Red

206 25 3
                                    

  Pov Liam

Depois de tudo o que disse para Zayn, eu quis ir para o quarto e chorar, mas eu sabia que tinha uma festa para ir, além de estar em um carro cheio de gente, e não seria ali que iria desabar.

Segurei minhas lágrimas e pus meus fones de ouvido, colocando músicas agitadas para evitar lembrar do ocorrido. As batidas eram ligeiras e fortes, mas as letras eram sentimentais e pareciam querer me contar algo, me fazendo concentrar apenas nelas. "Calma, Liam, agora não é hora, você vai para uma festa e vai se divertir muito", dizia para mim mesmo.

A noite já era vista pela janela do carro, e em pouco mais de uma hora e meia, estávamos em Londres, que parecia a mesma: as luzes nostálgicas, o frio constante, as inúmeras cafeterias ao longo do caminho...ah, como foi (e ainda está sendo) difícil me desvencilhar desse lugar.

Quando entramos em uma rua populosa, eu instantaneamente reconheci-a. Era cheia de casas de show, e eu já estive uma vez lá. Era uma rua extensa, movimentada, e também perigosa, além de ser um famoso ponto de prostituição nas madrugadas. Mas, acima de tudo era divertida, e era pra isso que eu estava ali.

- Vamos! - disse Frank, estendendo a mão para me ajudar a sair do carro, e fechei a porta do carro assim que estava fora. Olhei em volta, e estávamos defronte a uma casa de shows, que era bastante colorida externamente, tendo no topo um letreiro feito de luzes neon intitulado "Salt & Pepper". Podia ouvir-se um certo alvoroço dentro do local, e havia uma fila considerável na porta, e assim que vi os amigos de Frank indo até lá, resolvi segui-los.

Não demorou menos de meia hora e estávamos dentro da boate, que parecia dançar junto ao som de Hardwell. O DJ era um aquecimento para a atração principal da noite, e confesso que, naquele momento, não sabia de quem se tratava.

O grupo com quem eu vim se dispersou em meio a multidão, e logo me vi perdido, inclusive de Frank. Sem outra alternativa, vou até o bar, onde estava tão tranquilo, que, se não fosse o barulho externo, não parecia que estava no mesmo lugar de antes. Olho ao redor e procuro uma mesa vaga, porém não havia alguma, já que estava cheio de casais e amigos por ali, exceto por uma mesa ao fundo, onde uma única pessoa estava sentada.

- Com licença, senhor, este lugar está reservado? - pergunto, indo até lá com o meu típico jeito educado de um bom britânico. O homem virou-se, me tombando com seus olhos verdes, que pareciam contrastar com a luz fraca do bar. Ele também tinha o cabelo rubro reluzia no topo da sua cabeça, acompanhado de um sorriso cheio e simpático.
- Não, por favor, sente-se. - disse, oferecendo a cadeira vazia para mim. Mesmo sem jeito, acabo aceitando e, assim que me acomodo, o garçom vem até mim e eu faço o pedido de uma bebida qualquer, mas priorizo o fato de que seja álcoolica.
- Esse é um pedido meio peculiar, não acha? "Uma bebida embriagante" não é um pedido específico, e nem comum. - diz o ruivo, rindo em seguida.
- É, eu acho. Nada normal. Mas hoje, meu intuito é só me embebedar mesmo. O álcool ajuda bastante quando o assunto é esquecer coisas.
- Nossa, deve ser algo bastante inesquecível para se pedir algo do tipo. Não me diga que estou dividindo mesa com um serial killer? - disse, e pela primeira vez naquela noite eu achei algo engraçado. Não que ele fosse um palhaço de turma, mas ele se esforçava, e isso é interessante.

- Na verdade não, mas poderia ser não é? O que você acha sobre matar ou torturar pessoas que fere seus corações? - perguntei, girando o drink recém-chegado em minhas mãos.
- Apoio totalmente. Se precisar de ajuda, eu sou um bom voluntário. - respondeu, me fazendo rir mais uma vez. - Mais acho que você devia ser mais direto. Dizem que desabafar com estranhos ajuda. E eu sou um bom ouvinte, ou melhor, um estranho curioso.

Ele disse, e eu ri mais uma vez. Definitivamente, ele merece o prêmio de "Simpático da Noite". Mas eu estava com o pé atrás, acabei de ser desiludido pelo cara com quem passei os últimos dias e isso não foi nada legal, então melhor me conter, e resolvi guardar o que houve hoje apenas para mim. - Vamos, conta, vai.
- Tem certeza que quer mesmo saber? É uma história chata! - adverti, quase esquecendo o que havia acabado de decidir.
- Chatas? Meu gênero favorito! Vamos lá, diz aí.

Dear Werewolf || Ziam Mayne FanfictionWhere stories live. Discover now