Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...
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Sentia como se estivesse em um enorme buraco de areia movediça, e quanto mais eu me mexia, mais afundava.
Eu não precisava de qualquer ajuda em Literatura, era até muito bom na matéria. Mas precisava urgentemente me livrar de Viola Beene e, ao tentar fazê-lo acabei me encrencando ainda mais.
— Dá para parar de andar de um lado para o outro como um camundongo tonto? Isso está me irritando. — reclamou Arran, folheando sua Playboy.
— Parece que você não entendeu a gravidade do problema em que eu estou metido. — falei entredentes.
— Isso não chega a ser um problema, Stantford. É só não ir até lá e pronto. Deixe que ela espere, mais cedo ou mais tarde ela vai acabar se cansando e desistindo, simples assim!
— Simples assim? Você definitivamente não conhece aquela garota. Ela não é do tipo que desiste tão facilmente.
— Que garota? Eu já te disse que aquela coisa não é uma garota. Quer um conselho de amigo? Fuja! Fuja antes que a mutação se complete e ela acabe te devorando vivo. — zombeteou, com os olhos fixos na coelhinha de Setembro.
— Para de falar besteira e vê se me ajuda a pensar em algo.
— Me deixa vê... Que tal você ir até lá e falar a verdade?
— Sem chance! Eu já tentei falar a verdade e veja só no que deu.
— Eu posso ir até lá e dizer que você está doente. — sugeriu.
— E você acha que ela não viria até aqui para conferir como eu estou pessoalmente?
— Eu posso dizer a ela que você está na enfermaria. Que é algo contagioso.
—Ela não daria a mínima para isso, correria até a enfermaria sem pensar duas vezes, acredite!
— Sei lá cara, inventa qualquer coisa. Eu posso ir até ela e dizer que você não a suporta, que quer que ela largue do seu pé, que arranje outra vitima para torturar.
— Péssima ideia!
— Péssima ideia? Qual é a sua, Stantford? Não vai me dizer que está com medo de ferir os sentimentos da Cara de Coruja.
— Não é isso, é só que... É melhor deixar para lá.
Eu não gostava nada da Beene, mas também não estava disposto a magoá-la. Garotas costumam ser bastante sensíveis e, mesmo não parecendo uma, era isso que Viola Beene era. Uma garota. Feia e esquisita, mas ainda assim uma garota.
— Então faça como achar melhor. Vá até lá e banque o bom garoto com a Cara de Coruja, só não reclame quando a escola inteira voltar a comentar que vocês são namoradinhos, como aconteceu no primeiro ano, lembra?
— Foram dias terríveis. — falei pensativo. Aquela visão ainda me aterrorizava e, provavelmente, continuaria aterrorizando enquanto eu vivesse. Por nada no mundo eu passaria por aquilo de novo. — Eu acho que vou dar um mergulho na piscina.
