Capítulo 19

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Se havia uma escala dos assuntos mais comentados da pensão, nossa guerra de comida estava dentre esses assuntos, e disparado ainda por cima.

Tenho que confessar que a guerra de comida foi uma péssima ideia e ainda tivemos que limpar a sujeira toda. Desperdiçar comida não é legal. Ainda mais quando tem muita gente que passa fome. Senti-me culpada.

Acabamos decidindo ir almoçar numa feira fixa no centro de São Alfeu, onde segundo Ellen tinha um dos melhores pastéis que ela já provou.

Pegamos um táxi.

- Essa feira fica no centro mesmo? – Candy perguntou a Ellen. Estávamos nós quatro espremidas no banco de trás e Ellen que conhecia onde era o lugar sentou na frente.

- Fica sim, eu já fui. – Ellen respondeu.

O motorista dirigiu mais alguns quarteirões e chegamos ao centro. Pagamos o valor do trajeto e descemos.

- Meu Deus! Preciso ir naquela loja. – Candy correu.

- Espera aí sua doida. – Aurea gritou.

Seguimos atrás dela. Entramos em algumas, na verdade, em várias lojas. Eu até comprei umas coisinhas, um vestido, uma calça e uma blusinha. Candy saiu cheia de sacolas das lojas, as outras meninas nem tanto.

Depois das compras ficamos com fome e fomos direto para a feira que ficava perto de onde estávamos.

- Esse pastel é bom demais. – falei.

- Também concordo. – Virginia concordou.

Ellen já estava no segundo pastel. Olhei para o lado, vi o Pedro e o irmão dele vindo em nossa direção.

- E aí, guerrilheiras da comida? – ele brincou.

- Então que vergonha. – falei. – Como vocês nos acharam aqui?

- Ficamos sabendo que vocês vinham aqui, já que vocês não apareceram no almoço.

- Fomos banidas né. Mais foi merecido também. – respondi.

- E limpamos tudo por lá. – Candy falou. – Minhas unhas estão um horror.

- As minhas também. – Virginia também desabafou.

- Compra um pastel aí Pedro, muito bom você não vai se arrepender. – sugeri e ele e o irmão compraram.

- Nossa. Muito bom mesmo. – Theo falou o que eu já sabia. – Quero até mais um. – rimos.

Reparei que Candy havia ficado sem graça com a presença do Theo. Mais ela disfarçava bem, ele nem percebeu.

- Vamos meninas? – Candy falou.

- A gente leva vocês. – Pedro sugeriu. – Espera só eu terminar o pastel aqui aí já vamos.

- Beleza. – Candy respondeu. – Vou só dar mais uma olhada nas coisinhas da feira, vi uns artesanatos bem legais. Virou as costas e adentrou na feira. Theo esperou um pouco e foi atrás dela.

- O que ela tem? Theo comentou que ela está estranha com ele. – Pedro me cochichou.

- Não sei, juro. – respondi.

Terminamos todos de comer, e Pedro deu carona de volta a pensão. Eu fui sentada na frente e as meninas e Theo se espremeram lá atrás, Ellen foi sentada no colo de Aurea.

Pedro ligou o som. Começou a tocar uma música agitada. Titanium do David Guetta. Não teve quem não soltou a voz:


I'm bulletproof, nothing to lose

Fire away, fire away

Ricochets, you take your aim

Fire away, fire away


Até Candy que havia ficado emburrada com algo, melhorou a cara. Essa música realmente tinha uma energia incrível.

Chegamos à pensão rapidamente, nem percebemos o caminho de volta. Pedro estacionou no estacionamento ao lado da pensão, que era onde os moradores guardavam os carros.

As meninas desceram e foram indo pra pensão.

- Obrigado Pedro. – Candy agradeceu e saiu de cena rapidinho. As meninas agradeceram também e entraram. Ficou só eu e o Pedro no estacionamento.

- Gostei do passeio. – Pedro falou.

- Também gostei, foi bem legal, vocês deveriam ter chegado mais cedo.

- Então, decidimos ir depois.

- Sim, entendo.

- E mudando de assunto, você vai sair com o Felek hoje?

CINCO (Livro 1)Where stories live. Discover now