Capítulo V ; Por Juliette

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Enquanto comíamos pizza sentados no nosso tapete felpudo na sala, eu conseguia ver que Jace estava me olhando. Ele me intimidava e me fazia ficar vermelha, motivo pelo qual eu estava evitando olhar para ele.

Algumas vezes, durante a noite enquanto eu divagava, pensava nele e tentava afastar os pensamentos depressa, mas ele exercia certo magnetismo.

Ele era um homem muito bonito, isso eu não conseguia negar isso nem para mim mesma. Jace me atraía, eu nunca tinha sentido atração por ninguém, mas se levasse em consideração o quão pouco eu conhecia ou homens, considerava aquilo normal.

Deveria ser uma atração normal. Não conhecia muitos homens e Jace era lindo. Não podia tratar isso como uma grande coisa, aquilo ia acabar passando em breve.

Era o que eu esperava ao menos.

- Sabe, Juliette. Eu e Sean estávamos conversando outro dia e decidimos que vamos arrumar um cara pra você.
- Como assim "arrumar um cara" pra mim? - Perguntei.

- Você precisa aprender sobre como é o mundo de verdade, é isso acrescenta ter experiências amorosas, você precisa perder o bv.

- Bv?

- Boca virgem, Juliette! É disso que estou falando, você precisa perder um pouco dessa sua inocência e felizmente eu e Sean conhecemos o candidato perfeito, não é amor? - Ela perguntou olhando para o namorado.

- Sim, o nome dele é Wes e é um amigo meu.

- Wes é ótimo, Juliette. Um cara bem bobinho, bem do tipo que você precisa para ser o seu primeiro ficante. É bonito, nerd e do tipo que tem medo de tocar em garotas, ou seja, não vai te magoar porque é muito inofensivo. - Alice falou.

- Eu não quero que vocês tentem arrumar um namorado pra mim. Estou bem desse jeito, cheguei aqui não faz muito tempo e estou pensando em outras coisas e não nisso nesse momento.

- Juliette, quem está falando de namorar aqui? Eu só quero que vocês dêem uns beijos e que se tudo der certo role uma mão boba.

- Vocês não podem esperar que ela fique com um otário daquele. - Jace falou.

- E por que não? Ele é perfeito para ela. - Alice contra-atacou.

- Ele não é perfeito para ela, é um cara sem graça e me assusta a ideia que você o tenha cogitado para a sua amiga, ela merece coisa melhor.

- E quem seria melhor para ela? Você? - Ela o olhou com raiva e desdém, pareciam ter esquecido que eram amigos e estavam brigando.

- Talvez sim. - Jace falou.

Eu olhei para baixo, mal podendo acreditar que eles estavam falando sobre aquilo e que Jace havia falado que poderia ser melhor para mim. Era tudo assustador demais.

Não consegui olhar para ele, estava constrangida demais.

- Vocês querem sorvete? Nós compramos de chocolate e baunilha. - Ofereci querendo sair dali e ver se o clima melhorava quando eu voltasse.

Não esperei a resposta e saí em disparada para a cozinha.

Tirei os dois potes de sorvete, colocaria os dois já que não havia perguntado qual eles preferiam. Estava na árdua tarefa de tentar tirar bolas de sorvete perfeitas quando percebi que tinha alguém atrás de mim.

- Precisa de ajuda? - Jace perguntou.

- Não, obrigada. - Não olhei para ele em nenhum momento.

- Me desculpe por aquilo agora a pouco, nós não tínhamos o direito de discutir sua vida, você precisa decidir o que é melhor para você.

- Tudo bem, é só fingir que não aconteceu. - Tentei acabar logo com aquilo.

- Juliette, eu só quero que você entenda que você merece mais do que eles estão tentando conseguir pra você.

- Não preciso que eles consigam nada pra mim, na verdade eu não quero nada. Só que me deixem quieta.

- Eu sei que não, acredito em você. Não deixe que façam a sua cabeça, que te façam querer isso. Você precisa querer alguém melhor, alguém que vai fazer você se sentir viva.

- Me sinto viva, Jace. Isso não é um problema.

- Não acho que você entenda, Juliette. É quando você conhece uma pessoa que faz com que o mundo pareça extraordinário.

- Parece ser lindo. Alguém já fez que você se sentisse assim? - Perguntei.

- Recentemente eu soube o que é isso. Não sei se é lindo, mas com certeza é diferente pra mim. - Ele me encarava com tanta intensidade que senti tudo girar por um segundo.

- Bem, espero que tudo dê certo para você. Que você consiga lidar com isso.

- Eu também espero.

- Pode levar isso para a sala? - Apontei para os potes de sorvete.

- É claro.

(...)

- Não sei o que tem na sua cabeça, Alice, mas a noite foi quase desastrosa graças a sua ideia genial de tentar me arrumar alguém. Você tem alguém, eu não tenho, mas estou bem assim. Por que você não relaxa e entende que precisa tentar parar de intrometer na minha vida amorosa.

- Você não tem vida amorosa, Juliette. Esse é o problema! Se você tivesse eu não tentaria fazer isso por você.

- Eu não quero pensar nisso agora. Comecei a viver a minha vida, ainda tenho muito tempo pra pensar sobre isso. Você é a única amiga que eu tenho, não quero brigar com você.

- Me desculpe, Juliette. Eu tenho sido insensível e intrometida, é que é tão bom você ter alguém para pensar, sabe? É muito bom quando um cara ocupa a sua mente, mesmo que isso a deixe louca.

- Eu vou saber o que é isso em algum momento, só não será tão recente quanto você quer que seja.

Eu não poderia estar mais enganada. Não demorou para acontecer e deixar meu mundo de cabeça para baixo.

O Homem Que Me AmaDove le storie prendono vita. Scoprilo ora