Capítulo IX ; Por Juliette

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- Você demorou. Estava com Sean? - Perguntei para Alice que tinha demorado para voltar das aulas dela.

- Sim, eu fui ver o Sean e aproveitei para ter uma conversinha com o Jace.

- Alice, o que você falou com ele? Que vergonha!

- Não falei nada demais. Só perguntei o motivo dele ter feito aquilo e quais eram as intenções dele com a minha amiga.

- E o quê ele respondeu? - Perguntei receosa.

- Isso eu não vou te dizer! - Falou em um tom brincalhão.

- Você não está falando sério! O assunto é sobre mim, acho que eu mereço saber.

- Juliette, não tem nenhuma parte na bíblia que condena fofoca, não?

- Isso não é fofoca. - Corei, me justificando - É só uma informação simples.

- Lá na minha terra o nome disso é fofoca.

- Alice! - Reclamei - Você me deixou curiosa de propósito.

- Eu nunca faria isso. - Ela sorriu.

- Netflix tem sido mais amiga que você, por isso vou lá pro meu quarto ficar com a minha única amiga que não me nega informações.

- Essa sua amiga está a quase dois anos me negando uma nova temporada de Sense8.

- Mas, não me nega episódios de Clube da Winx.

- Juliette, você assiste desenho na Netflix? - Alice parecia estar prestes a ter uma síncope.

- Não é um desenho qualquer, as winx são mais poderosas que os vingadores. - Defendi.

(...)

Alice tinha feito questão de me levar até a biblioteca depois do último incidente.

- Quando for sair me liga, eu venho te buscar. - Não recusei ajuda porque eu estava realmente com medo de voltar sozinha.

- Obrigada, Alice.

- Bons estudos!

Agradeci e me despedi de Alice.

O estudo naquele dia foi de fato produtivo, talvez tenha sido Alice me desejando bons estudos, ou quem sabe apenas impressão minha. Mas, quando alguém te deseja algo de bom, você costuma realmente se sentir bem. A mente é uma arma extremamente poderosa.

Quando terminei de estudar, fui para a frente da biblioteca e já estava começando a ligar para Alice quando uma moto parou na frente da biblioteca, olhei um pouco hesitante e voltei a discar o telefone de Alice.

- Juliette. - Era Jace, que desceu da moto e parou na minha frente.

Eu me senti enrubescendo, parecia que meu rosto estava em vários tons de vermelho. Estava completamente envergonhada, porque não esperava o ver tão cedo. Minha mão estava um pouco trêmula e a usei para colocar meu cabelo atrás da orelha.

- Oi, Jace. - Cumprimentei.

- Tudo bem, Juliette? - Ele continuou falando antes que eu respondesse - Alice e Sean saíram e ela me pediu pra buscar você na biblioteca.

Deus,
Meu pai do céu.
Eu sempre fui uma boa filha, sempre obedeci as freiras.
Sempre fui respeitosa.
Sempre rezei diariamente.
Então me abençoe para que eu não mate Alice.
Amém!

- Alice não precisava ter te incomodado, eu poderia pegar um táxi.

- Não é um incômodo, eu gosto de ser útil e de toda forma eu não tinha nada a mais para fazer.

- Bem, eu o agradeço então...

- De nada, Juliette. Podemos ir?

Olhei um pouco hesitante para a moto e ele falou:

- Não se preocupe, eu vou te levar em segurança para casa. Eu me mataria se permitisse que algo de ruim acontecesse com você.

Acho que eu corei de novo, porque ele riu.

Eu subi na moto e ele colocou o capacete na minha cabeça.

- Está pronta para uma das melhores experiências da sua vida? - Ele perguntou me dando um sorriso que me fez congelar por um momento.

- Eu acho que sim. - Respondi debilmente.

Ele riu e falou - Acho melhor você se segurar.

Me segurei, mas evitando ao máximo encostar muito no corpo dele. E quando a moto começou a andar, foi uma das sensações mais indescrítiveis de toda a minha vida.

Aquilo era vida, era uma sensação de liberdade enorme! Para quem estava morrendo de medo, eu estava me saindo bem até demais.

Eu fiquei com vontade de pedir para que ele fosse mais rápido, que levasse aquela máquina ao limite. Quis tirar o capacete para sentir o vento em meu rosto e bagunçando meu cabelo, apesar de eu saber que aquilo tudo seria muito imprudente.

Quando nós chegamos, achei que a "tortura" que seria voltar para casa com Jace acabou rápido demais e que eu com toda certeza faria algo como aquilo novamente.

- O que achou? - Ele perguntou enquanto decíamos da moto, apesar de eu não entender o motivo dele ter saído dela também.

- Que você tinha razão, porque foi mesmo uma das melhores experiências da minha vida. - Ele sorriu e devolvi o capacete para ele.

- Juliette, sobre o que aconteceu no final de semana, eu queria poder te dizer que eu sinto muito, mas eu estaria mentindo pra você. Eu só gostaria de pedir que você não me evitasse por causa daquilo, eu gostaria muito de ser seu amigo.

Ou seja, ele não se arrependia de ter ne beijado. Uma pequena parte de mim ficou muito feliz com aquilo.

- Eu nunca tive um amigo homem, acho que está na hora disso acontecer. - Comentei.

- Amigos? - Ele estendeu a mão para mim.

- Amigos. - E demos um aperto de mão.

Quando estava na porta do prédio, me despedindo, ele perguntou.

- Nos vemos amanhã?

Eu podia ser um pouco lerda, porém entendi que ele estava perguntando se poderia me buscar de novo.

- Sim, nos vemos amanhã. - Respondi sorrindo.

O Homem Que Me AmaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant