Capítulo XXI ; Por Juliette

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Me olhei no espelho e Alice que estava atrás de mim arrumando o meu cabelo sorriu para o meu reflexo.

- Você está bonita.

- Será que o Jace vai me achar bonita também?

- Ele te acha bonita até com aquelas sua saias da era medieval, é claro que ele vai te achar bonita hoje, você está toda arrumadinha.

Alice havia faltado o último tempo de aula para ajudar a me arrumar. Eu estava usando um vestido branco rodado com comprimento no joelho. Era simples e bonito e fazia que eu me sentisse bonita também. Estava calçando sapatilhas rosa muito confortáveis.

Eu estava em um misto de nervosismo e ansiedade, mal tinha conseguido assistir as aulas direito durante a manhã. Era o dia em que Jace iria conhecer o meu pai, nós iríamos sair para almoçar juntos.

Quando eu contei por telefone para o meu pai que estava namorando, percebi que ele ficou um tanto chocado. Sei que ele não esperava isso de mim. Eu já havia falado com ele sobre Jace antes, só que ele não esperava que nós fossemos namorar um dia.

Não o culpava por achar estranho eu estar namorando porque eu mesma não conseguia acreditar nisso ainda.

Por um lado eu me sentia um pouco culpada porque não havia nem se passado uma semana desde que nós começamos a namorar e ele já estava indo conhecer o meu pai. Jace não pareceu se importar quando eu pedi, o que me deixou mais calma porque aquilo era realmente importante pra mim.

- Eu só quero que dê tudo certo. Quero que os dois se deem bem.

- E por que isso não aconteceria?

- Você sabe, o Jace é muito diferente de mim. Ele fuma, pilota uma moto e tem tatuagens. Não tinha como descrever melhor o meu oposto.

- E ele também é o cara que te busca na biblioteca todos os dias, que vem aqui assistir desenho com você, que te leva pra sair, que traz doces para você. Vocês podem ser muito diferentes, mas ele realmente gosta de você e se o seu pai for perceptivo ele vai entender isso. Não importa quem vocês são e sim como vocês são quando estão juntos e vocês estão felizes juntos, independente de você ser você e o Jace ser um porra louca.

- Você tem razão. - Sorri.

- Eu sempre tenho, sou sábia pra caramba.

(...)

- Você está linda, princesa! - Jace me elogiou como de costume quando eu o encontrei na porta do meu prédio.

- Você sempre diz isso, mas obrigada!

- Na verdade você está impressionante hoje.

- Alice me ajudou. - Justifiquei enquanto corava.

Jace sorriu e segurou meu rosto com as duas mãos, começando a me beijar. Suspirei e coloquei uma de minhas mãos no rosto dele, fazendo uma caricia leve.

Nós fazíamos muitas coisas legais juntos, porém confesso que os beijos eram a melhor parte. Jace era muito bom naquilo, na verdade acho que eu só o acompanhava. E mesmo assim aquilo ainda era incrível pra mim.

Quando terminamos ele ainda depositou um beijo na ponta do meu nariz, o que me fez sorrir e perguntou.

- Podemos ir? - Ele perguntou.

- Sim. - Olhei em volta - Cadê a sua moto?

- O Sean me emprestou o carro hoje. Eu não queria dar uma impressão ruim para o seu pai.

- Obrigada por isso, mas o meu pai sabe que você anda de moto.

Ele abriu a porta do carona para mim e eu sorri em agradecimento antes de entrar.

- Você contou para ele? - Ele perguntou quando entrou no carro.

- Sim, ele sabe que você me busca na biblioteca. No começo ele ficou um pouco relutante por ser uma moto, mas agora ele fica feliz por você fazer isso.

- Ele fica?

- Sim, ele fica mais calmo por saber que tem alguém por perto que cuida de mim.

- Você acha que ele vai gostar de mim? - Ele perguntou.

Eu estava tão ansiosa e nervosa por mim mesma que nem havia parado para pensar em como Jace estava se sentindo. Não que eu fosse egoísta, mas Jace era sempre tão confiante, aparentemente nada nesse mundo poderia o deixar abalado - eu estava errada! Ele parecia sim estar nervoso com aquela situação, ele estava sorrindo e tentando parecer calmo, mas eu conseguia perceber que seus ombros estavam um pouco tensos.

- Você conseguiu me fazer ser sua namorada, fazer meu pai gostar de você será fácil pra você.

(...)

Entramos no restaurente de mãos dadas, eu apenas o soltei quando encontramos meu pai.

- Benção, pai. Eu estava com saudade. - Falei enquanto o abraçava.

- Eu também estava, filha. Deus te abençoe! - Ele se separou de mim e me analisou - Você está linda!

- Obrigada, pai! - Segurei a mão de Jace - Esse é o Jace... meu namorado.

- Fico feliz em te conhecer, senhor. Juliette fala muito de você. - Jace falou.

- Você pode me chamar de Charlie e ela também fala muito de você pra mim. - Eu corei quando meu pai respondeu.

Logo depois nos sentamos e enquanto eu tentava decidir se pedia uma salada chicken ou ceasar, Jace e meu pai falavam sobre tudo.

- O que você estuda?

- Eu faço disciplinas voltadas para física.

- Ele é ótimo em matemática. - Falei.

- Você quer ser engenheiro?

- Eu não sei, a única coisa que eu tenho certeza é de que eu quero ficar com a Juliette. A minha profissão eu ainda tenho tempo de escolher.

Se o meu pai ficou impressionado com a resposta eu não sei, porque eu fiquei tão corada que não consegui olhar para ninguém.

Quando Jace foi ao banheiro, eu finalmente pude saber o que meu pai tinha achado dele.

- Seu namorado é bem... tatuado. - Meu pai falou devagar, como se estivesse procurando as palavras certas.

- Sim, ele é. - Ri.

- Você parece feliz, mais alegre, mais solta. Ele não é o tipo de homem que eu pensava ser o ideal pra você, mas você está feliz e isso é o que importa.

- Obrigada, pai. Era muito importante pra mim ouvir isso de você. - Segurei sua mão por cima de mesa.

- Eu só quero que você seja feliz, se ele faz você feliz eu o aprovo quantas vezes for necessário!

O Homem Que Me AmaWhere stories live. Discover now