53 Capítulo

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O que falar desse ano? Que pergunta difícil, paciência caralho! Irei começar do início. Pois é mais fácil para entender direitinho, e como irei anotar tudo porque esse ano foi foda, preciso detalhar tudo.

Tudo começou com o Afonso que no caso é meu pai, que me obrigou a estudar em um colégio interno. Eu sabia que ia dá merda, primeiramente eu iria fingir ser uma garotinha tímida, quieta, educada e nenhuma dessas características são minhas. Talvez na cabeça de merda dele, se eu fingisse por muito tempo poderia gostar dessa nova personalidade e ser a filha que ele tanto sonhou. Mas essa não era Ana Paula Bastille, eu sempre fui doida das quebradas e vou continuar sendo até porque isso faz parte de mim. Então você pergunta, mas por que você aceitou isso? E essa é a parte que mexe com meu psicológico que ja é fodido.

Minha mãe morreu no parto, exclusivamente no meu. Quando eu nasci não tive uma mãe presente, e o pior, eu me sentia culpada. Posso até dizer que isso contribuiu para minha revolta da vida. E o Afonso? Ah, ele era um machista de merda que nunca me deu atenção, me tratava com indiferença e sempre preferiu meus irmãos. Cristiano e Leonardo, um é mulherengo, metido, riquinho e todos os defeitos que possa existir, é um mini Afonso. O outro ja fazia meu papel, fingir sempre ser oque não era. Ele queria ser o homem gostosao, mas era so uma homem com sapatilha amarela. Meu irmão era um cisnei, sim! Ele era gay!  Mas voltando ao assunto, meu ódio por Afonso aumentou quando minha mãe não tinha nem falecido direito e ele se envolveu com uma mulher, essa era a Joana. Ela achava que podia tomar o lugar da minha mãe e isso me irritava. Afonso usou a única coisa que me deixava venerável, minha mãe. Ele me chantageou, se não fosse para o Colégio interno eu não iria pro Havaí.

E é ai que as coisas começaram. ..

Nem cheguei na escola e ja tive uma treta enorme com a filha do diretor, denominada por mim por OXIGENADA. A que depois de armar pra mim acabou se redimindo. Também conheci uma nerd, chorona, tímida, chataaaa...chamada de Rita, o pior é que ela era apaixonada pela praga do Cristiano. E esse? A esse tinha um melhor amigo, Júnior!  Mas conhecido como jumento, porque oque aquele tem de burro eu tenho de ignorante. Ele se achava, e isso me irritava! Mas ele era um loiro do banheiro, meu loirinho jumento. Aquele que fez meu coração se amolecer, ele foi meu primeiro amor, meu primeiro homem! Apesar de tudo, ele é o amor da minha vida!

Eu descobri segredos dele, ele descobriu um pouco de mim que nunca mostrei pra ninguém. Resolvemos um enigma haha, me senti um verdadeiro Sherlock Holmes.
Também descobri que a mulher que eu rejeitava era minha mãe. Eu tinha uma mãe o tempo toda e vivia me achando culpada da sua morte! Descobri que eu fui fruto de esturpro, mas isso trouxe pra mim o meu gatão de olhos azuis. Rafael! Um irmão maravilhoso, sinto orgulho de ter ele por perto!

Foram tantas coisas que acho que passaria o dia escrevendo e minha mão já está doendo. Devo mencionar que fui parar na delegacia várias vezes? Acho que devem ter uma noção disso. E meu irmão que era gay, virou homem por uma louca que se acha macumbeira. Letícia vivi tentando trazer o Leo pro caminho das vaginas, mas acho que ele curte mesmo é uma rola.

- Amorzinho...amorzao...me da atenção. - Levantei o olhar e vejo junior sentado na ponta da cama mexendo em meus pés. - Vai fazer 1 ano que você está escrevendo nesse caderno gótico.

- Que hipérbole.

- Que?

- Nada. - Tirei meus pés do colo dele e sair da cama. Joguei meu caderno em minha mala.

As aulas ja haviam acabado. Agora é férias. Fim de ano, melhor época pra morrer de comer. Olha eu na hipérbole de novo!

- É tão bom passar direto.

- Bom?- Levantei uma sobrancelha e olhei pra ele com um sorriso de deboche. - Quem foi o papai que pagou pro filhinho passar de ano?

- Afss...- Ele fez uma careta. - Isso acontece nas melhores famílias. - Ele levantou e envolveu seus braços em minha cintura ficando a minha frente. - Falando no meu pai, ele quer viajar comigo pra Europa.

S.O.S Colégio InternoWhere stories live. Discover now