Notei que alguns ficaram surpresos e até mesmo sem graças com a atitude da sra. Lee. Todos sabiam que a zoação com Ana estava grande e exagerada. Isso pode ter sido um fator primordial para que ela suicidasse, mas agora era tarde para a comoção de alguns.
O sr. Lee retirou sua esposa do palco e a sentou na cadeira, a mulher estava em prantos.
- Putz! A mulher pegou pesado hein... – Candy me cochichou.
- Mas também Candy, ninguém estava se importando com os sentimentos da menina, com certeza ela estava contando para a mãe as coisas que ela estava sofrendo.
- Desculpa então. – Candy consentiu. – Não falo mais nada.
Concordei com a cabeça.
- Que tragédia... – Pedro realmente estava triste com tudo que aconteceu.
- E acho que eu fui a ultima a conversar com ela. No começo ela foi até grossa comigo, mas depois me pareceu bem, até sorriu, eu nunca falaria que ela fosse se matar ou algo parecido.
- É. As coisas mudam muito rápido na vida gente.
- Verdade Pedro. – fiquei com os olhos marejados, Pedro encostou a mão no meu ombro e me puxou para um abraço. Eu estava necessitada de um abraço. O abracei e chorei molhando sua camisa.
Fizemos uma última despedida, passando perto do corpo e dizendo o nosso adeus. No velório havia muita gente. Reconheci muitos dos que estavam na festa. Vi o Felek, que cruzou o seu olhar com o meu, mas nem me cumprimentou nem nada, ele ainda devia estar sem graça ou com raiva de mim por não ter retribuído o beijo. Eu não queria pensar nisso agora não.
Segui Pedro até o estacionamento.
- A Ellen e a Aurea vão com a gente, vou voltar para chamar elas.
- Sim. Vou aguardar vocês no carro.
- Obrigado Pedro pela carona e por sempre estar por perto. – falei com sinceridade.
- De nada srta. May. – ele sorriu, eu também sorri, me virei e fui procurar as meninas.
Não caminhei muito e as avistei. Hoje não daria pra eu conhecer o campus direito, mas pelo pouco que vi, era tudo igualzinho ao que imaginava e tinha visto nas fotos.
- Vamos! – gesticulei para que me seguissem.
- Já vamos. – Ellen se despediu de alguns meninos que ela e Aurea conversavam e me seguiram.
O transito estava bem calmo, então chegamos rápido a pensão.
O cansaço desses dias me atingiu, senti meu corpo pesar e o sono também veio. Subi pro meu quarto, me joguei na cama, lembrei-me de ligar para minha mãe, não havia falado com ela nesse final de semana e nem com a Nessa.
Liguei para as duas. Com a minha mãe estava tudo bem, e contei a ela tudo que havia acontecido nesses dias, ela ficou horrorizada pelo acontecido. Me despedi e falei que estava com saudade e que a amava muito, ela disse o mesmo e desliguei.
- Alô Nessa.
- Oi! May, como você vai?
- Vou bem até, as coisas por aqui que ficaram bem tensas.
- Você está falando daquela menina que se matou? Saiu no jornal e tudo, não sabia que ela era da mesma faculdade que você.
- Foi isso mesmo que aconteceu. Ela era estudante da UNA, tão nova, fiquei muito triste Nessa.
- Imagino.
Continuamos nos falando, ela me falou um pouco dela, que havia encontrado um garoto e que estava bem afim dele. Perguntou-me se por aqui tinha algum gatinho.
- Então... – falei.
- Desembucha vai.
- O Felek me beijou.
- Quem é esse? Quero detalhes.
Contei da festa, que havia sido a mesma da tragédia. Que cantei uma música no palco e ao vivo, e que as meninas, Ellen, Aurea, Candy e Virginia, haviam me acompanhado e tocado os instrumentos, contei que foi super legal essa experiência, e ao fim da apresentação o beijo do Felek. Expliquei que não sentia nada por ele, ele era bem bonito e tals, mas as coisas pra mim não funcionavam assim.
Nessa concordou comigo. Falei do Pedro, que era um amigão que eu havia feito aqui, e que eu já tinha um apresso imenso por ele.
- Senti um cheiro de romance aí parece. – Nessa caçoou.
- Larga de ser boba, não tem nada a ver.
- Se você diz. Pena que não tô aí. Queria ver sua cara. Eu sei quando você está apaixonada.
- Sabe nada.
- Sei sim, você não se lembra daquele aluno novo roqueiro que entrou na nossa sala? – Nessa segurou o riso.
- Nem ouse me lembrar disso. – caímos não risada.
- Ele curtia o mesmo que você curte amiga, infelizmente.
- Engraçadinha. – bocejei – Até mais Nessa, beijão. Vou dormir um pouco, esses dias foram cansativos.
- Vai lá. Beijão. Saudades já.
- Saudades também. Té mais.
- Até.
Troquei de roupa, coloquei um shortinho leve e uma regata. Deitei na cama e tentei pegar no sono. Estava tão cansada que adormeci rapidamente.
Era estranho sempre quando eu sonhava, eu sentia que estava sonhando e o meu corpo demostrava isso enquanto se remexia na cama.
"Avistei um corredor, ele era bem longo, e pouco iluminado. Continuei caminhando para que eu pudesse ver ou encontrar o seu fim. Notei que havia alguém no fim do corredor, apressei o passo.
- Ana Lee?- falei surpresa. Ela olhava para abaixo e não me respondeu. Estava vestindo um vestido branco e maltrapilho.
Ela me olhou, seus olhos esbugalhados e totalmente brancos. Ela abriu a boca e dela jorrou água. Uma água suja e nojenta. A cascata se encerrou e me pareceu que ela iria dizer algo pelo som estranho que agora fazia.
- Um grande perigo se aproxima! – e em seguida ela gritou..."
Acordei afobada e angustiada, me sentei na cama. Levantei a cabeça e fixei o olhar:
- Cassandra?!...
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CINCO (Livro 1)
Teen FictionEssa história se trata de CINCO garotas: May, Candy, Ellen, Aurea e Virginia. Nunca havia passado por suas cabeças que um dia se tornariam amigas, porém algo em comum as uniu... Estudar na mesma faculdade e o amor pela música. Em uma festa foram pe...