Capítulo XVII ; Por Juliette

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Jace estava um pouco estranho depois da nossa conversa no Starbucks, eu pensei que ele estaria feliz de eu ter parado de surtar e não tentar forçar um relacionamento entre nós dois. Mas, ele ficou pensativo, talvez eu o tivesse surpreendido.

Eu também estava surpresa com o que tinha falado. Não era como se fosse uma atitude normal minha.

A maior parte dentro de mim me condenava, eu sabia que estava errada e agindo como uma mulher que não conhecia os valores cristãos. E a menor parte de mim, aquela que me dizia que eu era jovem e deveria ter o direito de agir como uma pessla da minha idade, aparentemente estava ganhando.

Eu esperava que Deus me perdoasse, porque eu não estava conseguindo me perdoar por estar cedendo às minhas vontades físicas.

Quando a moto parou em frente ao prédio, eu e Jace descemos dela.

- Obrigada por ter me buscado na biblioteca e pelo cupcake também.

- Não foi nada, princesa. - Ele deu de ombros.

- Acho melhor eu subir agora. - Parecia que hoje não tínhamos mais nada para conversar.

- Você pode me dar um beijo de boa noite? - Ele perguntou erguendo as sobrancelhas.

- Sim, eu posso.

Segurei seu rosto com as duas mãos e fiquei na ponta dos pés para dar um beijo em seu rosto.

Ele riu.

- Você sabe que não era disso que eu estava falando, apesar de ter sido bom também.

- E você só me pediu um beijo, não falou onde o queria. - Ri.

- Então acho que eu que vou ter que te dar um beijo de boa noite.

Eu tive que parar de sorrir, porque os lábios dele se juntaram aos meus. E mais uma vez, aquilo foi incrível.

Por que uma coisa tão errada me trazia uma sensação tão boa?

Por que Jace tinha que me ser tão atraente?

Por que eu era pecadora?

- Você está bem, princesa?

Quando nós tínhamos parado de nos beijar?

Acho que ele viu minha expressão confusa, então explicou.

- Você estava entregue ao momento, mas depois você começou a me beijar meio no piloto automático, eu senti a diferença, você estava completamente distraída.

Corei pela vergonha.

- Perdão, Jace. Eu comecei a pensar demais e acabei realmente me distraindo.

Na verdade eu estava me sentindo tão culpada que não tinha conseguido me manter fazendo aquilo.

Eu precisava decidir entre beijar Jace e ficar pensando em quanto aquilo era errado. Fazer os dois ao mesmo tempo não estava dando certo.

- Princesa, você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? Eu sou seu amigo antes de tudo.

- Eu sei, só preciso pensar melhor sobre algumas coisas. É algo que eu preciso tentar resolver por mim mesma. Obrigada de qualquer forma.

Eu dei um sorriso meio triste e ele me abraçou. Um abraço enorme e Jace era realmente bom de abraçar, apesar de ser forte. Afundei minha cabeça no peito dele enquanto ele mexia no meu cabelo.

Carinho era bom e aquilo estava fazendo com que eu me sentisse melhor. Seria errado se eu ronronasse?

Não sei por quanto tempo ficamos naquilo, provavelmente bastante. Porque eu comecei a sentir minhas pálpebras pesarem, eu estava tão confortável que estava começando a ficar com sono.

- Eu estou ficando com sono, é melhor eu subir.

- Se você dormir, eu te levo até lá. - Ri baixinho.

- Eu sei que você faria isso, mas não é necessário. - O abracei mais uma vez - Boa noite, Jace.

- Boa noite, minha princesa. - Ele ainda deixou um beijo no topo da minha cabeça antes que eu partisse.

Entrei no apartamento louca pra tomar um banho, colocar um pijama quente e dormir o máximo que pudesse, mas Alice me bombardeou assim que eu entrei lá.

- E então, como foi? Vocês conversaram? Se acertaram? O que ele achou da ideia de amizade colorida? Você está bem? - Me sentei no sofá, me sentindo cansada demais para responder de pé. .

- Foi tudo bem... eu acho.

- Você acha? Qual é, Juliette! Me conta direito como foi.

- Eu estava confiante que tudo ia dar certo, então eu falei pra ele que nós podíamos continuar sendo amigos e nos beijar, eu também disse que tinha compreendido que era atraída por ele e que talvez isso não mudasse.

- Então foi tudo bem... certo? - Ela perguntou com uma expressão confusa.

- Mais ou menos - Dei de ombros - Eu pensei que o Jace ficaria feliz por eu não exigir um relacionamento, eu vi aquela menina no apartamento dele outro dia e entendi que ele não se prende a uma menina só, mas ele ficou me olhando como se eu tivesse sugerido algo errado.

- Ele deve ter achado estranho por ter vindo de você.

- Talvez, mas eu também não colaborei. Nós nos beijamos - Corei - E ao invés de fazer isso direito, eu não conseguia parar de pensar em como aquilo era errado. Eu pensei que poderia fazer isso, só que agora eu não tenho tanta certeza.

- Eu já conversei sobre isso com você, Juliette. Você é jovem, bonita e tem uma vida inteira pela frente. Não é errado querer ficar com um garoto, isso é humano.

- Sei disso, Alice. E sei também que não posso ficar me sentindo arrependida pra sempre, preciso tomar uma decisão. Amanhã depois da aula eu vou procurar um conselho.

- Vai visitar o seu pai? - Ela perguntou.

- Não. Eu vou na igreja.

O Homem Que Me AmaWhere stories live. Discover now