Ó Capitão! Meu capitão!

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─ O que faz aqui à uma hora dessas?

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─ O que faz aqui à uma hora dessas?

Curiosa. Era isso que a sra. Dolittle era.

Eu pensei em responder que aquilo não era da sua conta. Mas a tarde estava agradável, os pássaros cantavam nos galhos - não que desse para ouvir da biblioteca, longe disso, o isolamento acústico funcionava que era uma beleza -, o fato é que ela tinha me pego em um bom dia, para sua sorte, então deixei passar.

─ A senhora é sempre tão curiosa ou a coisa é só comigo?

─ Eu gosto de estar a par do que acontece na vida das minhas crianças.

Ela deu uma risadinha.

─ Eu não sou mais uma criança, caso ainda não tenha percebido.

─ Por que continua agindo como uma então?

Queria mandá-la pentear macaco, pastar, mas aquele era realmente um bom dia. Dei de ombros, pronto para seguir caminho, quando ela disse:

─ Segundo corredor. ─ A sua boca se esticou num sorriso e as mãos pousaram na cintura enquanto a encarava. ─ Ela chegou faz quase uma hora. Eu fico realmente feliz que tenham se acertado, voltado a serem amigos.

Não respondi, apenas andei para o corredor seguinte. Aquilo não era da conta da sra. Dolittle. A Cara de Coruja e eu não éramos amigos, eu só estava ali porque ela havia concordado em me ajudar com algumas matérias. Não que eu tivesse pedido sua ajuda, mas desde que ela insistira, eu não iria negar. Pior que aturá-la seria levar bomba e terminar trucidado pelo meu pai e sem uma misera libra no bolso. Se havia uma coisa pela qual meu pai presava, essa coisa era a minha educação, e desde que eu não queria acabar trancafiado em um internato na Suíça, era melhor fazer um esforço e aguentar a Cara de Coruja.

A avistei assim que alcancei o fim do corredor, abancada numa mesa redonda ao pé da janela, a luz amarelada banhando seus cabelos, o rosto. Ela parou por um segundo, enrolando uma mecha no dedo antes de voltar a rabiscar em seu bloco de papel.

Afundei as mãos no bolso e caminhei em sua direção.

─ E ai, banana.

─ Oi, macaco. ─ ela disse com um sorriso, esquecendo o grafite e o papel. ─ Está atrasado. Eu disse quinze em ponto, e não ─ seus olhos voaram para o relógio sobre a mesa. ─... quinze e quarenta.

Viola e Rigel - Opostos 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora