42° Capitulo

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Quando a noite chegou, era a hora de me arrumar para o jantar de merda do Afonso. Coloquei um vestido preto, botas pretas ate o joelho e luvas de renda nas mãos. Meus aneis, brincos e pulseiras de caveira não poderiam faltar, por fim coloquei meu colar de cruz. Olhei minha imagem no espelho e encarei meu rosto, havia passado muito pó que me deixou muito branca, passei bastante maquiagem preta nos olhos e um batom vermelho na boca. Esse não era meu estilo, mas eu queria provocar o Afonso.

— Ta em repreendido em nome de Jesus — Júnior fez o sinal da cruz pra mim, e revirei os olhos.

Obervei ele todo arrumado, usava um terno cinza que o deixava lindo, seu cabelos penteados para o lado dando um ar de sério. Franzi a testa não entendendo porque ele estava aqui, e principalmente com essa roupa.

— Esta fazendo o que aqui?

— Jantar de negócios. — Ele se aproximou ainda me olhando dos pés a cabeça. — Seu pai esta querendo ser sócio do meu pai na empresa.

— Interessante. — Sorri maliciosamente.

— Junior, vem aqui. — Cristiano apareceu na porta do meu quarto, ele usava um terno preto e ate parecia gente. — Preciso falar contigo.

— E esse olho roxo?  Esta ridículo. — Falei, e ele me olhou com uma cara feia, ele havia ganhado dois pontos no supercílio.

— Vou Jaja. — Júnior falou, e Cris saiu. — So não te beijo por causa desse batom cor de sangue.

— Cuidado.. — Fiz cara de má. — Posso te morder.

— Que tentador. — Mordeu seu lábio inferior me olhando com um olhar sacana, segurou em minha cintura juntando nossos corpos. Eu segurei em seu rosto e sentir algo estranho.

— Você esta usando base? — Ele afastou minha mão, eu passava o dedo perto da sua sobrancelha.

— Não. — Negou rápido, e sorriu. — Vou ver o que o Cris quer. — Saiu praticamente correndo.

Que o júnior ficou nervoso e mentiu isso é óbvio, mas não entendi qual o problema dele usar base?  Garoto estranho.

Sai do meu quarto indo em direção ao do Cris, passei pelo do Léo e algo chamou minha atenção, abri um sorriso ao ver a Leticia colocando a gravata nele. Deixei os dois e continuei andando parando perto da porta do quarto do meu irmão, para escutar a conversa dele com o júnior.

— Cara, você é um amigo da onça caralho.

— E você queria que eu fizesse o que? — Júnior parecia se defender.

— Qualquer coisa menos sair correndo.

— Eu ganhei um soco na cara, eu não sabia que ele lutava daquele jeito. Parecia aquele cara do filme caráter kid.

— Nao sei o que faço. — Cris pareceu jogar algo no chão.

— Mas eu sei oque faço, estou fora, você que fudeu tudo com a Rita. Você a traiu diversas vezes, se a amasse não faria isso.

O silêncio permaneceu no quarto, quando eu iria entrar pra socar a cara do Cris ele começou a falar.

— Engraçado que eu não falei nada quando você traiu a Ana. — Paralisei na hora e me afastei saindo de perto do quarto.

Júnior me traiu? Isso so pode ser brincadeira, ou zuação do Cris, tenho certeza. Entrei no meu quarto e batir a porta com força encostando minhas costas na mesma enquanto eu pensava.

— Ana, ja esta na hora. Desça! — Joana avisou batendo na porta, respirei fundo e abrir a porta encontrando todos no corredor.

Cris, júnior, Léo e Letícia todos descendo as escadas, e eu fiz o mesmo, sentir juju segurar minha mão mas eu soltei e passei por todos andando na frente.

— Miga sua louca. — Léo me olhou. — Você assumiu sua verdadeiro forma? — Olhei para ele, o mesmo saiu rindo.

Sei que o júnior não me traiu, irei conversar com ele depois, no momento estou com raiva demais para isso. Eu juntei tudo e percebi que o Rafael não iria ser assaltado, era o Cris e o idiota do juju.

— O que pensa que está fazendo?— Afonso exclamou se referindo ao meu visual.

— Sendo uma boa menina. — Disse passando por ele, o Pai do júnior estava sentado e assim que me viu levantou.

— O que é isso?

— Esta cego? — Perguntei, irônica.

— Ana.. — Joana murmurou. — O jantar ja esta na mesa. — Disse tentando aliviar o clima.

Júnior tentava falar comigo, mas eu apenas ignorava e me sentia mal por esta fazer isso. O assunto na mesa era desinteressante, falavam de negócios a todo instante e ja estava entediada.

— Sabia que nossos filhos namoram? — Afonso disse, parecia orgulho.

— Soube que tiveram um envolvimento, mas essa garota...— Ele apontou para mim. — Não é a menina certa para meu filho.

— E você é um desgraçado. — Levantei segurando o copo de suco, e joguei no rosto dele.

— Oh, Sampaio não...

— Isso não vai da certo, Bastille. — Ele puxou o tecido que a Joana lhe entregava. — Acabou nossa parceira, você não sera mais meu sócio.

— Ela é apenas uma menina..

— Júnior vamos... — Ele ignorou o Afonso e saiu andando, os outros homens foram atrás dele.

— Ana, eu..

— Não fala comigo... — Empurrei ele, eu não queria fazer isso.— Escutei sua conversa com o Cristiano. 

Não era isso que eu iria falar, iria perguntar sobre o Rafael.

— Você acha que eu ia te trair?  Ele estava zuando. — Disse, nervoso.

— Acredito em você. — Tentei me aproximar dele, mas para minha surpresa ele se afastou.

— Não, se acreditasse não me trataria daquele jeito. — Ele parecia magoado. — Quem não quer mais falar com você sou eu.

— Oi. — Leo apareceu do nosso lado. — Vocês podem pausar um pouco por enquanto que vou pegar a pipoca?

— Leo.. — Leticia puxou ele.

— Foda-se. — Gritei. — Então não fala comigo, eu não me importo!

— Sabia que era importante para o seu pai ser sócio do meu?  Era uma grande oportunidade, e principalmente de unir nossas famílias, mas você destruiu, do mesmo modo que acabou com nosso namoro.

Ele se virou e saiu andando, fiquei com ódio observando ele sair, mas uma parte de mim estava chorando mentalmente.

S.O.S Colégio InternoWhere stories live. Discover now