39 - Rotine.

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"Ei, eu estava na boa antes de te conhecer. Eu bebo demais, e isso é um problema, mas eu estou bem. — The Chainsmoker (Closer)."

— Eu gostei. — Eu falo sorrindo e ele faz uma careta enquanto entrava no carro comigo.

— Tu gosta de qualquer coisa, e na real só terminou a comida porque ficou com pena da mulher que tava nos servindo. — Ele fala ligando o carro e antes mesmo de dirigir, já acende um cigarro. — Comida Tailandesa é horrível, não sei como tu me convenceu a vir comer essa porra, tu nunca mais escolhe onde a gente vai comer. — E o pior é que eu tenho que concordar, eu não consegui comer nem o arroz, era tudo muito apimentado.

— Tinha um cheiro estranho também. — Comento e ele concorda, já dando a partida no carro e dirigindo.

— O que acha da gente comer no KFC? — Ele fala sorrindo e eu concordo na hora, juro que ainda estou faminta. O Justin pousa a mão na minha coxa e eu já dou um tapa.

— Está usando a outra pra fumar, como vai segurar o volante?

— Meus joelhos servem pra que? — Eu rolo os olhos e ele ri, segurando o volante com a mão direita.

Meu celular começa a tocar e vejo que era a minha mãe, então já atendo.

— Querida?

— Oi mãe, tudo bem?

— Sim, queria saber que horas suas aulas acabam hoje.

— Ah... É que, bem, eu não fui na aula hoje.

— Como não? Eu acordei e você já não estava aqui. — Isso foi porque o Justin recebeu uma ligação dizendo que precisava resolver algumas coisas em uma boate, por isso para se redimir ele me trouxe para almoçar.

— Eu acordei atrasada e ai combinei de almoçar com o Justin.

— E como vocês estão?

— Bem. Mas aconteceu algo? — Ela nunca me liga esse horário, sempre depois da faculdade.

— Sim, como eu vou para Montreal com o Francis semana que vem os seus avós queriam nos levar para um passeio no final de semana. Passamos dois dias no hotel perto das cataratas do Niágara e ainda podemos ir em alguns parques naturais e de diversões na volta. — Ela fala e eu já fico meio reticente, pensando em algo.

— Ah, será que o Justin podia ir? Para conhecer você de uma vez? E o vovô e a vovó? — Eu falo e sinto o olhar dele pesando em mim.

— Claro querida. Nós vamos hoje de noite, certo?

— Certo. — E com isso eu desligo a ligação, já sorrindo e olhando para o Justin para o convidar, mas eu sabia que ele tinha não só ouvido a ligação, como sabia que ele ia muito bem falar algo nada bom agora para fugir.

— Babe, por mais que eu queira ir e passar o final de semana com a família maravilha, eu realmente não posso. — Ele fala de uma vez só e aperta o volante com mais força. — E acho que tu não devia ir.

— Como é que é?

— Eu tava planejando uma foda maravilhosa pra gente amanhã. — Ele usa como desculpa e eu nego enquanto me endireito no acento de seu carro.

— Eu já conheci a sua mãe, você até agora não sabe nem como é a cara da minha.

— Não é que eu não queira, só não sou muito o genro que alguma mãe vai esperar. — Ele fala jogando o cigarro pela janela e eu suspiro. — Quer que eu chegue nela e fale o que? Oi, eu sou o Justin. O cara que tirou a virgindade da tua filha e come a buceta dela sempre que tem a chance. Opa, já comentei que sou traficante e nas horas vagas eu mato pessoas? Sem contar que amo tirar órgãos de pessoas que estão esperando à anos por eles. — Ele ironiza e juro que tento segurar a risada, mas não dá certo.

ChainsWhere stories live. Discover now