Romeu

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Meus tios ainda queriam saber pra onde iriamos tão bem vestidos, mas não demos muitos detalhes. Agora estávamos do lado de fora, pulando o muro da garagem da Vinícola Capuleto.

-Me ajudem a subir! –Sussurrou Ben.

Eu e Marco estendemos as mãos e o içamos para ficar conosco. Pulamos o muro e caímos o chão. Nos recompomos e seguimos para a entrada que dá em direção a festa. Coloco a máscara, assim como eles fazem. Não podemos ser vistos!

Piso no salão e sou levado pelo doce som.

-Estamos dentro! –Diz Ben. –O que faremos agora?

-Dançar! –Diz Marco.

-Não quero dançar. Vim aqui para despedir-me.

-Então despeça-se com uma dança! –Insistiu Marco.

-Vão vocês, quero ficar aqui! –Digo.

Marco pega uma taça de vinho e ingere de uma só vez!

-Arh! Malditos Capuletos. –Ele diz para nós, sei que já está ficando bêbado. Sim, com apenas uma colada. –O vinho deles é bom mesmo, mas somos melhores!

E sai andando. Rio para Ben que ainda se mantém ao meu lado.

Avisto Rosa em seu ousado vestido Vermelho. Ela dança com um homem que está seduzido por seu encanto. Ela é mesmo encantadora.

-Não é Rosa ali? –Questiona Ben.

-É sim. –Respondo.

-O que está esperando? Vá se despedir!

Balanço a cabeça.

-Já estou fazendo isso!

Respiro fundo e jogo meu olhar para outro canto, e ele se fixa na bela moça de vestido azul em degradê. Ela parece um pouco tímida na multidão, procurando olhares e então fixa ao meu. Sorrio passivamente para ela que sorri timidamente de volta. É minha amada, tenho certeza.

Ela continua a andar e um rapaz a interrompe em sua caminhada, ele a chama para dançar e ela aceita.

-Não poderia ter tirado a liberdade da mais bela. –Digo baixinho.

-Do que está falando Rômulo? –Ben questiona.

-Nada. –Respondo. –Com licença, tenho que resolver algo.

E me despeço, costurando um caminho até a moça mais bela.

-Como dança tão suavemente. Como és tão mais bela para ficar com alguém tão despojado de beleza. Como sorri graciosamente. Suas mãos também são tão suaves, suponho serem tão macias quanto algodão.

Chego bem próximo a eles.

-Com licença, senhor, mas eu tenho assuntos a tratar com a dama.

O homem - John, creio eu - ainda protesta, mas eu consigo levar a senhorita. Seguro sua cintura, tão macia em minhas mãos. E sua mão tem a mesma maciez.

-Que assuntos são esses? –Ela pergunta.

-Do coração! –Digo.

Vejo as bochechas dela corarem. Ela rodopia em minhas mãos e tenho medo dela se soltar de mim em seu rodopio.

-Qual seu nome? –Pergunto, quando ela volta para mim.

-Gostaria de saber o primeiro ou o último? Pois eu só direi um, então escolha. –Ela diz.

Os novos Romeu e JulietaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora