Capítulo XIV ; Por Juliette

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Eu sinceramente não sabia o que estava fazendo. A única coisa que eu sabia é que eu queria fazer aquilo mais que qualquer outra coisa.

Evidentemente, eu não sabia beijar, mas nunca era tarde demais para aprender, certo?

O beijo dessa vez, foi diferente da primeira vez. Na outra, os nossos lábios apenas tinham se tocado. Dessa vez foi de boca aberta, igual dos filmes que Alice me fazia assistir com ela.

Jace estava indo devagar, bem devagar, o que eu não esperava. Porque Jace sempre me pareceu muito intenso em tudo, eu sentia isso só de olhar para ele. Se ela estava indo devagar, provavelmente estava tentando não me assustar, o que me deixou grata.

Em um momento, eu senti a língua dele dentro da minha boca e imaginei que eu deveria fazer o mesmo com a minha. Acho que imaginei certo, porque quando nossas línguas se encostaram, eu senti uma das melhores sensações do mundo e talvez Jace tenha sentido um mesmo, porque ele segurou a minha nuca e continuou fazendo aquilo.

Por um tempo, eu esqueci de tudo. Esqueci de todas as minhas inibições e em tudo o que eu acreditava. Eu só queria fazer aquilo para sempre.

Alice me disse uma vez que o primeiro beijo de uma menina costumava ser nojento. A primeira vez que Jace me beijou, foi doce. E dessa vez, eu estava tendo a experiência mais intensa da minha vida, era assustador, mas em nem um milhão de anos eu poderia dizer que aquilo era nojento ou desagradável.

Era um sensação incrível, talvez beijar o melhor amigo tinham as suas vantagens. Eu era uma das sortudas que poderia dizer que teve um ótimo primeiro beijo, aliás era como se Jace tivesse me dado dois primeiros beijos.

Nos afastamos e eu estava pensando em dizer alguma coisa, talvez "Nós não deveríamos ter feito isso" ou simplesmente "Obrigada".

Só que ele olhou para mim e sorriu e eu esqueci de tudo, não conseguindo fazer nada além de corar e sorrir timidamente de volta, os olhos claros dele estavam brilhantes e por um momento eu senti que éramos as únicas pessoas no mundo.

Ele se aproximou de mim novamente, dessa vez, nossos narizes se roçaram por um momento, o que me deu vontade de rir, só que logo ele me beijou outra vez.

Dessa vez, eu já me sentia preparada. Depois de beijar Jace uma vez, eu percebi que nunca mais esqueceria como era. E por isso, esse beijo foi melhor que o primeiro, porque eu sabia o que fazer.

Não que estivéssemos em pé de igualdade, eu sabia que Jace já havia feito a mesma coisa com centenas de outras meninas, por mais que eu não gostasse de pensar nisso. E eu, bem... Só havia beijado Jace. E mesmo assim, não me senti em posição de inferioridade. Eu não estava só imitando o que ele fazia comigo, eu estava conseguindo beijá-lo também. E eu esperava que estivesse sendo tão bom para ele como estava sendo pra mim.

Não sei dizer por quanto tempo nos beijamos, se foram minutos ou horas. Talvez a Terra tivesse parado de girar enquanto fizemos isso, ao menos era dessa forma que eu me sentia - como se o mundo todo tivesse parado e só nós dois estivemos em movimento.

O mundo voltou ao normal quando a campainha tocou e tive que me afastar de Jace. Porque provavelmente era a pizza e Alice sairia do quarto e eu realmente não queria que ela visse aquilo, eu a amava, mas ela não sabia ser discreta. Fora que eu mal sabia explicar o motivo de eu tê-lo beijado, então não poderia responder as perguntas dela.

Jace me olhou um pouco confuso e eu sussurrei que Alice sairia do quarto. E ele pareceu entender que eu não queria que ela nos pegasse naquela situação, então ele voltou a olhar para o filme que havíamos esquecido e eu fiz o mesmo, apesar de termos chegado em um ponto em que não entenderíamos nada do que estava acontecendo.

Alice e Sean sairam do quarto e Alice pegou as pizzas que seriam nosso jantar naquela noite e nas próximas também.

Ela olhou para nós dois e perguntou:

- O que está achando do filme, Juliette?

- Acho que eu vou precisar assistir a versão original.

(...)

Após termos comido toda aquela pizza, Alice e Sean foram para o quarto outra vez, dessa vez para não saírem mais. E fui pegar traveseiros e lençóis para Jace dormir confortável.

Voltei para a sala e Jace já tinha aberto o sofá, então ajeitei os lençóis e os travesseiros ali em cima.

- Eu gosto disso. - Ele comentou.

- Disso o quê?

- Você está cuidando de mim.

- Eu só estou te ajudando a arrumar o sofá, você consegue se cuidar sozinho. É você que cuida de mim, lembra?

- Eu continuo gostando disso.

- Você me busca na biblioteca todas as noites, é o mínimo que eu posso fazer para retribuir.

- Existe uma forma mais agradável de você retribuir.

- Eu sei disso, é o que vamos fazer.

- Nos beijar? - Ele perguntou.

- Não. Assistir Pokemon.

- Eu ainda prefiro a minha ideia.

- Vamos assistir a primeira temporada, Jace. Um clássico.

Ele deu um suspiro resignado.

- Tudo bem, vou dar uma chance para o Pikachu.

O Homem Que Me AmaWhere stories live. Discover now