Capítulo XXXIX ; Por Jace

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Eu estava no meio de uma aula de análise de balanços, quando recebi uma mensagem de Alice falando que era pra eu correr para o apartamento delas porque Juliette precisava de mim.

Aquilo ativou um alarme na minha cabeça em que eu sabia que precisava ir rápido porque eu sabia que Juliette estava me evitando por causa da chupada que eu tinha dado nela no hotel. Tinha sido tão bom que eu tinha conseguido até aceitar o fato de que pelos próximos dias ela se esquivaria de mim. Então se Juliette estava querendo a minha presença mesmo depois daquilo, a coisa era séria.

Larguei aquela aula e fui o mais rápido que pude para o apartamento delas. Eu tinha a chave de lá, mas nunca tinha usado porque Juliette havia me dado para caso ela perdesse a dela e pra se um dia eu acabasse impossibilitado de entrar no meu próprio apartamento por algum motivo, era uma chave para emergências e aquela parecia ser uma emergência.

Quando eu entrei na casa delas, Alice e Juliette estavam no sofá. Enquanto Alice estava sentada, Juliette estava deitada com a cabeça no colo de Alice. Ela não estava chorando, mas eu via vulnerabilidade nos seus olhos.

- Baby, o que aconteceu? - Perguntei enquanto me agachava para ficar próximo dela.

- Está tudo uma bagunça, Jace. - Ela falou em um fio de voz.

- Uma mulher que se diz a mãe dela apareceu. - Alice explicou.

- Ela veio aqui? - Perguntei.

- Ela abordou a Juliette na lanchonete.

Aquilo me deixou nervoso, saber que uma pessoa podia simplesmente abordar a minha garota em um lugar e ter o poder de fazer mal a ela.

- Eu saí de lá pensando que ela era louca e em jogar o cartão que ela me deu na primeira lixeira que encontrasse, mas foi quando eu percebi que tem uma grande chance dela estar falando a verdade. Eu consigo ver semelhanças entre nós duas.

- Se você não quer conhecê-la não tem problema, ninguém pode te obrigar a isso. E nós podemos te acompanhar o tempo todo para que ela não tenha a chance de te abordar outra vez. - Falei.

- Mas se você quiser conhecê-la, nós vamos estar aqui para te apoiar e podemos ir com você quando você for encontrá-la. 

Sendo honesto eu não via um motivo sequer para Juliette encontrar aquela mulher, mesmo que fosse mãe dela, mas aquela era uma decisão que não cabia a mim e eu não conseguia compreender os sentimentos dela em relação à mãe que nunca conheceu e eu talvez eu nunca conseguisse entender já que ao contrário dela sempre tive a minha mãe do meu lado.

- O problema é que eu não sei o que eu quero. E mesmo se eu soubesse, não teria coragem de tomar nenhuma decisão sem falar com o meu pai antes porque eu não conheço a história deles e essa mulher pode nem ser a minha mãe. 

- Você vai conversar com o seu pai? - Alice perguntou. 

- Eu preciso falar com ele sobre isso, mas para ser sincera eu preferia não ter que fazer isso, toda vez que eu pensava na minha mãe, sentia vontade de falar com meu pai sobre ela, mas nunca me senti à vontade para isso porque tenho medo que isso cause tristeza para ele. Se fosse um assunto fácil ele já teria conversado comigo. 

- É a sua mãe, você tem direito de saber. - Alice comentou. 

Juliette suspirou.

- Eu sei, mas é o meu pai também e essa é a história deles. Por muito tempo meu pai foi a única pessoa na vida, eu não podia entrar em um assunto sobre uma pessoa que nunca esteve na minha vida quando isso poderia machucar a única pessoa que sempre esteve lá por mim. Queria poder fingir que o dia de hoje nunca aconteceu e não contar nada para ele, mas eu não vou conseguir esquecer e esse assunto vai ficar martelando na minha cabeça. 

O Homem Que Me AmaWhere stories live. Discover now