50 Capítulo

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- Ana Paula Bastille.

- Aqui! - Respondi a chamada, e esperei ela continuar, mas havia se formado um silêncio.

Por curiosidade parei de rabiscar em meu caderno e levantei meu olhar para encontrar a mulher com os cabelos loiros lisos. Seus seios faltavam pular para fora da blusa, um óculos enorme no rosto e nos lábios um batom em um tom vermelho chamativo, essa era a professora de ed. Física.

- Fale presente.

- Vai me obrigar?- Provoquei, e ela sorriu com desdém.

Com o nariz em pé ela levantou. Os garotos da sala babavam por ela, a qual usava uma roupa de ginástica colada no corpo deixando a mostra suas curvas. Aquele jeito vulgar e o nariz em pé que ela tem, estava me deixando irritada.

- Que isso professora?- Júlia riu.- A senhora vai deixar?cadê sua moral?

- Oh professora vamos pra quadra. - Cris falseane resmungou, e vários outros garotos começaram a reclamar junto com ele.

- Silêncio! - Ela berrou e colocou a ponta da caneta na boca para morder o bocal, e depois apontou a caneta pra mim.- Vou colocar uma atividade extra pra você no grupo da sala!

Levantei da cadeira e na hora ouço a voz do Léo.

- Olha aqui avestruz, ela saiu do grupo.

- Você saiu do grupo, como assim?- Júlia está com o rosto machucado e me sinto orgulhosa.

- Sair mesmo, só falam merda.

- Você sai do nada do grupo? Tá louca?

- Agora vou esta em um grupo obrigada? Era só o que me faltava.

- Agora vão brigar por causa de um grupo? - Léo gritou. - Vão procurar um pau pra vocês chuparem.

- Que isso Leonardo! - A professora chamou a atenção dele, mas rindo.

- Ela é uma mal educada, sai do grupo e nem avisa.

- Não sabia que tinha que fazer um texto explicando porque sair do grupo. - Debochei.

- Silêncio! - Vejo o seu barriga na porta. - Ana e Júlia, minha sala...agora!

Antes de sair da sala com toda minha raiva, meu olhar se cruzou com o do Júnior e sinto informar que meu corpo reagiu para aquele loiro jumento, sair da sala tentando controlar os batimentos do meu coração.

- Que bonito ein, que bonito. - O seu barriga ironizou assim que entrei na diretoria.

- Querido diretor eu preciso falar com o meu pai. - Esclareci logo.

- Era só o que me faltava.

- Como assim, Bastille?

- Hoje é o aniversário do Afonso, quero falar com ele pessoalmente. - Minto.

Ele levantou rápido com um sorrio aberto.

- Então esta liberada, diga que estou desejando parabéns.

- Falow.- Passei pela jujubinha empurrando ela e sair da sala.

Na realidade hoje não é o aniversário do Afonso , so precisei mentir para que meu plano desce certo.

- Leo.- Fui até a sala de aula e chamei meu irmão, todos me olhavam curiosos mas ignorei e esperei ele se aproximar.

- Não tenho dinheiro. - Se apressou em dizer.

- Cala a boca, preciso que me ajude em algo.

Depois de falar com o Leo fui até o meu quarto trocar de roupa e depois fui ao estacionamento pegar o carro, digamos que já estava a caminho da empresa do meu pai.

- Meu pai está aí?- Perguntei a secretaria dele quando cheguei no prédio.

-Em uma reuni....Ana Paula. Volta aqui....- Ela me chamou pois eu já estava andando.

- Vou esperar na sala dele.- Disse por fim saindo do campo de visão dela.

Entrei na sala do meu pai ja com meu plano em ação, sentei em sua cadeira e mexi no not fazendo a tela se acender revelando a foto dos meus irmãos no papel de parede, e a ovelha negra da família? É, fui excluída.

Encontrei várias pastas de  documentos, arquivos e outras merdas que fui obrigada a ler. Pelo que estou vendo o Afonso estar fazendo uma transição de dinheiro com o escritório do pai do Júnior, se eu divulgasse isso teria algum problema? Acredito que não.

- O que está fazendo?- Afonso entrou no escritório.

- Nada demais. - Fechei todas as abas e levantei. - Tchau.

- Mas oque você queria...- Deixei ele falando sozinho e sair do prédio.

Léo havia me mandado uma mensagem dizendo que ja tinha feito a parte dele do plano, e estava na esquina a minha espera. E logo vi um carro rosa de longe, que exagero!

- Tinha que vim com seu carro?

- Esta achando ruim querida?- Ironizou e saiu do carro. - Se der errado não enfie meu nome, e a encomenda já está aí. Tchau. - Ele segurou a chave do meu carro e saiu andando.

Entrei no carro e fechei a porta. O clima frio logo me invadiu. Virei-me para trás e lá estava ele, deitado no banco inconsciente. Seus cabelos loiros bagunçados, os lábios entre abertos. Coloquei seu braço que estava caído em cima do seu peito. Toquei delicadamente seu rosto, respirei fundo e me virei. Girei a chave na ignição e troquei de marcha dando partida.

Pedi pro Leo enfiar o Júnior dentro do carro, meio que estava sequestrando ele. Eu tinha raiva de pessoas trouxas, aqueles livros que a personagem principal tinha uma prateleira de diploma de trouxa eu nem lia. Mas depois de conhecer o Júnior, sinto que sou capaz de perdoar esse jumento. Esse idiota que não tem noção das coisas que faz, ele queria fazer algo por mim e só fudeu tudo. Eu posso perdoar ele? Sim, eu posso! Não irei desistir na primeira briga, o relacionamento que possuí amor verdadeiro sobrevivi aos obstáculos da vida. E se está me chamando de trouxa, vai tomar no seu cu.

Ouço um gemido e olhei pelo retrovisor ele se mexendo, e despertando rápido olhando assustado para os lados. Até que seu olhar se cruzou com o meu e franziu o cenho confuso. Voltei minha atenção para a estrada a minha frente.

- Ana? Mas que porra...

- Uma vez você disse que se sumisse seu pai não iria se importar, vamos ver se não?

- O que está fazendo? - Ele passou a mão no rosto.

- Isso é um sequestro Júnior Sampaio.

Sorrio, e pisei mais ainda no acelerador.

S.O.S Colégio InternoWhere stories live. Discover now