ㅡ Instruí caminhando pela sala de aula. ㅡ Gruda o umbigo nas costas. ㅡ Ajeitei a posição do braço de uma das meninas. ㅡ Olha a cabeça... ㅡ Voltei a andar pela sala. Música clássica tocava e cerca de onze meninas estavam fazendo a sequência de plie na barra. ㅡ Muito bem. ㅡ Sorri para elas já indo na direção da caixa de som para desliga-la. ㅡ Meninas? Grand écart e pé na mão em pé.

Abri a porta da sala e desliguei o ar condicionado. Era minha última aula do dia e eu não via a hora de chegar em casa, tomar um banho e comer alguma coisa.

As garotas foram saindo aos poucos da sala e eu apaguei a luz e fechei a porta depois da última me dar tchau.

No corredor, passei por uma turma que estava tendo aulas de hip-hop e outra que estava tendo dança do ventre. As turmas de jazz já haviam sido liberadas, assim como as de contemporâneo.

ㅡ Quero minha casa. ㅡ Resmunguei com Angela, a recepcionista do meu estúdio de dança. Sim, eu tinha conseguido abrir o meu estúdio de dança em Capri, onde eu e Drake morávamos.

ㅡ E eu quero uma bela de uma macarronada, um bom vinho e uns braços masculinos para me abraçar a noite toda. ㅡ Ela resmungou em resposta.

ㅡ Não é problema pra você. O tanto de homem que anda atrás de você. ㅡ Ri organizando a recepção para já deixar tudo arrumado para o dia seguinte. Aos poucos as outras turmas foram saindo, os alunos se despedindo e o estúdio se esvaziando.

ㅡ Bom, eu termino aqui. Acho que você está muito ocupada. ㅡ Angela tirou os papéis que eu estava segurando de minhas mãos e sorriu olhando na direção da saída.

Confusa, olhei na mesma direção e enxerguei Drake do outro lado da calçada com uma rosa branca na mão. 

Abri um sorriso na hora e olhei para Angela. Ela acenou praticamente me enxotando do estúdio. Peguei a minha bolsa e atravessei a rua.

Já era noite em Capri. A cidade estava toda iluminada, uma música tocava em algum lugar e o vento do mar bagunçava tanto meu cabelo quanto o de Drake, que estava totalmente lindo. Drake estava um pouco mais bronzeado desde que viemos morar aqui.

ㅡ Como foi o seu dia, professora? ㅡ Ele me entregou a rosa, puxou minha cintura e me deu um beijo.

ㅡ Foi muito bom. Não tive problemas e avancei bastante nas coreografias do espetáculo. ㅡ Segurei a rosa e senti o seu perfume. ㅡ E o seu?

ㅡ Foi tranquilo, nada muito impossível de se resolver. ㅡ E Drake tinha aberto sua oficina de carros. Ele entendia tanto de carros, e sempre que me contava o que tinha de errado nos carros de seus clientes, eu fingia que entendia tudo, mesmo não entendo nada.

E, meu Deus, o tanto que ele fica um gato sem camisa e sujo de graxa...

ㅡ O que acha de irmos jantar? ㅡ Ele tirou os fios bagunçados de meu cabelo do meu rosto.

ㅡ Vou amar, se você me deixar ir em casa tomar um banho primeiro. Eu to nojenta, suei demais. ㅡ Drake soltou uma risada e nós descemos a rua para irmos para casa.

ㅡ Você ta linda. ㅡ Ele me abraçou de lado e me deu um beijo no rosto. ㅡ E eu te amo demais.

ㅡ Eu também te amo, Drake. ㅡ Parei na sua frente e segurei o seu rosto. ㅡ Muito mesmo.

Nós nos beijamos em meio a um sorriso. Enquanto desciamos a rua com a vista para o mar, eu ainda não podia acreditar em tudo o que tinha acontecido. Eu tinha amigos, tinha sonhos realizados, tinha um lar e um amor. O pior dia da minha vida em que me meti no meio de um tiroteio acabou se tornando o melhor.

Drake e eu éramos pessoas desacreditadas. Não pensávamos que poderíamos ser felizes um dia e já tínhamos desistido de nossos sonhos, mas ali estávamos nós, felizes e sem preocupações. Sonhando cada vez mais e com coragem de seguir em frente.

Observei a rosa branca em minha mão que um dia me deu coragem de continuar e mentalmente agradeci. Tudo o que passei me fez ser quem sou hoje e eu não me arrependo de nada.

FIM!!

Me ame, ChloeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora