CINCO (Livro 1)

Capítulo 4

- ...vim trazer os ingressos do pessoal. Vou deixar os da Candy aqui em cima da escrivaninha.

- Quem é você, o que faz aqui? – falei brava, que absurdo, eu estava tomando banho.

- Calma aí mocinha. Vim só trazer os ingressos. Imagino que você vá à festa também?

- Sim, vou.

- Te vejo lá então.

- E vê se não aparece de surpresa em quartos femininos, onde haverá pessoas tomando banho.

- Beleza então. E você canta muito bem. Quem sabe você não canta lá hoje.

- Obrigado, melhor não, em público é tenso demais.

- OK. Mas te aguardo lá.

- OK.

Ele se retirou rápido do meu quarto.

Que menino doido. Vai entrando assim, mais deve que foi a Candy que pediu pra ele colocar os ingressos aqui no quarto, que vergonha, ela me paga.

Optei pelo vestido florido sem mangas, Candy também estava demais em sua calça jeans rasgada e uma blusinha de alcinha azul.

Nem conversei com ela direito enquanto se trocava, o clima entre a gente não estava bom, mais talvez a gente ainda se entendesse mais para frente.

- Você vai na festa? – ela perguntou, era obvio.

- Vou sim.

- Que bom. – mas também não expressou qualquer reação positiva.

- Opa! Bom demais.

Ela saiu marchando do quarto, o seu perfume infestando todo quarto. Decidi amarrar o cabelo num rabo de cavalo, achei que assim combinava mais. E pior que ficou bom mesmo.

Fui até o quarto das meninas. Elas estavam terminando de se arrumar.

- Acho que vou esperar lá embaixo então.

- Tá. A gente já vai descer.

Desci a escada com cuidado, não queria cair de novo nos braços de ninguém, lembrei e comecei a rir.

Os que já se encontravam na sala estavam bem arrumados e bonitos para a festa, avistei Ana Lee em um canto, fui até ela.

- Boa noite Ana. Você vai à festa? - puxei assunto.

- Por que você está perguntando, não precisa ter pena de mim não. – me espantei com a reação dela, mais já esperava algo assim.

- Desculpa, não queria te incomodar. – virei às costas pra sair dali.

- Ei! – Ana chamou, me virei. – Me desculpa. Tem sido tudo tão estressante pra mim, minhas amigas me viraram as costas, todos me caçoando... – percebi que ela ia chorar. Abracei-lhe.

- Mais fica tranquila, as pessoas vão esquecer, você vai ver, quando menos esperar.

- Espero viu. – ela respondeu, soltando do abraço, continuou: - E não vou na festa não, obrigado por perguntar.

- De nada, o que precisar pode contar comigo. – ela assentiu.

- Com quem você vai? – avistei o Pedro e ele perguntou.

- Vou com as meninas. – ele estava lindo.

- Eu levo vocês, venham comigo.

- Vou falar pra elas então. – mandei uma mensagem pro celular delas.

- E por sinal, você está tão linda. – fiquei sem graça de imediato.

- Obrigado. Você também está bonito. – o celular vibrou. – As meninas responderam que vamos com você. – ele abriu um sorriso.

- Acho bom, rummm! Vou esperar lá fora no meu carro.

- Vou lá ver então se as meninas já estão prontas.

- Beleza. – mandou um beijo e se afastou.