Os novos Romeu e Julieta

Julieta

A língua de Romeu está dentro da minha boca e com um impulso, consigo recobrar a consciência e o afasto:

-Chega! -Peço, arfando. Fico envergonhada do meu estado ofegante.

-Me peça tudo, menos isso. -Ele diz. Sorrio, assim como ele.

-Está louco em vir aqui. -Digo,

-Já tivemos de adiar a lua de mel, não diga que também tenho de me afastar. Não suportaria!

-Nem eu! -Digo. -Mas você não pode vir aqui. Um território inimigo para você!

-Nem seu avô, nem seu primo estão aqui. E Rosa... -Ele diz apontando para aquela direção.

Continuo o olhando.

-É, Romeu, mas se o virem aqui, sabe muito bem que isso seria apenas mais um motivo para brigas!

-Mas Rosa...

-Não importa Rosa. Ela não irá contar, mas mesmo assim, ainda é perigoso.

-E Ben...

-Não só, Ben. Vocês dois!

Romeu vem até minha frente, segura meus ombros e me vira em direção ao salão. Me surpreendo ao ver Rosa e Ben se beijando.

-Rosa!

Ela rapidamente se afasta de Ben. Ambos estão vermelhos de vergonha. Eu e romeu vamos rapidamente até eles.

-Se virem isso aqui vai ser um escândalo! -Digo. -E vocês mal se conhecem!

-Ben, melhor irmos e deixar elas trabalharem em paz! -Sugere Romeu.

-Claro, vamos! -Diz Ben. E passa por mim.

Continuo olhando Rosa, que levanta as mãos em rendição.

-Desculpa! -Ela diz. -Já tô indo!

E também passa por mim. Me viro para Romeu:

-Melhor irem, essa visita pode dar muito problema. E ainda estou resolvendo um problema. Uma nova visitante! -Digo.

Ele passa as mãos pelos meus braços.

-Que visitante? Alguma empresária?

-Minha prima. Meu avô resolveu chama-la, já que somos netos, e faltava apenas ela. Então ele está nos reunindo, eu acho.

-Ah, que coincidência, minha prima também está vindo.

Fico surpresa.

-Ah, e essa prima é muito próxima?

Ele ri.

-Não precisa ter ciúme, meu amor. Sou só seu. Apenas seu!

Ele beija minha testa singelamente. Fico feliz por aquele um metro e oitenta e sete, loiro de olhos azuis, me confortar. Preciso tanto do conforto do meu marido.

-Entendido? -Ele Pergunta, sem nunca perder seu sorriso.

Assinto.

-Entendido!

-Ótimo, por quê eu sou só seu mesmo. De ninguém mais. Jamais.

Sorrio.

-Assim como eu. –Digo.

-Então não se preocupe. Estou indo. –Ele me beija.

Aceito seu beijo e o acompanho em sua investida.

-Caham! –Ouvimos e nos separamos.

Rosa e Ben nos olham.

-Ei, não é a mesma coisa! –Digo.

-Somos casados! É diferente! –Romeu completa.

Vejo os olhos de Ben surpresos. Talvez seja um segredo que Romeu não havia compartilhado com o primo. Mas agora está pronto!

-Casados? Mesmo? –Questiona Ben.

-Bom, -Começa Romeu. –É um casamento provisório, mas sim estamos casados. Faremos outro com mais testemunhas! –Ele brinca e me beija.

Sorrio.

-Bom, melhor irmos! –Ele diz. –Fique bem, minha esposa.

-Fique bem, meu marido. –Digo.

Sinto o ar de alivio e conforto percorrer meus músculos tensos. Somos pertencentes um ao outro. Isso não poderá ser mudado. Poderá?

bile.nQG��y�k