5° Capítulo

3.5K 334 165
                                    

— Ainda está estudando?— Pergunto quando adentro no quarto e encontro Rita em meio aos livros.

— Sim. Já que não houve a dinâmica.— Ela me olha e encolhi os ombros. — A professora passou um assunto enorme pra estudar. — Bufo fazendo uma careta pegando minha toalha. — É só estudar Ana Paula.

— Você acha que é fácil estudar? Você acha que é simples abrir o livro e ler? Não é bem assim não, tem que vim aquela força interior e no momento a minha não tá vindo. — Digo e ela me encara perplexa. Apenas entro no banheiro e tomo um banho. Visto meu baby doll de seda e saio me jogando na cama e pegando meu celular. Passo o resto da noite falando com meus amigos no grupo da minha antiga escola, e a maioria deles são meninos, ser amiga de menino é melhor. A amizade é mais verdadeira. Acabo adormecendo com o celular na mão.

— Ana Paula. — Sinto alguém me cutucando e me mexo tentando afastar quem seja. — Ana por favor.— Tenta puxar meu lençol e abro os olhos furiosamente sentando dando de cara com a Rita.

— O que é de tão importante para você me acordar....— Pego meu celular e olho a hora. — As 2 horas da madrugada?

— Eu to com fome.

— Sim, mas o que eu tenho haver com isso?

— Ana Paula é sério. Ontem eu fiquei estudando e não comi nada. Acho que vou passar mal. — Disse sentando em sua cama com as mãos na barriga. Levanto calçando minha chinela e me aproximo dela.

— Vamos no refeitório. — Disse e abri a porta. Ela rapidamente levanta vindo até mim.

— Não podemos andar na escola de madrugada. É proibido.

— Tabom. Fica aí pra morrer então. — Sai do quarto sabendo que ela viria atrás de mim, e ela veio me seguindo nervosamente ao meu lado enquanto andávamos pelo corredor, completamente escuro da escola.

— Isso não ta certo. Não tá certo. Se alguém nos pegar, meu pai vai ficar furioso... E — Paro encarando ela, a mesma abaixa a cabeça e eu continuo a andar. Meu deus que garota medrosa. Já entendi a da Rita, ela quer ser o exemplo pro papai diretor, igual o Léo quer ser para o Afonso. Pessoas sem personalidade

— Não vamos ligar a luz. — Digo e adentramos no refeitório que está escuro. Esbarro em alguma coisa e vejo que é uma cadeira. Contínuo andando ainda ouvindo a Rita resmungar atrás de mim. Pego meu celular e coloco na lanterna iluminando tudo em minha frente. — Segura aqui e me ilumina. — Entrego o celular a ela. E me apoio no balcão pulando pra dentro da cantina.

Abro o freezer e pego dois sucos, afinal também quero. Coloco no balcão e a Rita ilumina os salgados, pego um pedaço de bolo junto com uma coxinha. Vejo a lanterna se apagar. Rita deixou meu celular cair no chão, e agora não enxergo nada.

— Rita sua idiota, meu celular.

— Desculpa. Eu escutei vozes...eles...aí meu Deus! Vão ver a gente. — Disse praticamente se mijando de medo. Passo por cima do balcão e pego meu celular no chão constatando que não quebrou. Agora as vozes se tornam mais auditivas.

— Caralho Junior. Você já quer comer. Pra onde vai esse tanto de coisa? — Ouço a voz do Cris

— Ana Paula é o Cris. Vamos sair daqui...ah não dá mais tempo. Eu estou de pijama e você também, eu vou morrer. — Disse desesperada e eu rio dela. Me aproximo segurando em seus braços a sacudindo.

— Rita se acalma.

— Quem ta ai?— Cris pergunta alto.

— Vou ligar a luz. — Ouço a voz do júnior. Em seguida um xingamento do Cris e a luz do refeitório é ligada.

S.O.S Colégio InternoKde žijí příběhy. Začni objevovat