Você não me deixou da maneira certa

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Albus pov:

Batidas desengonçadas puderam ser ouvidas na madeira quando Dev Patil entrou na sala vazia de DACT. Seus cabelos castanhos voavam com a pequena brisa que corria pelos corredores de Hogwarts.

-Você está bem? - ele se encostou na parede e me olhou com seus olhos escuros e intensos.

-Pareço bem para você? - o mesmo riu sem muita expressão e jogou seu corpo no chão para ficar ao meu lado.

Eu observava atentamente os fósseis de uma criatura mágica que não lembrava o nome, pendurados no teto.

-O Malfoy mexe mesmo com seu humor, você estava feliz agora pouco.

-É, Dev, o amor faz isso com a gente.

Nós dois ficamos um tempo em silêncio, esperando um pronunciamento um do outro.

-Não consigo entender, Potter - ele olhou para mim agora, mas eu não desviei o olhar dos ossos - você é tão bonito - passou uma onda de meus cabelos para atrás da minha orelha, fazendo-me assustar com o toque repentino - não deveria sofrer por um inútil como o Malfoy.

-Já falei para parar de falar assim dele - joguei suas mãos para longe, dando a entender que não dei liberdade para tal.

-Não é mal, estou apenas pontuando que o Malfoy nunca fez nada para ninguém. A família dele estava do lado das trevas na guerra. Não tiveram nenhuma utilidade boa para o Ministério. E ainda torturavam pessoas.

-Cala boca, Patil, isso já faz mais de vinte anos.

-Mas essa é a questão. Minha família teve influência por anos no Ministério. Eles traziam a cultura trouxa e moldavam para nos dar utilidade. Anos e anos, meus parentes paternos eram amigos próximos dos Ministros da Magia. Os Malfoy só conseguiram isso com chantagem e dinheiro, não entende isso?

-Eu mandei calar a boca, idiota - levantei bruscamente de onde estava - o meu Scorpius nunca fez nada disso! Você que precisa entender que sobrenome não diz merda nenhuma sobre você, eu conheci sua família, eles são de fato muito legais, mas você não puxou isso dele. Scorpius Malfoy é a pessoa mais incrível que já tive o prazer de conhecer, ele é atencioso, gentil, inteligente, ambicioso e mágico, coisa que você, Patil, nunca será. Não vem falar mal dele sendo que você não tem um terço do poder que ele tem.

-Potter, se acalma - ele olhava assustado para atrás de mim, foi quando notei estar levitando as cadeiras e mesas do local, que logo caíram quando me assustei.

-Você não entende, Patil, o dia que amar alguém de verdade, vai saber porque eu ajo assim.

-Potter, espera! - ele segurou meu braço e em um movimento rápido, agarrou-os e direcionou seus lábios no meu. Empurrei com força seu corpo e olhei no fundo dos seus olhos em choque.

-Não encoste em mim! Não me siga! E nunca mais olhe para mim!

-Potter, por favor, eu...

-Não, eu não vou fazer parte disso, você já não entendeu que eu gosto de outra pessoa? Me deixe em paz - segui apressado para o lado de fora e fui em direção à comunal da Sonserina.

Aquele cara estava me tirando do sério.

No começo, pensei que ele era legal. Eu estava sozinho por causa do que aconteceu entre mim e Scorp, aparentemente, todos os alunos notaram nossa distância, e ele foi acolhedor quando começamos a conversar.

Seus amigos não conseguiam entender o porquê dele se aproximar de mim, todas as vezes que eu estava ao seu lado, os meninos da Sonserina começavam a nos zoar e ele imediatamente negava, falando que não era "bicha".

Beautiful Boy (Scorbus)Where stories live. Discover now