36° Capitulo

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Não sei quanto tempo passei aqui, mas acredito que acabei dormindo. Levantei e abri a porta da cabine do banheiro indo em direção a pia. Me olhei no espelho e meus olhos estavam vermelhos e inchados, era so o que me faltava. Abri a torneira e joguei água em meu rosto, respirei fundo seguidas vezes e coloquei minha máscara novamente.

Sair do banheiro, e peguei meu celular no bolso constatando que ja esta de noite. Vejo Afonso sentado na cadeira da recepção da delegacia, ele conversava com o advogado.

- Irei pedir um habeas corpus para o juiz, mas é provável que ele negue, ja que a senhora Bastille foi pega em flagrante.

- Tente, por favor. - Afonso fungou, e o advogado saiu indo cumprir seu trabalho.

Sentei-me ao seu lado e o vejo apoiar os cotovelos nos joelhos e levar as mãos ao rosto, em seguida seu olhar se direciona para mim.

- Pensei que tivesse ido embora.

Revirei os olhos.

- Não, estava pensando.

- Você é inteligente, acredito que ja deve ter entendido. - Ele suspira, e reclinou-se ficando ereto.

- Eu não gostei do rumo dos meus pensamentos.

- Me diga eles.

- Com licença. - Um polícial aproximou-se. - A que estar a lista do que essa jovem destruiu no departamento de policia.

- Tudo bem. - Afonso pegou o papel e analisou, o policial saiu nos deixando a sós novamente.

- A Joana é minha mãe? - Perguntei, com dificuldade de pronunciar essas palavras.

- Sim.. - Ele concorda, e meu coração se cumprimi. - Nós eramos casados, Joana havia tido os gêmeos e dois meses depois ela apareceu grávida.... Com 7 meses de gravidez ela teve uma discussão com um policial... Joana o empurrou e ele acabou caindo escada abaixo.

- Eu... Eu... - Sinto minha boca ficar seca, e minha garganta se fechar. Minhas mãos estão tremulas e eu aguarro o tecido da minha blusa o apertando.

Sinto que posso chorar a qualquer momento, mas aqui não é o lugar certo, não agora, não na frente dele. Posso sentir meu coração batendo acelerado no peito, cada nervo do meu corpo está em alerta. Um comando foi mandado para o meu cérebro, ela mentiu esses anos todos. Enquanto eu sofria por não ter minha mãe, ela estava ali o tempo todo.

- Ana, você não vai para a piscina? - Olhei para cima com dificuldade por causa do sol, e vi a Joana. Voltei minha atenção para a piscina a minha frente e continuei batendo meus pés na água.

- Não estou com vontade.

-Você estar com medo? - Observo algumas mães ensinando seus filhos a nadar, eu queria ter uma mamãe para me ensinar também.

- Não, eu não sei nadar. - Digo, triste.

- Então vamos, irei ensiná-la. - Ela segurou em minha mão, e afastei-me .

- So quem pode me ensinar é minha mamãe.

- Ana... - Ela suspirou, cansada daquela discussão novamente. - Sua mãe não esta aqui, eu quero ser sua nova mamãe.

- Você quer.. - Levantei da borda da piscina ficando em sua frente. -Mas não é... - A empurrei e ela se desiquilibrou caindo de costas na água da piscina.

- Eu a odeio. - proferir. - Ela é uma mentirosa, todos esses anos fingindo ser uma pessoa que não é. Ela mentiu para todos, eu sofrir. - Olhei para o Afonso. - Você nunca se importou comigo, e eu não podia ser a preferida da mamãe porque eu nunca tive uma. O dia das mães era o pior da minha vida, eu chorava, me sentia sozinha. Eu me culpava por uma morte que nem mesmo ocorreu...

S.O.S Colégio InternoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz