Capítulo 54 - Parte 2/5 (Lorrayne)

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Ano de 1715

LORRAYNE


Éramos em cinco irmãs, Lavínia, Lana, Lucy, Lya e eu Lorrayne.

Morávamos em um casarão afastado da cidade, em volta havia apenas árvores e arbusto.

Em um dia de inverno minha mãe Lekastia, ficou muito mal, estava com uma tosse horrível e acabou ficando de cama e passado alguns dias acabou falecendo, o pior que não havia nada que pudéssemos fazer. Velamos nossa mãe e a enterramos no quintal de casa. Após esse acontecimento o meu pai caiu em uma tristeza profunda, não tinha vontade de viver, mas sabia que teria que continuar vivendo para cuidar das filhas. Não tínhamos nenhum parente vivo, só tínhamos uns aos outros.

O tempo foi passando e a tristeza do meu pai só aumentava, chegou certo dia que ele ficou uma semana desaparecido. Eu e minhas irmãs o procuramos pela região e fomos até a cidade o procurar também e não o encontramos.

Passado sete dias ele voltou. Estava com uma aparência deplorável. Perguntávamos onde ele passou esse tempo e ele não nos contou.

Com sua volta ele trouxe um livro o qual não desgrudava dele.

Era um livro sobre magia. Com o passar dos dias ficamos sabendo disso, e o meu pai foi voltando ao normal, voltou a conversar, trocou de roupa, tomou um banho. E nos confessou que com esse livro ele traria nossa mãe de volta. Ficamos espantadas com a notícia e ele ainda falou que precisaria da nossa ajuda.

E assim decidimos ajuda-lo, Lucy ficou com um pé atrás mais acabou topando.

Eram oito horas da noite. E antes do ritual teríamos que seguir alguns detalhes.

Em ferro meu pai entalhou alguns desenhos, que ao fim não passavam de triângulos para mim, mas que eram diferentes entre si e possuíam detalhes singulares, linhas em onda, com pontas, um triângulo dentro de outro triângulo... Achei tudo isso muito esquisito.

Com o ferro em brasa nosso pai carimbou esses símbolos em cada uma de nós. Não me lembro de sentir uma dor tão dilacerante. Meu pulso direito ficou doendo por horas.

Perguntamos ao nosso pai o que esses símbolos significavam, e ele nos contou que cada um deles representava um dos quatro elementos e como éramos cinco, uma de nós ficaria com o que representava os quatro.

E a escolhida fui eu. Lavínia e Lana, as mais velhas, questionaram o meu pai o porquê de eu ter sido a escolhida. Ele disse apenas que assim era como devia ser feito.

Depois de passado um pouco a dor no pulso, nos reunimos antes da meia-noite em frente ao tumulo de nossa mãe.

A hora exata tendo chegando, demos as mãos formando um circulo. Meu pai ficou do lado de dentro segurando o tal livro.

O abriu e começou a ler algumas palavras...


CINCO (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora