Capítulo VIII ; Por Alice

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Quando meus pais disseram que haviam arrumado uma colega de quarto para mim, não gostei e não vou mentir sobre isso.

Era bom morar sozinha, eu sabia que era temporário, mas era legal poder trazer meu namorado sem nenhuma preocupação.

Mas tudo o que eu pensava caiu por terra assim que conheci Juliette.

Primeiramente, ela era uma beldade. O que eu odiaria se não confiasse no meu namorado, mas pensei que ao menos seria divertido ver os garotos da faculdade brigando pela atenção dela.

Segundo, Juliette era tímida, modesta e bondosa até o último fio de cabelo. Aquele tipo de garota que você poderia entrar numa amizade de olhos fechados, sem medo de que ela fosse uma vadia com você. Confiei nela instantaneamente, e acho que ela se sentiu da mesma forma.

Foi fácil se tornar amiga dela, na verdade, era uma das melhores coisas que eu tinha feito. Apesar de eu ser apenas um ano mais velha que ela, eu me sentia como a irmã que iria ensinar a ela como era o mundo.

Era legal ter uma irmã mais nova. Mas, com isso vinham os sentimentos de irmã mais velha, por isso fiquei muito preocupada em saber que Jace a havia convidado para sair.

Juliette era inocente, não sabia nada do mundo ou dos homens, era quase uma criança nesse aspecto e eu não me sentia confortável de deixar a minha amiga com um cara que já havia comido a metade das meninas da faculdade.

Jace poderia destruir Juliette. E eu não queria que isso acontecesse. Então achei que não poderia ficar parada o vendo investir nela, sabendo que ele poderia partir o seu coração sem que ela se desse conta disso, Juliette não estava apaixonada por Jace, na verdade até onde eu sabia ela era indeferente ao Jace, entretanto isso poderia mudar.

Quando Juliette me contou o que tinha acontecido com ela antes de voltar para casa, fiquei realmente grata por Jace tê-la salvado e aparentemente ela também, já que demonstrou sua gratidão aceitando sair com ele.

Fiquei louca da vida quando ela me contou, Jace tinha claramente se aproveitado do espírito condescendente dela e a inocência dela não a permitiu enxergar isso. Mas, após uma bronca até a ajudei a se arrumar para sair com ele, porque minha amiga não ia sair se não fosse pra dar close e estar gata.

Enquanto ela estava com Jace, eu estava com meu namorado no telefone.

- Sean, eu não acredito que você não conversou com o Jace sobre isso. - Reclamei.

- O que eu poderia falar com ele?

- Sei lá, podia pedir que ele se afastasse dela ou que pelo menos pegasse leve se a primeira alternativa não fosse possível. - Sugeri.

- Ele não iria se afastar dela se qualquer pessoa nesse mundo pedisse, não é do feitio dele obedecer alguém. E pegar mais leve que ele está pegando é impossível, eles estão indo em um encontro, o Jace nunca deve ter levado uma garota pra sair antes. Você sabe que ele não precisa disso para conseguir o que ele quer.

- Tanta vadia nessa faculdade e ele vai querer logo a menina mais inocente daqui, sério eu não o entendo.

- Talvez seja por isso que ele goste dela, porque ela é diferente das outras meninas daqui.

- Talvez, mas isso não me deixa menos preocupada.

- Por que você não vem aqui em casa?Eu posso acabar com sua preocupação bem rápido, eu prometo. - Ri.

- Eu sei que sim, baby. Só que eu quero esperar Juliette chegar em casa para me contar como foi, na verdade mal posso aguentar de tanta curiosidade. Espero que Jace não tenha estragado tudo.

(...)

Porém, quando Juliette chegou em casa, ela parecia tão atônita que foi direto para seu quarto, foi como se eu fosse invisível e ela nem tivesse notado que eu estava ali. E foi aí que eu tive a noção de que algo tinha acontecido naquele encontro.

Esperei mais algum tempo para ela se sentir pronta para falar comigo e quando entrei no quarto dela, Juliette já estava de pijama e prontíssima para dormir.

- Ah não! Você não vai dormir sem me contar o que aconteceu primeiro.

- Alice, eu estou cansada. Eu só quero tentar dormir agora, eu prometo que amanhã te conto tudo.

Ok, eu poderia aceitar aquilo. Juliette levava as promessas dela muito a sério, se ela tinha prometido que iria contar, então ela faria isso.

Eu já podia me acalmar.

(...)

No dia seguinte, Juliette estava dormindo demais, então fui na padaria comprar algumas coisas para o café da manhã, talvez comida a ajudasse a digerir a noite anterior.

Mas, para a minha surpresa, quando cheguei em casa ela estava deitada no sofá usando um roupão. Porém, a surpresa não foi essa. Juliette estava devaneando tanto que não notara que eu havia chegado.

Ela estava com os próprios dedos passando devagar nos lábios e as vezes ela até sorria. Estranha demais.

- Juliette, me conta o que aconteceu agora! - Ela até pareceu se assustar com ver que eu estava ali, mas logo se recompôs.

- Ele me beijou, Alice.

- Jace beijou você? Quer que eu brigue com ele?

- Não, Alice. Por favor, não.

- Foi de língua? - Minha irmãzinha tinha perdido o BV.

- Claro que não, Alice. - Ela fez de novo aquela bizarrice de passar os dedos nos lábios e sorrir - Foi bonito, sabe?

- Foi? - Perguntei curiosa.

- Foi rápido e muito diferente, eu ainda estou nervosa e completamente envergonhada. Acho que nunca poderei olhar para ele outra vez. Isso não foi certo, ele não é meu marido, nem mesmo o meu namorado e nós fizemos isso. Mas, eu não posso negar que foi um dos momentos mais bonitos que alguém já me deu.

Sorri com a ingênuidade dela.

- Juliette, ele não precisa ser seu marido e nem o seu namorado para vocês se beijarem, as pessoas fazem isso com pessoas que acabaram de conhecer o tempo todo. Eu não namorava com Sean a primeira vez que nos beijamos. Eu sei que você não é assim, o que eu quero explicar é que você não cometeu nada de errado, ninguém vai te condenar por isso.

- Sério, eu não quero olhar para ele nunca mais! - Ela tampou o rosto com vergonha e eu ri.

Aquilo seria muito interessante de ver.

O Homem Que Me AmaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang